Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Quiz: how well do you know your Wagner?
O quizz é antigo mas é giro :)
Neste dia 13 de Fevereiro morreu Wagner.
Wagner era um romântico - No Domingo de Natal de 1870, ele e mais 17 músicos da orquestra foram até à porta do quarto de Cosima, sua mulher, e acordaram-na ao som de uma peça que ele tinha composto especialmente para ela, inspirado, em parte, pelo nascimento do filho, Siegfried, mas que incorporava elementos da vida em comum de ambos. Chamou-lhe O Idílio de Siegfried.
Wagner também era narcisista, anti-semita, misógino, tinha obssessão por dar cambalhotas, fazer o pino e vestir-se com roupas de mulher - 'negligés' e roupa interior de seda que comprava em Paris e guardava em sua casa numa sala secreta... Gottfried, o seu bisneto que escreveu um livro a desmistificá-lo, apela a que se acabe com as peregrinações a Bayreuth e com a sacralização do próprio festival.
Mas, na arte não há lugar para moralismos. Um dó continua a ser um dó e, um ré, um ré. Nenhum dos dois sabe nada de anti-semitismos ou outros ismos. E, apesar da polémica acerca dele ter plagiado o prelúdio e muitas outras partes do Tristão do Romeu e Julieta de Berlioz (Bernstein mostra-o aqui por volta da 1h) nada lhe retira a genialidade musical. Se tivesse que usar um só adjectivo para qualificar a música dele seria, 'selvagem'. Adoravelmente selvagem :)
"Wagner means total ecstasy," Maria Ossowski, a German art reporter and Wagner fan, told Berlin's rbb Inforadio. "Yes, he was a terrible person, but his music was grandiose."
(Kate Connolly, do Guardian)
Nem toda a gente gostava dele e da música dele:
Dizer que gosto disto é eufemismo grosseiro porque não sei gostar das coisas (e pessoas) aos quadradinhos pequeninos... e logo música! Adoro isto! Até me arrepio. Das coisas que mais tenho saudades do tempo de viver em Bruxelas era estar a 40 minutos da Alemanha, meia hora da Holanda, duas horas de Paris e menos uma hora de Londres e poder ter acesso a temporadas de ópera como deve ser. A excitação do pano subir e aquela magia toda acontecer... enfim, foi bom enquanto durou.
Para amantes de Wagner deixo este link para um site com toda a discografia e videografia e outras coisas.
As coisas belas,
as que deixam cicatrizes na memória dos homens,
por que motivos serão belas?
E belas, para quê?
(António Gedeão)
Wagner: Die Meistersinger von Nürnberg / Barenboim · Berliner Philharmoniker
Ainda não encontrei o outro DVD... (tenho que sair da estrada principal e ir procurar numa ruela) mas entretanto encontrei este concerto. Aqui, os nove minutos finais do acto 1 das Valquírias. Lindo, lindo. O crescendo do último minuto passa uma tal carga de energia positiva emocionante directamente da música para nós que é difícil de descrever por palavras. Vou pôr isto no meu leitor de mp3 para ouvir de manhã a caminho da escola :)
A voz desta mulher... djesus! Até me vêm as lágrimas aos olhos... vou à procura do DVD.
(Uma produção horrível e incoerente para uma ópera que é um encantamento. Ela muito melhor que ele.)
(ouça-se bem alto, claro, em modo 'repeat'
Isto é agora:
Richard Wagner: romântico, narcisista, anti-semita, misógeno, tinha obssessão por dar cambalhotas, fazer o pino e vestir-se com roupas de mulher: 'negligés' e roupa interior de seda que comprava em Paris e guardava em sua casa numa sala secreta... Gottfried, o seu bisneto que escreveu um livro a desmistificá-lo, apela a que se acabe com as peregrinações a Bayreuth e com a sacralização do próprio festival. Pede ainda à própria família que torne pública a extensa correspondência entre o clã Wagner e Hitler.
Mas, na arte não há lugar para moralismos. Um dó continua a ser um dó e, um ré, um ré. Nenhum dos dois sabe nada de anti-semitismos.
"Wagner means total ecstasy," Maria Ossowski, a German art reporter and Wagner fan, told Berlin's rbb Inforadio. "Yes, he was a terrible person, but his music was grandiose."
Quiz: how well do you know your Wagner?
(Kate Connolly, do Guardian)
(ouça-se bem alto)
O coro dos homens ali entre o minuto 2.00 e o 2.30 arrepia-me sempre. Já a encenação arrepia-me ao contrário...
No Parsifal de Wagner. Agora neste trecho, 'Amfortas' - embora não nesta versão mas numa das versões em CD que tenho. Isto tem que ouvir-se com o volume no máximo.
Neste dia morreu Wagner. No Domingo de Natal de 1870 Wagner, juntamente com mais 17 músicos da orquestra foram até à porta do quarto de Cosima, sua mulher, e acordaram-na ao som de uma peça que ele tinha composto especialmente para ela, inspirado, em parte, pelo nascimento do filho, Siegfried, mas que incorporava elementos da vida em comum de ambos. Chamou-lhe O Idílio de Siegfried.
Mais tarde teria que vender a peça por falta de dinheiro (Wagner passou a vida a fugir e a ser expulso de sítios, sobrretudo por causa de dívidas) e diz-se que Cosima chorou... Isto interessa sobretudo aos fanáticos do dia dos namorados e das demonstrações de amor - 'isto', a história, quero eu dizer, porque a música é lindíssima e interessa a todos que são melómanos :)
Isto foi o que disse Leonard Bernstein de Wagner, o compositor que afirmou, Destruirei a ordem estabelecida que separa o prazer do trabalho, que faz do trabalho um fardo e do prazer um vício, que torna um homem miserável por indigência e outro por superabundância.
Wagner é, de longe, o compositor que mais ódio e amor inflama nos outros. Ninguém é indiferente à sua figura que uns idolatram, outros odeiam e, outros ainda, como Bernstein, amam e odeiam na mesma dose. Com a música é a mesma coisa: uns adoram, outros detestam.
Hoje comprei um pequena biografia de Wagner -mais outra- e já li umas dezenas de páginas na viagem entre Lisboa e Setúbal. Nenhuma biografia, até hoje, me satisfez. Chego sempre ao fim com aquela sensação de faltar qualquer coisa...e de não ser ainda desta que alguém conseguiu dar uma certa unidade, ou fio condutor às inúmeras contradições que o configuram.
Esta é escrita por um autor de librettos de ópera, dramaturgo, novelista, romancista, tradutor e crítico da Academia Real Belga. Vamos ver se é desta.
...é o Tannhauser de Wagner. Adoro absolutamente essa orpa
Para ouvir de maneira a chatear todos os vizinhos eheh (também se pode usar headphones)
Adoro esta ópera. Do princípio ao fim. As três horas e meia inteirinhas.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.