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Vou mudar de casa, isto é, de plataforma

por beatriz j a, em 04.11.19

 

Deixo aqui o link do blog na nova plataforma, para quem quiser seguir.

 

Esta decisão de sair do Sapo custa-me. São mais de 10 anos da minha vida a escrever, praticamente todos os dias, aqui na plataforma.

 

Acontece que já há vários dias que a plataforma do Sapo bloqueia uma funcionalidade (o stacounter) que tenho aqui no blog há muitos anos e não me deixa reinstalá-la. Primeiro recebi uma mensagem a dizer que não tenho permissão para fazer essa acção (no meu próprio blog), depois que foi desactivada ter conteúdo malicioso, o que não é verdade pois tenho-a aqui no blog a funcionar há muitos anos sem problema algum.

 

Não gostam dessa funcionalidade. Têm uma própria que querem que usemos. Dizem que esses sites põem janelas de publicidade indesejada no blog. Em oito anos tal coisa nunca me aconteceu. Mas tudo bem, não gostam, não a usem. Agora, não entendo que não me permitam a mim usá-la. Afinal, se aparecessem janelas de publicidade no meu blog, o problema era meu...

 

Incomoda-me, no sentido do prejuízo emocional, a ideia de não poder ser livre a gerir aquilo que é da minha autoria. Não me parece uma exigência absurda e, mais importante ainda: hoje bloqueiam-me um código e amanhã do que é que não gostam e bloqueiam?

 

Enfim, depois disto, já não me sinto aqui bem-vinda e, portanto, também não me sinto à vontade.

Ora, eu não tenho o blog para me chatear que para isso já basta a vida.

 

Não sei o que fazem as outras pessoas quando não se sentem bem-vindas mas eu cá afasto-me. Não quero ser uma imposição mas quero manter a liberdade de ter o blog como me apetece, portanto achei que devia ir para outro lado.

 

Se não me custa? Claro que me custa... são mais de 10 anos aqui, no Sapo, a escrever, praticamente todos os dias. Foram 21.815 posts, 11.678 comentários. Não é pouca coisa. Foram muitos anos bons em que me diverti a escrever aqui.

 

Bem sei que o que escrevo e como o escrevo não agrada a muita gente mas isso não me incomoda porque acho normal as pessoas divergirem nas opiniões e discutirem as ideias e ademais estou muito habituada a ser criticada porque desde que me lembro de mim que marcho ao contrário dos pelotões. E penso que não devia incomodar ninguém. O que me incomoda é não poder ter o blog como quero. De modo que achei que estava na hora de ir e estive ontem a reconstruir o blog noutra plataforma.

 

Vou deixar esta blog aberto, evidentemente. Tenho aqui 10 anos de textos, imagens e vídeos. E se a maioria das imagens e vídeos que partilhei aqui não são da minha autoria, os textos são.

 

Hei-de vir aqui regularmente ver se tenho comentários e responder-lhes. Tenho alguns posts que têm sempre visitas, alguns escritos há muitos anos, como, ‘Tons de Azul’, ‘Sabia que pode doar o cabelo ao IPO?’ e ‘Filósofos e pensadores sobre a educação’, os 3 posts que mais visitas têm no blog. De modo que hei-de cá vir responder e também tirar textos meus que aqui escrevi ao longo destes, tantos, anos.

No meio de tanto que escrevi há textos que não têm grande interesse ou até nenhum interesse, a não ser para mim porque me destressam (o que é um dos grandes objectivos do blog), no entanto, acho que também tenho aqui muitos textos bem escritos e não mal pensados.

 

Um blog é uma espécie de conversa no Ágora à maneira dos gregos antigos: por um lado é uma plataforma onde podemos exercer os nossos direitos de cidadania e ser uma voz crítica dos assuntos da res publica que a todos nós interessam. Por outro, não sendo um blog especialista em um assunto particular, é um lugar de partilha: do que aconteceu no dia, de assuntos de educação porque sou professora e me tocam mais, do que li e acho que pode interessar a outros, dos filmes que vejo, de temas que acho tem interesse partilhar, como a música, a arte etc. e também do que me apraz dizer acerca deles, para quem quiser ler, discutir, criticar.

 

É claro que muita gente não gosta do que escrevo e como o escrevo, mas esses são livres de não me ler ou de contrariar o que digo. Isso para mim é tudo normal. O que não é normal é não poder fazer com o meu blog o que entendo.

 

Agradeço à equipa do Sapo os anos de apoio ao blog, agradeço a todos os que vieram aqui visitar, comentar, criticar, partilhar ideias e apoiar. O blog na outra plataforma está igual, só lhe mudei o nome. Agora chama-se IP azul.

 

Aos que querem continuar a ler-me, podem fazê-lo aqui neste link:  https://ipbeatrizja.blogspot.com  ; aos outros, espero que fiquem bem.

 

beatrizja

 

publicado às 11:28


22 comentários

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De Pedro a 04.11.2019 às 10:46

Beatriz,
Como membro da equipa, tenho o meu ponto de vista sobre a situação que refere, e que procurei esclarecer no nosso blog de equipa, mas o mais importante é mesmo aquilo que refere: sentirmo-nos bem onde estamos, seja por este ou aquele motivo. E se sente que precisa desta mudança, e que esta pode trazer ainda mais energia para continuar a escrever, então não me importo de ser o primeiro a desejar-lhe felicidades na nova casa.
Obrigado também pela sua presença aqui nestes 10 anos e boa continuação!
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De Manuela a 04.11.2019 às 14:53

Vou já pra lá LOL
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De Anónimo a 10.11.2019 às 11:04


Docente (*) é p’ra leccionar

O obstetra deve também ocupar-se da manutenção do colposcópio? Deve o pianista também afinar o piano? Espera-se do agricultor relatórios do consumo per capita da abóbora? Alguém pede ao economista a avaliação das calorias do cabaz de bens alimentares preferidos dos portugueses? E ao sapateiro, alguém pensaria exigir-lhe grelhas com descritores dos vários tipos de capas para tacões?

Francisco Martins da Silva

(...) Por que razão vivem os docentes submersos em tarefas e responsabilidades que nada têm que ver com leccionar? Não é da mais elementar lógica os professores ocuparem-se em exclusivo dos alunos e da leccionação? Que espaço se reserva à escola no meio de tanta acta, relatório, formulário, grelha, planificação, avaliação, tanto decreto a cada hora revogado e a cada hora revisto? (...)
Que tempo resta para a escola? Além de leccionar às turmas que lhes cabem e de ainda poderem ser directores de turma, coordenadores de directores de turma, coordenadores de ciclo, coordenadores de departamento, representantes de grupo disciplinar, coordenadores de projectos, tutores, membros do Conselho Geral, adjuntos da Direcção, et cetera, et cetera, as caixas de correio dos professores recebem de manhã à noite, todos os dias da semana, um sem-número de e-mails, e transbordam permanentemente de urgências burocráticas designadas por PEI, UFC, RTP, CEB, PIT, EMAI, ELT, ACES, ULS, CPCJ, CRI, JNE, PL2, SPO, EO, DT, DEE, PHDA, ME, CAA, CT, EE, PAA, DAC, EECE, CP, PES, EFA, PASEO, IDNMSAI, PE, CAF, CD, ARA, PARA…
Não, não vou aqui maçar ninguém a explicar o que significam todas estas premências, desde logo porque, havendo tantas, nenhuma pode ser importante. Em boa verdade, que se saiba, nenhuma destas siglas muda seja o que for no dia-a-dia de um só aluno.
Apenas motivam infindáveis reuniões e formulários e são um inferno para os professores, transformando-os em adivinhadores de um ror de dificuldades cognitivas, psicológicas, relacionais, familiares e outras hipotéticas problemáticas. A produção desta papelada é um fim em si, pois nunca se fará qualquer balanço ou avaliação dos seus efeitos nem sequer dos seus custos.
Mas permitam-me ainda assim que desvende um dos possíveis significados da sigla CT: Conselho de Turma!… E que fazem os professores nos conselhos de turma, um por turma (há docentes que têm mais de dez turmas), no meio e no final de cada período, sempre fora do horário, sempre fora de horas e a somar a tudo isto? - Pois conferem a imensa papelosa produzida por todas as outras siglas, harmonizam-na para que não se contradiga e não decepcione a inspecção, e no fim debitam mais um papel - a acta. “Circunstanciada”, claro.
Por que carga de água se exige então aos professores todo este estéril trabalho extra, que não é pago, não é da sua competência e agride o seu estatuto? A resposta é simples: controlando cada vez menos a sala de aula, cada vez mais o sistema de ensino se concentra em tudo o que lhe for lateral.
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De beatriz j a a 10.11.2019 às 11:34

Estou de acordo com a maioria do que se diz no artigo. Parece-me que há uma desconfiança básica acerca dos professores e é daí que vêm todos estes relatórios e papéis. São para controlar os professores. É claro que esse esvaziamento da autonomia dos professores e a judicialização do ensino, se por um lado, trazem mais transparência, por outro introduzem um formalismo rígido que desvirtua o acto pedagógico. Por exemplo, lembro-me de uma aluna há uns anos que tinha um problema de saúde e quando quisemos saber o que devia fazer-se em caso de episódios, uma das coisas que dizia era que devia tirar-se roupa para ter um choque térmico. Quem seria o professor que nos dias que correm faria tal coisa...?
Por outro lado, parece-me que os governos querem levar o rigor científico à profissão, no sentido de detectarmos tudo, vermos tudo, tratarmos tudo mas, como isso é acompanhado de de contenção de custos e desorçamentação, reduzem os processos a preencher papelada para substituir a falta de técnicos especializados nas escolas; ora, como a papelada cada vez mais retira tempo aos professores, que cada vez mais têm mais trabalho, acaba por ter um efeito perverso que é o de ser um formalismo sem conteúdo.
Finalmente os alunos de quem o ME da educação fala nos papéis, formações, decretos e legislação, não existem, são constructos teóricos, passe o pleonasmo. Uma abstracção. Só que nós professores, lidamos com os alunos reais, pessoas humanas, e não com essas categorizações formais. E há uma enorme diferença entre uns e outros, sendo que essa papelada não ajuda a não ser pirricamente e por acaso.
Mas o principal objectivo do ME é poupar dinheiro e tudo o resto é acessório.
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De Alfredo a 06.07.2020 às 18:49

Obrigado por criar esse conteúdo, nós o seguiremos no outro blog
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De beatriz j a a 06.07.2020 às 19:09

Obrigada!!
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De Antia a 29.11.2020 às 17:58

Minha linda fotografia, também gostei do blog, saudações
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De Anónimo a 15.01.2021 às 19:46

Aciganado!!! E qual é o problema? Olhe eu sou cigano e tenho ar de cigano. Não gosta?
Não sei comentar no seu novo blogue. Vai neste.
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De beatriz j a a 15.01.2021 às 19:57

Os ciganos tradicionais (não os outros que estão integrados na sociedade) têm um modo próprio de vestir-se e pentear-se e isso. Reconhecemo-los quando os vemos. O problema não é nenhum a não ser para Ventura que tem uma espécie de revolta ou ódio aos ciganos e isso tem piada.
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De Anónimo a 21.02.2021 às 18:17

Pelo que escreve de Carlos Antunes e de Isabel do Carmo, deduzo que não tem idade suficiente para ter conhecido o antes do 25 de Abril nem o que foi a guerra colonial. Eu fui obrigado a fazer parte do exército nesse tempo pelo que tenho uma perspectiva completamente diferente. Guerra não é o mesmo que escrever em blogues e quem morre não o faz de maneira ecológica. Vêem-se mesmo as tripas a sair para fora.
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De beatriz j a a 21.02.2021 às 19:13

Tenho idade, sim. E o que é que o senhor sabe do que foi a minha vida ou das coisas por que passei?

A questão é que uma coisa não tem que ver com outra. Lá porque o passado foi de guerra e as pessoas sofreram têm direito em aterrorizar e matar outros?

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De Anónimo a 21.02.2021 às 19:52

"oi de guerra e as pessoas sofreram têm direito em aterrorizar e matar outros? "
??????
Não, têm o direito a deixarem-se matar.
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De Anónimo a 23.02.2021 às 21:42

"Uma carta aberta a apelar à censura"
Este título dá-me razão. É óbvio que não tem idade para saber o que é a censura.
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De beatriz j a a 23.02.2021 às 22:07

o dia de trollar é à segunda...
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De Anónimo a 24.02.2021 às 10:29

Estranho. É que pôs a sua trollice num terça. Não segue as regras que impõe?
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De Anónimo a 01.12.2022 às 10:19

Nunca explicou por que é que viola as próprias regras.
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De Anónimo a 01.04.2021 às 15:21

"Louçã, pelos vistos é outro negacionista ignorante, defensor do grande líder Estaline."
Muito estranho! Um trotskista de sempre virou estalinista depois de velho? É difícil de acreditar.
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De beatriz j a a 01.04.2021 às 18:17

O Louçã e o BE são orfãos de ideologia. Sempre foi esse o seu problema e não podendo ser comunistas, porque esse lugar já estava ocupado, tornaram-se comunistas disfarçados de trotskistas - esta é a minha impressão dele e do partido dele. Mas são comunistas.
Não se pode dizer mal da grande pátria do comunismo que aparecem logo a dizer que não foi totalitarismo como o nazi, foi melhor, porque lutaram contra Hitler. Mas Hitler lutou contra eles. Se por acaso Hitler tivesse ganho a guerra, o que se diria seria o exacto inverso: que H. não foi assim tão mau porque lutou contra o totalitarismo comunista de Estaline.

Mas sim, Louçã faz dizer que é trotskista. Quem quiser que acredite nas homilías dele.
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De Amaral a 30.11.2021 às 12:22

Isto é muito bom e posiciona-o em Portugal onde tem os seus leitores

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