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Um trabalho de uma professora e seus alunos na minha escola. O que pode esconder-se por detrás das flores que dão às mulheres no dia da mulher. É assim que o interpreto e acho-o bem conseguido.

 

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pormenor

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pormenor

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publicado às 08:59


O poder dos juízes

por beatriz j a, em 27.02.19

 

Juízes não podem ser responsabilizados pelas suas decisões, lembra CSM sobre Neto de Moura

 
Os juízes não podem ser penalizados pelas suas decisões pois se o fossem teríamos a justiça instrumentalizada o que seria contrário ao seu propósito de orgão soberano independente. Da mesma maneira que não penalizamos os deputados, o Presidente ou o governo pelas suas decisões. São orgãos de soberania, devem manter independência.
 
Agora, responsabilizados podem, sim. Se não há, devia haver, um orgão interno, penso que seja o CSM que regulasse e vigiasse a qualidade das decisões, no que respeita ao cumprimento da lei, à qualidade de objectividade e isenção das decisões e suas fundamentações. É evidente que fundamentações de decisões que se baseiam em convições pessoais sobre o demérito em geral das mulheres ou nos preceitos de religiões estão feridas de falta de objectividade e isenção no juízo.
 
Seria o mesmo que eu, que sou professora, professando uma religião, vamos supor, avaliasse o comportamento dos meus alunos negativamente por não estarem de acordo com os preceitos da minha [pessoal] confissão religiosa e seus preconceitos colaterais. Não estamos na Arábia Saudita. Acho que isto é evidente.
 
Por outro lado, estamos num país extremamente machista, muito atávico nos comportamentos e que considera que os direitos humanos, sendo dos homens são justos, sendo das mulheres são histerias feministas. Não falo apenas dos juízes. É em todo o lado. São os governantes, são as polícias, são os jornalistas. De cada vez que se fala em assédio sexual lá vêm os jornalistas, muitos que se exibem como grandes defensores dos direitos disto e daquilo, vociferar para os jornais que isso não existe a não ser na cabeça de mulheres histéricas, etc. Nem permitem, porque dominam o espaço público, que se fale no assunto.
 
Ora, os juízes são pessoas envelhecidas, em muitos casos, com uma mentalidade católica patriarcal, cheios desses preconceitos que defendem, como ainda o é publicamente por alguns padres com responsabilidade no país, que as mulheres devem ser recatadas, confinadas ao espaço do lar, submissas e prestáveis aos homens. Isso depois transparece nas suas decisões e no modo como minimizam o sofrimento e a situação de perigo das mulheres. É que têm como normal o exercício do poder patriarcal.
 
O Presidente da República, há pouco tempo, referiu-se à postura do governo relativamente aos enfermeiros como tendo que ser postos no lugar [é uma profissão de mulheres, como a dos professores] com uma mão de autoridade embora suave. Isto diz tudo... o governo deve ser uma espécie de pai da nação... isto era o que Salazar dizia. São pessoas do outro tempo com uma mentalidade atávica.
 
A mim o que me parece claro é que a justiça se não tem como prioridade a defesa e segurança dos inocentes e das vítimas falha o seu propósito e que um juíz deve saber aplicar a lei, não com formalismo oco que possa levar ao prejuízo da vítima e do inocente mas com interpretação que defenda a segurança e protecção da vítima.
 
As considerações acerca dos direitos dos criminosos vêm a seguir e não antes, nem em paralelo, com as considerações acerca das vítimas. É aqui que o tal orgão regulador interno devia intervir de modo pedagógico sempre que se apercebesse que houve falta de isenção, aplicação de lei com fundamentos em preconceitos subjectivos, falta de formação no entendimento da psicologia da vítima, etc. Não para que os juízes deixem de ser religiosos que cada um é o que quer ser nesse campo mas para deixarem de usar a religião, o atavismo ou a ignorância como argumentos de justiça, que não o são.
 
Algumas das considerações que se lêem nessas fundamentações de decisões revelam um desconhecimento básico da psicologia humana, tanto das vítimas como dos criminosos e, uma desvalorização dos direitos humanos das vítimas que é chocante.
 
Há muita falta de formação acerca da igualdade de direitos das mulheres perante a lei e não é só entre os juízes mas esses, como são orgãos de soberania com muito poder de interferir no curso da vida das pessoas, têm que ser mais exigentes consigo mesmos, têm que vigiar-se melhor, ter padrões de qualidade superiores e não podem ter discursos que os rebaixem ao nível do polícia que está na esquadra e que despreza a queixa da vítima dizendo-lhe que está a exagerar e que já deu um raspanete ao agressor de modo que agora ele já não vai repetir as agressões.
 
 

publicado às 06:12

 

8 mulheres mortas,

vítimas de violência doméstica,

neste ano de 2019

em Portugal.

Estamos só a 3 de Fevereiro.

 

publicado às 18:45

 

Este é mais um caso chocante. Uma mulher buscou activamente protecção e as entidades responsáveis pela sua proteção estiveram-se nas tintas e não mexeram uma palha para a ajudar.

 

Eu culpo o Costa que distribui boys incompetentes por todo o lado e só se mexe para os amigos políticos e o Centeno, que esventra todos os serviços públicos para enfiar o dinheiro nos amigos políticos e na banca.

 

Quantas pessoas mais têm que morrer? São os incêndios, são as ajudas que não chegam aos acidentes porque as pessoas não estão para atender o telefone, são as estradas sinalizadas perigosas que continuam a ser usadas porque ninguém mexe uma palha e as mulheres que morrem porque os que deviam actuar não querem saber.

 

PSP e Ministério Público falharam na proteção a mulher assassinada em 2017

O caso, ocorrido no ano passado, foi analisado pela Equipa de Análise Retrospetiva de Homicídio em Violência Doméstica, que concluiu que, apesar de a vítima ter sido “proativa na busca de proteção”, “não foi cumprido nenhum dos preceitos legais identificados” e a “atuação das entidades judiciárias [caracterizou-se] pela ausência de atuação”

 

Uma mulher morta pelo ex-companheiro em 2017 tinha feito queixa à polícia, mas nunca teve estatuto de vítima atribuído e, apesar de uma avaliação de risco elevada, não foram definidas medidas de proteção ou de afastamento do agressor.

 

 

publicado às 19:28


Mais uma 'histérica' que morreu

por beatriz j a, em 25.01.18

 

MP não fez nada. Mulher morreu 37 dias depois de ter apresentado queixa

 
 

publicado às 10:27


Coisas que infelizmente não surpreendem

por beatriz j a, em 07.01.18

 

Filhos de vítimas de violência doméstica chumbam cinco vezes mais

 

Um dos grandes problemas do mundo é a violência a que as crianças são expostas, seja em casa, seja fora de casa, em situações de guerra, de gangues, de subjugação doméstica, política, religiosa, etc., que as traumatiza, destabiliza, perverte e as leva, mais tarde, a reproduzir esses mesmos padrões de comportamento.

A quantidade de alunos que sabemos assistirem a cenas de violência em casa, a maioria das vezes quando os pais bebem e batem nas mães ou nas mães e nos filhos ou têm comportamentos sexuais com as filhas de modo que estas se trancam nos quartos assim que os pais entram em casa... como é que isto não há-de afectar o estudo...?

 

publicado às 14:12

 

 

O agressor não esteve pacífico. Esteve passivo o que é muito diferente. Quem lê a notícia, da maneira como é reportada, não fica com a ideia do agressor, o marido, como um homem violento, apesar de lá se dizer que a vítima morreu esfaqueada por ele. É que esta expressão, 'agressor pacífico', dá ideia que o indivíduo se 'passou' e depois voltou ao seu estado de ser pacífico, o que não pode ser verdade, dado ter acabado de esfaquear a mulher e depois ficar a vê-la morrer.

A linguagem que se utiliza importa porque transmite uma interpretação contextual. Em Portugal ainda se desvalorivam estes crimes de 'paixão' como se houvesse crime sem pathos e fosse mais desculpável o crime de ciúme ou honra que o de roubo.

Em quantas vítimas já vamos este ano?

 

Homem esfaqueou a mulher até à morte em Esmoriz, Ovar

"O agressor esteve sempre pacífico até à chegada das autoridades, altura em que foi detido", disse à Lusa comandante dos bombeiros de Esmoriz"

 

 

publicado às 18:46


71 por dia

por beatriz j a, em 21.10.15

 

 

 

...desde janeiro a junho deste ano foram registados 12.998 casos de violência doméstica pela GNR e pela PSP no país todo. Uma média de 71 por dia.

 

... fora as que não são feitas e as que acabam em homicidios, claro. 

 

 

publicado às 04:19


Desfazendo preconceitos: violência doméstica

por beatriz j a, em 15.09.14

 

 

 

A culpa está no/a abusador/a, não na vítima.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado às 16:03


A guerra mais antiga a decorrer no planeta

por beatriz j a, em 09.09.14

 

Violência doméstica custa US$8 trilhões por ano, e é pior que guerras, diz estudo

“Para cada morte civil em um campo de batalha, nove pessoas... são mortas em desavenças interpessoais”, escreveram Anke Hoeffler, da Universidade Oxford, e James Fearon, da Universidade Stanford, no relatório.

 

Nos últimos anos, cerca de 20 a 25 nações sofreram com guerras civis, o que devastou muitas economias locais e custou cerca de 170 bilhões de dólares por ano. Os homicídios, a maioria de homens e não relacionados com brigas domésticas, custaram 650 bilhões de dólares.

Mas estas cifras se apequenam diante dos 8 trilhões de dólares anuais do custo da violência doméstica, cuja maioria das vítimas são mulheres e crianças.

 

 

Quando é que os governos vão tratar este problema a sério...? Quando é que as organizações mundiais vão tratar deste problema e deixar-se de discursos de aceitação cultural da violência contra as mulheres?

Quando é que as religiões, os homens que mandam nas religiões, que perpetuam este padrão misógeno de domínio e controlo das mulheres pelos homens, vão começar a comportarem-se como seres humanos decentes...?

 

 

publicado às 20:18


In God's Shadow (estive a ler isto)

por beatriz j a, em 29.05.14

 

 

 

Uma tese sobre a especificidade da violência doméstica -que atinge uma em cada 3 mulheres no planeta e representa 85% de toda a violência doméstica- em comunidades religiosas. Quem a defende é Michel Gilad, um investigador da Universidade da Pensilvânia, com o objectivo de fornecer, a advogados, políticos e juízes -sobretudo-, instrumentos de esclarecimento das dinâmicas específicas da violência contra as mulheres em contextos religiosos. A tese não é contra as religiões, é a favor da liberação das mulheres da violência que sofrem. Apesar de parecer grande, não está escrita em jargão legal mas em linguagem natural e lê-se muito bem porque está muito bem escrita.

No dia em que não houver investigadores que investiguem e partilhem as investigações...

Hoje em dia, por causa da internet, já não é necessário pertencermos a um circulo restrito de uma universidade para termos acesso aos resultados das investigações que lá se fazem pois muitos investigadores, como este, disponibilizam os seus trabalhos online. Não há nenhuma razão para não nos educarmos e reduzirmos um pouco a nossa ignorância relativamente a muitos assuntos, podendo fazê-lo... na realidade, há trabalhos destes que, em termos de conhecimentos e de motor de evolução de práticas, valem mais que 100 acções de formação daquelas obrigatórias para inglês ver...

 

 

In God's Shadow: Unveiling the Hidden World of Domestic Violence Victims in Religious Communities


Michal Gilad


University of Pennsylvania Law School

September 25, 2013

U of Penn Law School, Public Law Research Paper No. 13-27

 

Religious ideologies, traditions, teachings, and practices represent a significant aspect of the life and culture for most people in the United States and around the world.18 Religious concerns are primary issues central to many people’s lives.19 In general terms, religion is a lens through which individuals of faith perceive and interpret reality.20 As a result, it has an substantial effect on all aspects of the life of the individual.

 

Different from other systems of meaning, “[r]eligion is unique in centering on what individuals hold to be sacred,”22 and thus has greater command over a person’s cognition. Religious victims of domestic abuse must not only confront the abuse and the tormentor, but also their own ingrained ideologies, beliefs, values, and perceptions, which are constantly challenged in this crisis situation.

 

Despite the dominance of religion in our society, and its fundamental influence on countless individuals suffering from domestic abuse, religious concerns and their consequences are rarely taken into consideration when devising legal strategies to combat domestic violence. In fact, legal practitioners and criminal justice professionals are often oblivious to the unique set of sensitivities and challenges experienced by religiously devout victims of domestic violence, or underestimate the severity and intensity of eligious issues in the legal context. Ignorance or avoidance of these prominent issues when implementing anti-domestic-violence laws and policies can result in grave failures and errors in the legal implementation.

 

 

publicado às 17:01


A violência doméstica...

por beatriz j a, em 19.06.12

 

 

 

Seixal

Lança fogo à mulher por ciúmes

Homem, de 64 anos, lança fogo à mulher, de 46. Mais um episódio de violência doméstica. Para ler no CM

 

Está demais. Todos os dias há uma notícia duma mulher atacada, seja com facas, com pistolas, com fogo, com ácido, à pancada... por ciúmes. Estes indivíduos estão a ser condenados ou levam um raspanete e vão para casa?

Seria bom que, a par das notícias dos ataques houvesse notícias dos julgamentos destas pessoas, para sabermos como a lei e a justiça lidam com estes casos.

 


publicado às 07:36


terrorismo é o quê?

por beatriz j a, em 28.12.11

 

 

 

 

Agredida quatro anos à paulada

Um homem, de 50 anos, residente na Chamusca, que ao longo de quatro anos espancou a mulher, obrigando--a a dar-lhe o dinheiro que ganhava e a dormir ao relento, na tentativa de escapar à violência, foi condenado a dois anos e quatro meses de cadeia, suspensa, pelo Tribunal da Golegã.

A pena deixou satisfeito o seu advogado, Domingos Mota Vieira.

 

Não havia o advogado de ficar satisfeito? Quatro anos a espancar e a roubar a mulher e é condenado a....levar um raspanete e ir embora à sua vidinha de violência. Aqui quem é condenada é a mulher que, depois de ter sido agredida e roubada durante quatro anos vê o agressor ir para casa na boa.

Grande mensagem que se envia a todos os tipos que andam para aí a aterrorizar diariamente as mulheres, às vezes até à morte. O terrorismo, se for de muçulmanos contra cristãos é uma coisa gravíssima! Mas se for de homens contra mulheres é uma coisa apenas doméstica... estes casos deixam-me sempre a pensar se quem julga é o juíz ou o homem por detrás dele...

 

publicado às 12:39

 

 

 

 

publicado às 14:17


contra a violência doméstica

por beatriz j a, em 07.04.10

 

 

 

Campanha AI e women'secret: contra a Violência Doméstica





Uma Campanha da:


 

 

 

 

Das 81 queixas diárias registadas, que são uma parte dos casos de violência, já que muitos ficam por denunciar, 85% são mulheres.

 

 

http://violenciadomesticanaopodeserumsegred.blogspot.com/

 

 

 

 

publicado às 22:27


violência doméstica

por beatriz j a, em 28.11.09

 

 

Morol, artista plástica turca

 

 

 

publicado às 07:00


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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