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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
What makes a good leader? What kind of leader can induce humans to endure hardships and expend effort toward a common goal? What exemplary traits mark out a leader and allow him or her to execute the requisite tasks with skill, induce a harmonious fellowship among those for whom he is responsible, maintain loyalty and mission clarity among the ‘troops’, whomever they might be?
Sexta-feira fui até Lisboa. A intenção era ver uma exposição, almoçar com o filho e ir dar uma volta aos saldos. Vi a exposição, almocei com o filho mas, logo a seguir, entrei no alfarrabista da Sá da Costa ao Chiado e esqueci-me dos saldos. Perdi-me lá... Saí de lá com um livro do Xenofonte, o grande general grego (que na minha cabeça aparece sempre com a imagem daquele prussiano impressionante que agora não lembro o nome) também escritor, traduzido e prefaciado pelo Aquilino Ribeiro. Já li o livro numa edição inglesa há muito tempo mas a ideia de o ler traduzido pelo Aquilino -nem sabia que ele traduzia do grego- atraiu-me logo. Um prefácio fantástico (ainda se usava o trema, que delícia) onde conta a história da própria tradução (só por si é uma história à parte) que acaba com essas palavras que podem ler-se na imagem; embora escritas em 1938, podiam muito bem ter sido escritas hoje, mais coisa menos coisa. Sabendo nós o que aconteceu logo no ano a seguir, é dramático pensar que as palavras encaixam bem no tempo presente.
"Enquanto se iam aproximando o inimigo (os mosinos) não se moveu, mas quando se aproximaram eles carregaram e forçaram-nos a retirarem-se, matando nativos (também mosinos) e alguns dos gregos que se lhes tinham juntado, como aliados, no assalto. Continuaram a matança até verem os outros gregos chegar em seu auxílio; aí voltaram para trás. Cortaram as cabeças dos que tinham morto, e mostraram-nas aos gregos e aos seus inimigos, enquanto dançavam e cantavam.
Os gregos ficaram furiosos com isto. A sua acção tinha aumentado a confiança do inimigo e os gregos que tinham ido como aliados dos nativos fugiram, embora fossem em grande número. Isto era uma coisa que nunca tinha acontecido em toda a campanha.
Xenofonte reuniu os gregos e falou-lhes deste modo: 'Soldados, não devem perder o coração por causa dos eventos recentes. Asseguro-vos que têm tanto de vantajoso como de desvantajoso. Em primeiro lugar, temos agora a certeza que os homens que vão como nossos guias são genuínos inimigos daqueles que vamos combater. Depois, os gregos que não asseguraram a sua posição e que foram com os nativos por acharem que eram tão bem comandados por eles como por nós, levaram uma lição e não voltarão a fazer o mesmo.
O que têm a fazer agora é conduzirem-se de tal modo que apareçam sempre aos nativos, mesmo aos que estão do nosso lado, como melhores homens do que eles são, e deixar claro ao inimigo que não estarão a lutar com o mesmo tipo de homens que os outros, que não estavam devidamente organizados."
( Os Bárbaros Mosinos in Xenofonte, A Expedição Persa, ed. Folio Society)
Aprende-se muito a ler os gregos clássicos!!
Hoje chegou-me esse livro da Folio - A Expedição Persa do Xenofonte. Um livro que andava a querer ler há muito tempo e que aparece nessa edição linda. Só de olhar para o livro fico a salivar. Depois começo a folheá-lo e dou de caras com imagens de momentos da expedição como o que se vê aí em baixo. São tiradas de vasos gregos. Lembro-me de ir ver uma exposição de vasos gregos, há dois ou três anos, no museu de Arqueologia, nos Jerónimos. Uma coisa linda, linda. Como este livro que também o é: lindo, lindo.
Daqui até ao fim do ano vou lê-lo todo porque ainda por cima o Xenofonte escrevia duma maneira absolutamente cativante que nos faz entrar nos acontecimentos e ver o universal no particular. É fascinante.
O livro começa com o relato da morte de Dário e o desentendimento dos dois filhos por causa da posse do trono.
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