Alireza Karimi Moghaddam, um cartoonista iraniano, ilustra a vida de Van Gogh usando as obras do próprio.

Há tanta paixão na pintura de Van Gogh, tanta vida, tanto sentimento... uma penetração emocional na realidade que é devolvida em cores, tons e ambientes. Mesmo quando pinta paisagens ou naturezas mortas, é sobre o mundo humano que fala. É muito emocionante. 

Vincent van Gogh: Summer's evening (1888)
Kunstmuseum (Basel)

 Vincent van Gogh (Dutch, 1853-1890) - Vegetação Rasteira Com Duas Figuras, 1890

Looking at the stars always makes me dream. (Van Gogh)

Milky Way Over Siberia by Víctor 

Excertos das cartas de Van Gogh a Theo, seu irmão:

In my unbelief I’m a believer, in a way, and though having changed I am the same, and my torment is none other than this, what could I be good for, couldn’t I serve and be useful in some way, how could I come to know more thoroughly, and go more deeply into this subject or that? Do you see, it continually torments me, and then you feel a prisoner in penury, excluded from participating in this work or that, and such and such necessary things are beyond your reach. Because of that, you’re not without melancholy, and you feel emptiness where there could be friendship and high and serious affections, and you feel a terrible discouragement gnawing at your psychic energy itself, and fate seems able to put a barrier against the instincts for affection, or a tide of revulsion that overcomes you. And then you say, How long, O Lord! Well, then, what can I say; does what goes on inside show on the outside? Someone has a great fire in his soul and nobody ever comes to warm themselves at it, and passers-by see nothing but a little smoke at the top of the chimney and then go on their way. So now what are we to do, keep this fire alive inside, have salt in ourselves, wait patiently, but with how much impatience, await the hour, I say, when whoever wants to, will come and sit down there, will stay there, for all I know?

I’m always inclined to believe that the best way of knowing is to love a great deal. Love that friend, that person, that thing, whatever you like, you’ll be on the right path to knowing more thoroughly, afterwards; that’s what I say to myself. But you must love with a high, serious intimate sympathy, with a will, with intelligence, and you must always seek to know more thoroughly, better, and more.

In the springtime a bird in a cage knows very well that there’s something he’d be good for; he feels very clearly that there’s something to be done but he can’t do it; what it is he can’t clearly remember,and he has vague ideas and says to himself, “the others are building their nests and making their little ones and raising the brood,” and he bangs his head against the bars of his cage. And then the cage stays there and the bird is mad with suffering. “Look, there’s an idler,” says another passing bird — that fellow’s a sort of man of leisure. And yet the prisoner lives and doesn’t die; nothing of what’s going on within shows outside, he’s in good health, he’s rather cheerful in the sunshine. But then comes the season of migration. A bout of melancholy — but, say the children who look after him, he’s got everything that he needs in his cage, after all — but he looks at the sky outside, heavy with storm clouds, and within himself feels a rebellion against fate. I’m in a cage, I’m in a cage, and so I lack for nothing, you fools! Me, I have everything I need! Ah, for pity’s sake, freedom, to be a bird like other birds!

An idle man like that resembles an idle bird like that.

[…]

You may not always be able to say what it is that confines, that immures, that seems to bury, and yet you feel [the] bars…

You know, what makes the prison disappear is very deep, serious attachment. To be friends, to be brothers, to love; that opens the prison through sovereign power, through a most powerful spell. But he who doesn’t have that remains in death. But where sympathy springs up again, life springs up again.

 Wheatfield Under Thunderclouds  [que cores...] (link within)

...uma experiência full immersion. 

A partir de 25 de Outubro no Palazzo degli Esami em Roma. Uma boa ocasião para ir a Roma...

A mostra utiliza la tecnologia SENSORY4™, um sistema único com projectores de alta definição e um som surround num ambiente multi-screen. Ao som de Vivaldi, Ledbury, Tobin, Lalo, Barber, Schubert, Satie, Godard, Bach, Chabrier, Satie, Saint-Saëns, Godard, Handel.

Um filme que conta a história de vida de Van Gogh usando as suas pinturas, tornadas vivas. Um projecto de 100 artistas dirigido por Dorota Kobiela e Hugh Welchman, com Aidan Turner, Saoirse Ronan e Helen McCrory. Lindo!!

© Ken Prior. Asperatus over Schiehallion, Perthshire, Scotland

via Arteide 

When Van Gogh was a young man in his early twenties, he was in London studying to be a clergyman. He had no thought of being an artist at all. He sat in his cheap little room writing a letter to his younger brother in Holland, whom he loved very much. He looked out his window at a watery twilight, a thin lamppost, a star, and he said in his letter something like this: ‘It is so beautiful I must show you how it looks.’ And then on his cheap ruled note paper, he made the most beautiful, tender, little drawing of it. 
- Brenda Ueland

Artwork by Kanicope (via berlim-artparasites)

É como Van Gogh se refere às suas telas produzidas em Arles. E tem razão. A arte é um consolo para os corações angustiados.

portrayal of a couple walking through a park in Arles  by Van Gogh.

 Wheatfield Under Thunderclouds - que cores...

The Wind by Van Gogh

... e esta é uma das pinturas dele que mais gosto. Um dia fiz-lhe um pequeno texto.

O Lírio de Van Gogh

Pequeno lírio do campo

direito resistes ao vento

puro, vestido de branco

vejo em ti o meu lamento.

Sozinho no prado do tempo

com a verdade por irmão

és dos outros o alento

não tem par teu coração.

bja

A matéria traz consigo a permanência das ideias e das pessoas que resistem ao roçar do tempo.

Pote de chá da autoria de Franz Collection inspirado na pintura 'Irís' de Van Gogh.

 monet

van gogh

Fui à Gulbenkian ver a parte II da exposição das Naturezas Mortas (havia fila para entrar). Esta segunda parte tem os impressionistas, os cubistas, surrealistas e contemporâneos. Tem fotografia (gostei imenso da de Charles Aubry) e escultura.

Gostei de muita coisa - do Rosseau, do Fantin-Latour, do Manet, do Dali, do Mário Eloy...- e de alguma outra não gostei. Eu gosto de ver o olhar do artista sobre a realidade mas há artistas que pintam, não o seu olhar sobre a realidade, mas o seu olhar sobre a sua própria mente numa determinada realidade. E isso não me interessa muito.

De tudo o que vi, duas telas me impressionaram enormemente. São essas duas aí em cima. Estas imagens estão a milhões de anos-luz dos originais. É preciso estar diante das telas para sermos atingidos pelo seu esplendor.

São ambas de uma exuberância magnífica mas muito diferentes pois a primeira é uma bofetada de cores quentes, os girassóis duma sensualidade quase carnal, enquanto a segunda é uma espécie de 'hino à alegria'. Sob um fundo de céu dum azul mediterrânico puro, o verde luxuriante (que nesta imagem não se percebe) das folhas enceradas do castanheiro todo em flor, com os cachos de flores brancas ondulantes é uma bofetada de primavera, de alegria exuberante que nos deixa uma impressão de hino à vida, de beleza absoluta. Um sorriso nos lábios que ainda não passou :)

Trocava o resto dos meus subsídios de férias e de Natal até ao fim da vida por estas duas telas...

By Erin Wayman

Smithsonian.com, June 09, 2011

July 13, 2005

Imagem aérea do Mar Báltico à volta da ilha de Gotland, Suécia, onde se pode ver 'phytoplankton', microscópicas plantas marinhas. Podia ter sido pintado por Van Gogh, de facto. Lembra-me o 'Céu Estrelado'.

Van gogh

Esta imagem é um pormenor do quadro da imagem abaixo. Num close-up destes é que uma pessoa percebe claramente o génio de Van Gogh. Visto aasim de perto parece uma pintura abstracta completa e é difícil perceber nestas camadas e camadas de tinta, o efeito que vemos que têm quando olhamos a pintura toda mais afastados.

van gogh

Pequeno lírio do campo

direito resistes ao vento

puro, vestido de branco

vejo em ti o meu lamento.

Sozinho no prado do tempo

com a verdade por irmão

és dos outros o alento

não tem par teu coração.

bja

De vez em quando gostava que alguém me fizesse o jantar e me chamasse para a mesa.

Van Gogh cortou uma orelha. Para se resguardar do ruído do mundo, talvez.... ou para não ouvir a voz de seu irmão Theo (Deus).

Numa outra vida, talvez a sanidade. Nesta? Que venha a loucura. Já!

vincent van gogh amendoeira em flor

(...)

"É curioso que em inglês, a palavra azul (blue) represente tanto o que é depressivo como o que é transcendente; que seja, ao mesmo tempo, a cor da santidade do céu e da pornografia. Talvez isto se deva ao facto da cor azul ficar bem como fundo - os artistas usam-no para criar o espaço nas suas pinturas; as estações de televisão usam-no como fundo onde podem sobrepor outras imagens - de tal modo que representa um lugar que está fora da vida normal, para além, não só do mar mas do próprio horizonte. 

Fantasia, depressão e Deus são azuis nos recantos mais misteriosos da nossa consciência.

Até ao século dezoito dizia-se 'blew' (sopro), o que me faz pensar, às vezes, nas calmarias equatoriais - as áreas entre os trópicos de Cancer e de Capricórnio onde os marinheiros chegavam a esperar semanas por uma brisa que soprasse e os deixasse seguir viagem."

Victoria Finlay, Colour, Travels through the paintbox, Folio Society, London

A arte...deve fazer mais do que apenar dar prazer: deve ter uma relação com a nossa própria vida de modo a alimentar a nossa energia espiritual (Sir Kenneth Clarck, Looking at Pictures)