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As férias este ano têm um sabor um pouco amargo porque sabemos que para muitos colegas o período de férias vai ser um inferno de incertezas e porque sabemos o que nos espera para o ano: mais trabalho por menos dinheiro.

 

Balanço do ano de governação do ministro Crato: muito mau. as únicas medidas positivas que tomou foram o fim dos PITs e a maior responsabilização de alunos e pais pela indisciplina. Mas, mesmo estas medidas são tomadas ao mesmo tempo que outras que a negam como o aumento do número de alunos por campo de concentração agrupamento, por turma e por professor que são medidas que fazem escalar a indisciplna nas escolas.

 

A autonomia de que tanto falava... uma quimera, no verdadeiro sentido da palavra, porque não existe e porque é um monstro de burocracia.

 

A gestão democrática das escolas uma miragem: as mesmas pessoas e estruturas do tempo da Lurdes Rodrigues (embora sem a medalha de 'titulares' mas com os defeitos que então desabrocharam).

 

A desvalorização da educação transformada em mera certificação.

 

A desvalorização da profissão de professor, domesticado em uniformizações de tendência absoluta.

 

Os 'esquemas' para explorar subrepticiamente os trabalhadores. Por exemplo, o cargo de Director de Turma tinha um bloco semanal (90 minutos) para tratar de assuntos como contactar com os pais, organizar as faltas dos alunos, justificá-las, eventualmente, falar com os alunos sobre a assiduidade e/ou a indisciplina e outros assuntos que surgem porque os alunos vêem muito o DT como uma figura de ajuda, etc. É muito pouco tempo. Pois este ano o minstro mandou que se reduzisse o tempo para as turmas do secundário: meio bloco (45 minutos...). É evidente que vamos trabalhar horas não pagas para a Direcção de Turma.

 

Para agravar a situação, os horários têm que ter 22 tempos lectivos semanais, o que dá 11 blocos de 90 minutos. Como a DT passou para meio bloco (45 minutos) o horário não bate certo. Por exemplo, se uma pessoa tem 5 turmas, cada uma com dois blocos semanais, têm 10 blocos, mais uma DT, ficam 10 blocos e meio, o que não pode ser porque os horários não podem ficar incompletos, têm que ter 11 blocos.

Neste caso, ou fica com duas Direcções de Turma, o que não aconselhável, por norma, ou tem que deixar a sua DT e aumentar uma turma ao horário e aí fica com horas lectivas extraordinárias. Como não se pode ter horas extraordinárias, não serão pagas...ou seja, poderemos ser obrigados a ter horas extraordinárias sem serem pagas... isto não afecta uma ou duas pessoas mas milhares!

 

Como se não fosse o bastante, todos os professores vão dar apoios lectivos para além das aulas, embora seja proibido considerá-los trabalho lectivo e são dados na componente do horário que é não lectiva.

 

Quer dizer, se para além disto tudo as pessoas ainda têm algum projecto ou clube que implica horas de trabalho semanal certas, depois de tudo marcado no horário sobram cerca de 6 horas por semana para o resto do trabalho: preparar as aulas, fazer fichas de avaliação, corrigi-las, ler, fazer formação, actualizar-se na sua área... fora o que tem que se trabalhar na DT porque os 45 minutos não chegam para nada como é evidente.

Por exemplo, este ano que passou dei quatro programas diferentes. Para cada turma tinha que preparar materiais próprios (que um professor não dá aulas a repetir os mesmos conteúdos da mesma maneira de ano para ano - neste ano que passou, por exemplo, mudei bastante a orgânica das aulas em virtude de passar a ter PC e projector nas salas de aulas), tinha que fazer leituras e pesquisa própria de actualização, tinha que organizar avaliações diferentes: umas faziam sobretudo testes, outra trabalhos com pesquisa sociológicas que implica organizar e orientar pesquisas, inquéritos à escola, produção de tabelas e gráficos. Enfim.... 6 horas por semana? É completamente ridículo! Não chega nem sequer para corrigir trabalhos...

E falo de mim que já não tenho um horário muito pesado (embora já não tenha a mesma idade e resistência física que tinha quando comecei) comparado com quem entrou há pouco tempo porque já dou aulas há muitos anos e tenho reduções: há quem dê aulas de disciplinas que só têm um bloco por semana, de modo que têm 8 ou mais turmas! É indescrítivel!

 

Portanto, vamos de férias com um sabor amargo, sabendo que o próximo ano vai ainda ser pior e sabendo que a margem de esperança na melhoria da educação está a estreitar-se cada vez mais.

 

É uma tristeza termos sindicatos que não têm interesse nenhum pelas questões da educação. Era urgentemente necessário que surgisse um sindicato apartidário verdadeiramente interessado em defender as questões educativas que substituísse as Fenprofs e FNEs e outros do género. Porque é irrelevante que os professores protestem ou se movam porque depois quem lá vai negociar são 'estes' sindicatos e dão cabo de tudo. Nestas últimas semanas algumas escolas moveram-se de tal modo que o ministro apareceu logo. Só que esses professores que se movem, mesmo que sejam 200.000, não estão credenciados para falar com a tutela de modo que no fim são as Fenprofs e FNEs que lá vão e fazem o que se sabe...

 

Também é uma tristeza sermos governados por pessoas tacanhas, tipo paus-mandados dos economistas incomptentes de serviço que nos puseram neste estado, que perpetuam os vícios do sistema e, acima de tudo, pessoas sem escrúpulos, que hoje afirmam o que amanhã negam.

 

Há para aí um estudo que diz que os professores estão cada vez mais desmotivados, Pudera! São verbos de encher! E como se isso não chegasse, dentro das escolas instigou-se a desconfiança entre os professores, instigou-se a competição em vez da colaboração entre professores e instigou-se a manutenção 'ad aeternum' das pessoas nos cargos o que por sua vez instiga a perpetuação dos vícios, dos abusos de poder, da falta de sentido crítico... etc. 

 

De modo que vamos para férias com um gosto amargo na boca.

 

Vamos ver como é para o ano... se pudermos fazemos um, 'Outro ano na vida desta professora'.

 

publicado às 10:25


Um ano na vida desta professora ... 100!

por beatriz j a, em 24.07.12

 

 

 

 

A 53 horas das férias...

 

publicado às 18:44


Um ano na vida desta professora ... 99

por beatriz j a, em 21.07.12

 

 

 

 

O sentido crítico e auto-crítico são virtudes muito raras, embora todos gostem de pensar que os têm. E não digo mais nada. Mas que certas coisas são extremamente desmotivadoras e desanimadoras, ah isso, são.

É triste que este ministro não tenha feito as correcções que prometeu e tenha mantido os erros que criticava.

Estou a precisar de férias.

 

publicado às 17:11


Um ano na vida desta professora ... 98

por beatriz j a, em 17.07.12

 

 

 

 

A caminho de uma vigilância. Não sei qual... Biologia ou MASC ou História...

 

(pequeno apontamento: a quantidade de gente que não tendo experiência nem conhecimentos sobre o trabalho nas escolas, atira princípios e conclusões sobre tudo o que lá se passa deixa-me perplexa...).

 

publicado às 07:30


Um ano na vida desta professora ... 97

por beatriz j a, em 13.07.12

 

 

 

 

Exame Nacional de Filosofia do 11º ano. Achei o exame bem feito. Um exame a sério (não tem questões para dizer umas 'cenas') que testa os conteúdos e obriga a um exercício de compreensão e argumentação. Acessível. Pergunta exactamente aquilo que é dado nas aulas e os alunos têm obrigação de saber. Dito isto, o único reparo que faço é à escolha do texto da última questão, sobre a crítica à indução, de Popper. Em vez de um texto do próprio Popper, aparece um texto do Vieira de Almeida que não é de fácil leitura. Estou convencida que a maior parte dos alunos não compreende o texto, embora possam responder mais ou menos orientados pela pergunta.

 

É preciso ver que, hoje em dia, só meia dúzia de alunos vão fazer o exame de Filosofia: os que não têm nota para passar e, portanto, têm que fazer o exame e, os que escolhem fazer este exame em vez de outra disciplina específica, como por exemplo, a Química ou a Geografia. Ora, estes alunos que sendo de ciências, substituem o exame de Química pela Filosofia, são os maus alunos. Ou seja, quem vai fazer o exame de Filosofia são meia dúzia de 'maus' alunos, com uma ou outra excepção, que sempre existem. Hoje estavam 2 alunos a fazer exame e, na 1º fase, acho que foram 4.

 

É tendo em conta este factor que acho que o último texto não era adequado. Então depois de ter visto o exame de Português do 12º, este exame de Filosofia do 11º é superlativamente mais exigente que o outro... mas está certo que seja exigente.

Os exames, ou são a sério, ou não vale a pena fazê-los. Devem ser acessíveis, sem rasteiras, perguntando o que foi dado.

 

No geral acho que tem nota muito positiva quem fez este exame de Filosofia.

 

publicado às 17:26


Um ano na vida desta professora ... 96

por beatriz j a, em 13.07.12

 

 

 

 

Hoje estive a vigiar o exame de Português do 12º ano, 2ª fase. Acho que bastava saber ler e escrever para passar no exame...

Tinha um texto do Memorial com 4 ou 5 questões do género, 'identifique a característica tal..' e indicava a linha onde tinham que ir buscar a resposta (!)

Tinha um texto do teatro Maria Matos com questões de escolha múltipla (também a indicar as linhas e períodos das respostas).

A questão mais extensa era acerca dos papéis de género na sociedade; ou seja, bastava dizer umas cenas...? A única questão que implicava estudo era uma questão para falar na importãncia de Álvaro de Campos no contexto da vanguarda europeia. O resto.... okay, tinha duas questões de gramática para identificar ou escolher uma alternativa na escolha múltipla.

Céus! Quando me lembro o que eram os nossos exames de Português na altura em que andei a estudar...

Se os alunos tiram más notas nisto, alguma coisa está muito mal...

 

Logo à tarde sou júri do exame de Filosofia. Vamos ver. Não vi o da 1ª fase.

 

 

publicado às 12:14


Um ano na vida desta professora ... 94

por beatriz j a, em 08.07.12

 

 

 

 

 

 

À medida que vou escolhendo e pondo os trabalhos dos alunos na revista vou lendo alguns. Agora fui dar com um trabalho do início do 2º período duns alunos do 11º ano de Humanidades. É um trabalho de dissertação argumentativa sobre o tema da guerra. Escolheram argumentar que a guerra não é um mal inevitável que faz parte da condição humana como é costume defender-se. O trabalho está muito bom. Lembro-me da discussão deste trabalho porque o grupo era constituído por três alunos (dois rapazes e uma rapariga) muito argumentativos e combativos, todos eles.

Vou escolher um excerto significativo para pôr na revista. Com este quadro do Picasso, talvez.

 

publicado às 17:32


Um ano na vida desta professora ... 93

por beatriz j a, em 08.07.12

 

 

 

 

Ainda não chegou o dia de 'rasgar papéis'. Hoje é dia de editar a Revista de Filosofia com os trabalhos dos alunos que este se atrasou (atrasei) enooooooormemente.... de tal modo que em vez das cerca de 25 páginas do costume vai ter aí umas 60. Não sei como vou encaderná-la depois sem gastar uma fortuna. Logo se vê.

 

publicado às 15:56

 

 

 

Ontem perto da meia noite, ou há bocado, consoante a perpectiva, recebi um mail duma aluna que acabou este ano o 11º ano e queria muito ter filosofia no 12º ano. É uma daquelas pessoas mesmo com queda para a interrogação filosófica e que tem prazer em apreciar um argumento inteligente. Infelizmente, desde que as faculdades deixaram de pedir a disciplina os alunos deixaram de escolher a disciplina no 12º ano.

Ela já me tinha pedido, no fim do ano, se eu não lhe dava explicações, ou isso, mas eu não dou explicações. No entanto, estou a pensar (mas ainda não lhe disse nada) que posso combinar uma hora por semana com ela na escola: vou dando-lhe uns textos para ela ler e podemos discuti-los depois.

Enfim, mas recebi há bocado o mail dela a dizer que estava com saudades da filosofia e se eu podia indicar-lhe uns livos para lr nas férias. CLARO QUE POSSO :)))))))

Uma miúda que foi parar lá à escola contrariada porque achava que o Liceu é que seria bom e que agora adora a escola. That's nice :))))

 

publicado às 05:23


Um ano na vida desta professora ... 91

por beatriz j a, em 29.06.12

 

 

 

 

Este ano, numa das reuniões de avaliação do 3º período dizia a um colega que de há uns dois anos para cá noto que as turmas do 10º ano precisavam dum 4º período. Dantes, o mês de Setembro e Outubro eram suficientes para pôr as turmas 'em ordem'. 'Em ordem', significa habituá-los a terem certos comportamentos sem os quais nenhum sucesso real é possível: chegar a horas, entrar na sala de aula normalmente, sem gritos nem correrias, trazer o material, sentarem-se, tirarem as coisas que precisam para trabalhar e porem-se em 'trabalho mode', por assim dizer.

Portanto, lá para Dezembro os alunos já estavam dentro da lógica de trabalho do secundário e começavam a subir as notas no 2º período, sendo que, no 3º já estavam a render bem.

Ora, o que se nota é que cada vez mais precisamos de todo o primeiro período para fazer o que dantes se fazia num mês e meio, o que faz com que, só no segundo período eles entrem no ritmo do trabalho necessário. Resultado: quando se chega ao fim do ano eles estão na situação em que costumavam estar no fim do 2º período.

Esse colega disse-me que também notava isso e que acha que em parte se deve a terem acabado com a interrupção que havia no início de Novembro. Eram três dias, mas era o suficiente para recarregarem baterias (eles e nós) depois do embate inicial e virem com outro estado de espírito. ao passo que agora o primeiro período é enormíssimo e sem quebras de modo que o corre mal avoluma-se à medida que se avoluma o cansaço e o extremo stress que são esses primeiros meses.

Acho que ele tem razão. A ideia de que, se trabalharmos estupidamente e com carga excessiva durante meses a fio sem nenhuma interrupção aumenta a produtividade é um erro que anda a pagar-se em insucesso.

 

publicado às 20:26


Um ano na vida desta professora ... 90

por beatriz j a, em 26.06.12

 

 

 

 

É hoje o dia de escrever o relatório (ainda não é esse) e os dois projectos. O que tem que ser tem muita força. (até porque deixei atrasar a Revista.... e tenho que acabá-la). Vou levar toda a tarde nisso.

 

O aparato jurídico (não pedagógico) que rodeia os exames chega a ser ridículo. E, como se viu, não é por aí que ser evita a fraude... evidentemente que há que tomar cuidados e precauções, como aliás sempre se fez, mas a partir dum certo ponto o que se faz já não tem a ver com eficácia mas com imagem.

Qualquer dia temos que nos ajoelhar e benzer antes de entrar no bloco dos exames...

De facto, cada vez mais nos querem tornar meros certificadores. Eu recuso reduzir-me a isso e não abdico de ser professora.

 

publicado às 12:22


Um ano na vida desta professora ... 89

por beatriz j a, em 21.06.12

 

 

 

 

Está a chegar a altura de tomar resoluções. A maior parte das pessoas toma resoluções (as que tomam) no fim de Dezembro que é o fim do ano civil mas eu estou habituada a funcionar por anos lectivos de modo que para mim estamos a chegar ao fim do ano e é altura de repensar o que foi feito (ainda não fiz aquele relatório dificil) e tomar decisões para o próximo ano.

Este ano foi muito difícil por causa de problemas paralelos, entre os quais ter andado doente grande parte do segundo período. Mas não só.

Para o ano vou dedicar-me ao trabalho. É uma óptima maneira de me distanciar de certas coisas destrutivas. Tenho um projecto que quero continuar, um que quero começar e outro que me foi sugerido pelo Director da escola e quero experimentar. Vou tentar fazer tudo nas minhas horas livres. Quero fazer as coisas ao meu passo.

Vou escrever umas coisas que andam na minha cabeça já há uns tempos. Quero ver se sou capaz de as passar para o papel.

Como não sei fingir vou manter distância de pessoas a quem sempre tratei com toda a amizade, e muito mais, e que não me tratam do mesmo modo.

 

publicado às 23:24

 

 

 

 

Hoje foi o exame de Português. Começava às duas da tarde e acabava às quatro mas tinha mais meia hora de tolerância. Se temos na sala um aluno/a com necessidades especiais é mais outra hora de tolerância. Como temos que estar na sala três quartos de hora antes do início do exame, na prática, entramos na sala às 13.15 e saímos de lá às dezassete. São quatro horas de seca...

 

Enfim, este ano, os cabeçalhos das folhas de resposta, para além de terem um espaço para o aluno indicar o número de páginas que utilizou, têm também um espaço para indicar o número de folhas utilizadas. Só que, segundo ordens (calculo que do ministério), uma folha tem quatro páginas! Confuso? Pois é. Alguém se lembrou de chamar a um caderno de folhas... 'uma folha'. Eu bem sei que agora o ministério põe a Matemática à frente de tudo mas não era preciso este equívoco de linguagem. É que existe um termo para designar esses conjuntos de folhas: 'caderno'.

Os alunos acabam o teste e ao preencher o espaço das páginas e folhas, não percebem -o que é natural, pois sabem algo da Língua Portuguesa- e perguntam espantados, 'Mas professora, eu utilizei quatro páginas. Isso não são duas folhas?' Pois não são. Segundo novas ordens, cada quatro páginas é uma folha. Podiam ter-lhe chamado, 'Maria' ou 'Coisa'; assim, cada Maria, ou 'Coisa', teria quatro páginas, duas folhas. Agora, cada folha ter quatro páginas... enfim, outro nível de eduquês...

 

De resto, os alunos acharam o exame muito acessível. Eu achei-o pequenino. Umas perguntinhas, uma escolha múltipla, um texto de jornal com umas perguntinhas e uma questão de desenvolvimento para duzentas palavras (acho, já não lembro...).

 

publicado às 17:29


Um ano na vida desta professora ... 87

por beatriz j a, em 14.06.12

 

 

 

Hoje dei a última aula do ano. Já só tinha a turma do 10º ano, pois as outras acabaram as aulas na semana passada. Disseram-me que a grande maioria vai passar, o que é bom, porque pediram-me para continuar com eles e se pssassem poucos juntavam-se a outra turma e depois não era garantido que pudesse ficar com eles.

 

Ainda não fiz aquele relatório...

 

 

publicado às 17:08


Um ano na vida desta professora ... 86

por beatriz j a, em 13.06.12

 

 

 

 

Estou a corrigir PITs duma aluna do 12º ano! Dá para acreditar??? Esta é uma medida que vou aplaudir de pé: a de acabar com estas porcarias que só servem para desresponsabilizar alunos e massacrar professores.

 

publicado às 13:49

 

 

 

 

 

Uma mãe vai à escola para falar com a Diretora de Turma da filha à hora que lhe dá jeito e sem aviso prévio. A Directora de Turma está a dar uma aula. A funcionária diz-lhe que tem que esperar pelo intervalo para falar com a dita professora mas que pode acontecer a professora já ter algum compromisso marcado porque esta é uma época de muito trabalho. A mãe vai aos gritos pela escola até à Direção queixar-se que tem mais que fazer que ficar á espera que a aula acabe e pelo caminho vai ofendendo toda a gente, sempre aos gritos. É triste. O que vale é que estes casos são uma minoria.

 

publicado às 13:36


Um ano na vida desta professora ... 83

por beatriz j a, em 11.06.12

 

 

 

 

Última semana de aulas. Um mês e meio (um pouco mais) para as férias.

 

publicado às 05:38


Um ano na vida desta professora ... 82

por beatriz j a, em 06.06.12

 

 

 

 

Quase no fim das aulas. Hoje estive a fazer de júri duma apresentação de trabalho final duma aluna da turma do Profissional que herdei e a quem orientei parte do trabalho escrito e a apresentação oral. Correu bem. Depois fui-me embora, fazer um PIT... e dar a última aula à turma metade desporto, metade humanidades. A uns a nota que lhes deram no ano passado beneficiou-os imeeeeeeennnnnso, aos outros, a nota que lhes dei no ano passado, prejudicou-os este ano, um bocadinho. É assim, as notas do 10º ano estragam depois as médias...

Alguns alunos, no fim do ano, querem o que não fizeram... enfim... faltam, uma aula e meia à turma do 10º, na semana que vem. Depois vêm as reuniões, os exames e outros trabalhos.

Vendo bem, hoje em dia tenho muito menos trabalho do que tinha antes na época de exames. Quando corrigíamos pacotes de exames de Psicologia e de Filosofia. Os de Filosofia do 12º ano, muitas vezes sobre autores que não tínhamos nunca dado o que obrigava a ir estudá-los à pressão, às vezes para ver um só teste de exame...eram dias inteiros fechada em casa a corrigir exames. E, ainda, há muitos, muitos mais anos, quando o exame de filosofia de 11º ano era obrigatório com escrita e oral para os que não passavam e nos obrigavam a tardes inteiras fechadas numa sala a fazer orais...Não tenho saudades nenhumas disso :)

 

publicado às 14:42

 

 

 

 

De há uns anos para cá, todos os anos, sem excepção, o MEC muda as designações das provas de exame. É uma coisa massacrante e inútil porque não serve para nada. Dá ideia que quem entra de novo mexe em 'coisinhas' para mostrar trabalho. Eu, quando comecei a ver que a moda era mudar tudo todos os anos, decidi guardar os ficheiros com longos títulos que identifiquem claramente tudo senão, em cada ano, para encontrar os exames do ano anterior, gastaria dias em pesquisas inglórias na maior das confusões.

Todos os anos temos uma reunião mais ou menos surrealista, do género:

 

- 'Este ano é preciso fazer um exame de filosofia 163 e outro 265; um de psicologia b 440 e outro 340 e um de Psicologia A; quanto aos de filosofia só um é que mantém o código, o outro, que se chamava, 'Exame de Introdução à Filosofia' passa a chamar-se, 'Exame de filosofia a nível de escola equivalente a exame nacional'; o que era 265 passa de 90 a 120 minutos;

- então e o 163?, pergunta alguém. 'Esse passa de 120 para 90 minutos e só tem questões sobre o 11º ano'.

- e o outro tem sobre os dois anos?

- qual outro?

- o que deixou de ter código.

- o que era 265?

- sim.

- esse tem questões sobre os dois anos;

- e o que mantém o código ainda se chama' 'Exame de introdução à filosofia'?

- não, esse agora chama-se 'Exame de filosofia, prova 163'.

- Ah.. e passa a ter uma tolerância de 30 minutos.

- Ah, o exame de psicologia B deixa de chamar-se exame e passa a chamar-se, 'Prova de Equivalência'.

- ...de equivalência a quê...?

- ... a nada. Só 'Prova de Equivalência'.

- mas continua para 210 minutos...

- não, este ano é de 90 minutos. Temos que reduzir o número de questões. Mas passa a ter tolerência.

- e o código dos exames mantém-se...

- os de psicologia? Não. O que era 340 passa a ser 430 e o 440 deixa de ter código. É o tal que se chama só, 'prova de equivalência'.

- e o que passa a 430?

- esse continua com 120 minutos e tem versão A e versão B.

- okay. E o exame de psicologia A?

- esse passa a chamar-se, 'Prova de escola de equivalência para as turmas dos cursos tecnológicos'

- com 120 minutos?

- passa a 90 e sem tolerância.

- mas com versão A e B.

- Ah, outra coisa, as matrizes de exame agora não podem ser chamadas de matrizes de exame. Passam a chamar-se, 'Informação de exame'

- então, mas se depois os exames não podem chamar-se 'exames' mas apenas 'provas' não deveriam as matrizes chamar-se, 'Informação de provas'?

- pois, talvez, mas este anos chamam-se informação de exames.

- já os critérios de correcção têm de chamar-se, critérios de correcção de prova de equivalência...

 

pffff...- what?

 

publicado às 14:56


Um ano na vida desta professora ... 79

por beatriz j a, em 03.06.12

 

 

 

 

 

Um dia esplêndido, vejo daqui as areias da Tróia com gente e eu aqui desde as dez da manhã a trabalhar... já fiz um exame de 12º daqueles cheios de questões de escolha múltipla (fora as outras), mais os respectivos critérios de correção; já corrigi os trabalhos duma turma do 12º ano que, de repente soube, já só vejo amanhã devido a ter que fazer de jurí de avaliação numa cena de profissionais (para isso ainda tenho que ler uns relatórios para propor uma classificação). Falta-me fazer as contas às classificações desta turma do 12º ano com os critérios ponderados. São seis e meia e ainda tenho que fazer... dois PITs!! Sim, PITs! A uma aluna do 12º ano profissional. Dois exames completos a uma menina que tem marcadas aí umas 30 faltas porque eu esqueço-me sempre que cada bloco são duas faltas... vou ter que preparar-lhe dois PITs, um por cada módulo...

Ainda bem que o novo estatuto acaba com esta merda que não serve para nada (o que irá esta rapariga responder depois de ter faltado o ano quase todo) a não ser para nos castigar.

Hoje já foram 8 horas de trabalho com um intervalo de uma hora. Agora vou fazer outro intervalo +porque hoje devo acabar isto lá para as duas ou três da manhã...

 

publicado às 18:40


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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