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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Um trabalho de uma professora e seus alunos na minha escola. O que pode esconder-se por detrás das flores que dão às mulheres no dia da mulher. É assim que o interpreto e acho-o bem conseguido.
pormenor
pormenor
8 mulheres mortas,
vítimas de violência doméstica,
neste ano de 2019
em Portugal.
Estamos só a 3 de Fevereiro.
Este é mais um caso chocante. Uma mulher buscou activamente protecção e as entidades responsáveis pela sua proteção estiveram-se nas tintas e não mexeram uma palha para a ajudar.
Eu culpo o Costa que distribui boys incompetentes por todo o lado e só se mexe para os amigos políticos e o Centeno, que esventra todos os serviços públicos para enfiar o dinheiro nos amigos políticos e na banca.
Quantas pessoas mais têm que morrer? São os incêndios, são as ajudas que não chegam aos acidentes porque as pessoas não estão para atender o telefone, são as estradas sinalizadas perigosas que continuam a ser usadas porque ninguém mexe uma palha e as mulheres que morrem porque os que deviam actuar não querem saber.
Uma mulher morta pelo ex-companheiro em 2017 tinha feito queixa à polícia, mas nunca teve estatuto de vítima atribuído e, apesar de uma avaliação de risco elevada, não foram definidas medidas de proteção ou de afastamento do agressor.
Um dos grandes problemas do mundo é a violência a que as crianças são expostas, seja em casa, seja fora de casa, em situações de guerra, de gangues, de subjugação doméstica, política, religiosa, etc., que as traumatiza, destabiliza, perverte e as leva, mais tarde, a reproduzir esses mesmos padrões de comportamento.
A quantidade de alunos que sabemos assistirem a cenas de violência em casa, a maioria das vezes quando os pais bebem e batem nas mães ou nas mães e nos filhos ou têm comportamentos sexuais com as filhas de modo que estas se trancam nos quartos assim que os pais entram em casa... como é que isto não há-de afectar o estudo...?
O agressor não esteve pacífico. Esteve passivo o que é muito diferente. Quem lê a notícia, da maneira como é reportada, não fica com a ideia do agressor, o marido, como um homem violento, apesar de lá se dizer que a vítima morreu esfaqueada por ele. É que esta expressão, 'agressor pacífico', dá ideia que o indivíduo se 'passou' e depois voltou ao seu estado de ser pacífico, o que não pode ser verdade, dado ter acabado de esfaquear a mulher e depois ficar a vê-la morrer.
A linguagem que se utiliza importa porque transmite uma interpretação contextual. Em Portugal ainda se desvalorivam estes crimes de 'paixão' como se houvesse crime sem pathos e fosse mais desculpável o crime de ciúme ou honra que o de roubo.
Em quantas vítimas já vamos este ano?
"O agressor esteve sempre pacífico até à chegada das autoridades, altura em que foi detido", disse à Lusa comandante dos bombeiros de Esmoriz"
... fora as que não são feitas e as que acabam em homicidios, claro.
A culpa está no/a abusador/a, não na vítima.
“Para cada morte civil em um campo de batalha, nove pessoas... são mortas em desavenças interpessoais”, escreveram Anke Hoeffler, da Universidade Oxford, e James Fearon, da Universidade Stanford, no relatório.
Nos últimos anos, cerca de 20 a 25 nações sofreram com guerras civis, o que devastou muitas economias locais e custou cerca de 170 bilhões de dólares por ano. Os homicídios, a maioria de homens e não relacionados com brigas domésticas, custaram 650 bilhões de dólares.
Mas estas cifras se apequenam diante dos 8 trilhões de dólares anuais do custo da violência doméstica, cuja maioria das vítimas são mulheres e crianças.
Quando é que os governos vão tratar este problema a sério...? Quando é que as organizações mundiais vão tratar deste problema e deixar-se de discursos de aceitação cultural da violência contra as mulheres?
Quando é que as religiões, os homens que mandam nas religiões, que perpetuam este padrão misógeno de domínio e controlo das mulheres pelos homens, vão começar a comportarem-se como seres humanos decentes...?
Uma tese sobre a especificidade da violência doméstica -que atinge uma em cada 3 mulheres no planeta e representa 85% de toda a violência doméstica- em comunidades religiosas. Quem a defende é Michel Gilad, um investigador da Universidade da Pensilvânia, com o objectivo de fornecer, a advogados, políticos e juízes -sobretudo-, instrumentos de esclarecimento das dinâmicas específicas da violência contra as mulheres em contextos religiosos. A tese não é contra as religiões, é a favor da liberação das mulheres da violência que sofrem. Apesar de parecer grande, não está escrita em jargão legal mas em linguagem natural e lê-se muito bem porque está muito bem escrita.
No dia em que não houver investigadores que investiguem e partilhem as investigações...
Hoje em dia, por causa da internet, já não é necessário pertencermos a um circulo restrito de uma universidade para termos acesso aos resultados das investigações que lá se fazem pois muitos investigadores, como este, disponibilizam os seus trabalhos online. Não há nenhuma razão para não nos educarmos e reduzirmos um pouco a nossa ignorância relativamente a muitos assuntos, podendo fazê-lo... na realidade, há trabalhos destes que, em termos de conhecimentos e de motor de evolução de práticas, valem mais que 100 acções de formação daquelas obrigatórias para inglês ver...
Religious ideologies, traditions, teachings, and practices represent a significant aspect of the life and culture for most people in the United States and around the world.18 Religious concerns are primary issues central to many people’s lives.19 In general terms, religion is a lens through which individuals of faith perceive and interpret reality.20 As a result, it has an substantial effect on all aspects of the life of the individual.
Different from other systems of meaning, “[r]eligion is unique in centering on what individuals hold to be sacred,”22 and thus has greater command over a person’s cognition. Religious victims of domestic abuse must not only confront the abuse and the tormentor, but also their own ingrained ideologies, beliefs, values, and perceptions, which are constantly challenged in this crisis situation.
Despite the dominance of religion in our society, and its fundamental influence on countless individuals suffering from domestic abuse, religious concerns and their consequences are rarely taken into consideration when devising legal strategies to combat domestic violence. In fact, legal practitioners and criminal justice professionals are often oblivious to the unique set of sensitivities and challenges experienced by religiously devout victims of domestic violence, or underestimate the severity and intensity of eligious issues in the legal context. Ignorance or avoidance of these prominent issues when implementing anti-domestic-violence laws and policies can result in grave failures and errors in the legal implementation.
Seixal
Homem, de 64 anos, lança fogo à mulher, de 46. Mais um episódio de violência doméstica. Para ler no CM
Está demais. Todos os dias há uma notícia duma mulher atacada, seja com facas, com pistolas, com fogo, com ácido, à pancada... por ciúmes. Estes indivíduos estão a ser condenados ou levam um raspanete e vão para casa?
Seria bom que, a par das notícias dos ataques houvesse notícias dos julgamentos destas pessoas, para sabermos como a lei e a justiça lidam com estes casos.
Um homem, de 50 anos, residente na Chamusca, que ao longo de quatro anos espancou a mulher, obrigando--a a dar-lhe o dinheiro que ganhava e a dormir ao relento, na tentativa de escapar à violência, foi condenado a dois anos e quatro meses de cadeia, suspensa, pelo Tribunal da Golegã.
A pena deixou satisfeito o seu advogado, Domingos Mota Vieira.
Não havia o advogado de ficar satisfeito? Quatro anos a espancar e a roubar a mulher e é condenado a....levar um raspanete e ir embora à sua vidinha de violência. Aqui quem é condenada é a mulher que, depois de ter sido agredida e roubada durante quatro anos vê o agressor ir para casa na boa.
Grande mensagem que se envia a todos os tipos que andam para aí a aterrorizar diariamente as mulheres, às vezes até à morte. O terrorismo, se for de muçulmanos contra cristãos é uma coisa gravíssima! Mas se for de homens contra mulheres é uma coisa apenas doméstica... estes casos deixam-me sempre a pensar se quem julga é o juíz ou o homem por detrás dele...
Das 81 queixas diárias registadas, que são uma parte dos casos de violência, já que muitos ficam por denunciar, 85% são mulheres.
http://violenciadomesticanaopodeserumsegred.blogspot.com/
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