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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
É irónico que seja um partido que se autodenomina Livre a querer tirar aos pais a liberdade de darem aos filhos a educação que entenderem. Em vez de defenderem o fim da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), deveriam preocupar-se com os alunos que não têm educação moral e, em primeiro lugar, não confundir educação moral com catequese.
Dizer que quem não frequenta a disciplina de EMRC não tem educação moral é um disparate abaixo da crítica séria... e acerca da liberdade religiosa, fala como se os pais não pudessem, querendo, pôr os filhos na catequese, primeiro e, depois, quando mais velhos, nos grupos que a igreja católica tem dirigidos para jovens adolescentes que ensinam a moral religiosa católica e discutem os seus problemas. A escola não devia ser tida nem achada num processo de ministrar ensino religioso, visto que estamos num Estado laico e que as confissões religiosas o podem muito bem fazer.
Percebemos que o faça porque a religião tem um grande peso na sociedade portuguesa e nenhum partido tem coragem de mexer nisso, agora vir dizer que não ensinar nas escolas a RMC atenta nas liberdades de ensino, é um disparate.
Para além disso, não é verdade que a disciplina de EMRC ensine a cidadania plena, pois ensina-a de um ponto de vista da moral religiosa católica, o que é uma particularização de uma ética, essa sim, universalizável. E os alunos aprendem acerca da cidadania, mesmo que não houvesse essa disciplina no currículo, que há, porque a cidadania aprende-se sobretudo, pelo exemplo e pela prática, isto é, pelo exercício, orientado, dos seus direitos e deveres dentro da escola e dentro do Estado, sendo que as questões críticas da Ética e das diversas morais, fazem parte do programa de Filosofia e são amplamente trabalhadas.
De modo que esta crónica, para além de enganos sobre o que se faz nas escolas, também contém disparates.
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