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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Vai para aí um escândalo por causa da escolha de Ursula Von der Leyen (do PPE, Alemanha) para a Comissão Europeia pelo facto dela não ter sido o spitzenkandidat do PPE. Costa insurgiu-se porque já tinha andado a cozinhar outros entendimentos e estava ufano de a sua opinião ter sido considerada, outros inflamam-se... aqui d'el rei que isto é uma palhaçada...
Vejamos, aqui em Portugal, Costa é primeiro ministro tendo perdido as eleições legislativas. Isso não é pior que o partido vencedor ocupar o lugar embora com outro líder? Afinal, as pessoas votam em partidos. No entanto, como foi dito, e é verdade, o acordo da geringonça é legal. São três partidos que têm a maioria na AR. Ora, as pessoas votam é nos partidos para a AR e, por conseguinte, por muito chocante que seja um partido que perde eleições ser chamado a governar, é legítimo no quadro da nossa Constituição. Podia ter acontecido os dois partidos da geringonça terem dito, 'ok, nós viabilizamos um governo de esquerda, mas não com Costa'. Queremos outro nome para primeiro ministro. Muito provavelmente, tínhamos agora outro primeiro ministro. Não seria um bocadinho contra as regras, não escritas, das eleições? Seria, sim, mas também o é um governo liderado pelo partido que perdeu as eleições.
Na UE, que tem sido reduzida a uma luta de poder entre Alemanha e França, tendo todos nós como reféns, agora há outras forças com poder, goste-se ou não se goste e, fizeram o que a geringonça aqui fez: usaram o seu poder para negociar. Não há aqui nada de ilegítimo, embora não seja o que se esperava. De qualquer modo não estamos diante de um fait accompli como aconteceu em Portugal que o Presidente apresentou ao país um governo liderado pelo partido que perdeu as eleições como um fait accompli. Não, porque o nome de Ursula Von der Leyen tem ainda que ser aprovado pelo PE, que pode vetá-lo se se sentir não representado. Portanto, porque é que Costa, logo ele, se queixa? Porque queria aparecer como um dos salvadores do cozinhado da Comissão. Pura vaidade. Que surpresa...
Não é verdade, como já se diz, que a escolheram à balda pelos olhos dela e etc.
Não conheço bem Ursula Von der Leyen, como também não conheço bem Weber ou Frans Timmermans. Pouco sabemos do que se passa na Europa, acho que por vontade dos governos e desinteresse dos deputados europeus que saibamos. E também não acompanho de perto o que se passa na política interna alemã. No entanto, já tinha dado pela existência de Ursula Von der Leyen e não tenho má impressão dela, pelo contrário. É uma mulher determinada e com convicções -enfrentava as políticas destrutivas de Schäuble, o que joga a favor dela e, quando entendeu que tinha de enfrentar Merkel, mesmo com prejuízo da sua carreira política também o fez- mas ponderada que ouve as opiniões de outros partidos como se viu nas questões sociais do salário mínimo, dos direitos parentais, da questão das quotas. Aguentou-se no ministério da Defesa o que não deve ter sido fácil. O facto de ser a favor de uma Europa Federada não me agrada mas agrada-me menos as 'schäublisses' do Weber.
Não vejo aqui nenhum grande escândalo. Vejo uma tentativa de ultrapassar impasses e uma confirmação de que Alemanha e França não são já as únicas forças que mandam nisto. Se não agrada que o Grupo de Visegrado, liderado pelos húngaros ganhem força? Pois não, mas isso é uma consequência das más políticas ou 'schäublisses' das comissões anteriores. E na necessidade de lidar com isso encontrou-se esta solução, que é legítima.
Muito pior que isso é a 'Schäublista' Lagarde à frente do BCE.
[um àparte - Durão Barroso, como lobbista que é, apressou-se a felicitar as escolhas... o que ele quer é dar-se bem como o/a próximo/a presidente da UE e do BCE. Até podiam ser do partido dos ursos voadores que ele estava a favor...]
Apesar de serem, como ainda agora ouvi em dois canais de TV, a favor da Europa? O que me parece é que os portugueses não são propriamente a favor da Europa, quer dizer, acho que os portugueses o que pensam é que fora da Europa Portugal não tem a menor hipótese e por isso querem e são a favor da União Europeia enquanto ela existir mas não acreditam nem um bocadinho que o nosso voto tenha alguma importância nos destinos da União Europeia porque sabem que quem manda nisto é a Alemanha.
O referendo de David Cameron partiu os ingleses ao meio num assunto em que não há meios termos nem, por isso mesmo, possibilidade de compromisso -ou saíam da UE ou ficavam na UE- e, pior ainda, o resultado da votação afectava, como afecta, a auto-imagem identitária da Inglaterra.
À pergunta, 'quem somos nós(?), somos um povo que se afirma pela liderança, autonomamente ou, somos um povo que partilha liderança e autonomia?', os que votaram para sair, a metade mais velha, identificam-se com a Inglaterra ilha, de liderança autónoma e os que votaram para ficar, a metade mais jovem, identificam-se com uma Inglaterra cooperante, integrativa. Os primeiros vêem o canal como uma defesa, os segundos como uma passagem. E as duas visões são incomensuráveis. É preciso escolher uma delas e conseguir que os derrotados se convertam à visão escolhida.
Esta cisão provocou uma crise de identidade que é visível na falta de entendimento entre as duas partes. Se não estivéssemos num século de argumentação e diálogo, a Inglaterra estava numa guerra civil ou numa situação de presos políticos e repressão política como a Espanha com a Catalunha.
Crises de identidade pessoais são aqueles momentos terríveis que levam as pessoas mal resolvidas e precipitadas, na meia-idade, a abandonar a família à balda, a virarem-se para uma fase de prazeres desenfreados, às vezes a atirarem-se duma janela... as crises de identidade nos países têm muitos pontos semelhantes, sendo que afectam povos inteiros com consequências muito mais devastadoras, como guerras civis, revoluções, etc.
Não será fácil à Inglaterra sair desta situação porque é necessário que haja alguma convergência entre as duas partes acerca de como a Inglaterra se vê a si mesma projectada no futuro. No entretanto, os que têm interesses de poder interno aproveitam a situação para ganhar terreno.
O que preocupa mais é a UE, mesmo vendo o que se passa na Inglaterra, falar como se isto fosse um problema apenas dos ingleses, como se não estivéssemos nós todos, países da UE, sentados num barril de pólvora nesta questão, como se os outros povos não ingleses fossem imunes a crises identitárias resultantes das políticas intestinas hegemónicas, egoístas e imprudentes da UE.
Por três razões:
1ª Se as coisas correrem mal à Inglaterra a UE vai assumir que não precisa de fazer reformas porque, 'afinal, vejam o que aconteceu à Inglaterra por nos ter abandonado'. Aliás, embora isso não seja dito, os discursos que eram correntes na altura da votação do Brexit acerca da urgência em fazer reformas para os outros países não imitarem a Inglaterra e os discursos de mea culpa de Bruxelas acerca do peso e opacidade das decisões na vida dos europeus, desapareceu completamente e já ninguém fala nisso.
2ª Se as coisas não correrem bem à Inglaterra ficamos completamente sob o domínio da Alemanha. Desde que os ingleses disseram que iam embora, a Alemanha, que se servia da França para fazer-lhes oposição, deixou aos poucos cair a França e já não lhe liga um átomo. Ora, não quero ficar à mercê de um país porque a UE é uma liga de países soberanos (enfim, isso já foi mais...).
3ª A Inglaterra é um aliado nosso de muitos séculos. Interesseiro, é certo, mas aliado e nós queremos um aliado forte para o que der e vier.
um aparte: li que a Alemanha foi o único país que lucrou com a moeda única, o que não admira dado que o BCE é alemão, por assim dizer... não por acaso a sede é em Frankfurt onde está o Bundesbank...
Seja como for, li nesse artigo que passados os primeiros quatro ou cinco anos Portugal perdeu sempre dinheiro com a adesão ao euro e que cada português perdeu 40 mil euros. Estou a apensar escrever uma carta ao presidente do BCE a pedir que me dê a parte que me cabe, os tais 40 mil euros, que me têm feito falta...
Das duas uma: ou a Europa é uma tragédia e o Reino Unido faz bem em sair do clube; ou a Europa é uma organização virtuosa e então sim, o Brexit é um erro tremendo. Podem fazer toda a espécie de contorcionismos, dar as piruetas que quiserem, que não há como fugir a isto. (José Cabrita Saraiva)
Este artigo dá ideia que só existem essas duas opções extremas mas não é verdade. Isso é uma falsa dicotomia. Existe, por exemplo, a opção em que a Europa não é, nem uma tragédia nem uma organização virtuosa mas uma experiência complexa, com grandes erros e grandes virtudes, de harmonizar países e nações com séculos e milénios de guerras que necessita do esforço positivo transformador de todos, sobretudo dos que têm mais poder e influência, como o Reino Unido, para que resulte como projecto positivo/democrático para os milhões de cidadãos que dele fazem parte.
Acontece que o Reino Unido nunca acreditou na Europa, nomeadamente na Europa alemã e só entrou nela porque a certa altura percebeu que não podia dar-se ao luxo de ficar de fora. Só que depois deixou de perceber.
Todos vamos perder com a saída do Reino Unido e não só do ponto de vista económico mas do ponto de vista político e de hipóteses de sucesso do projecto, agora que a Alemanha vai poder conduzir isto quase completamente destravada.
... Angelo Ciocca, na mesma conferência de imprensa sobre o orçamento, exibiu os documentos do comissário europeu, tirou um sapato e pisou os papéis com o tacão.
...o comissário europeu voltou a falar de "falta de respeito" e um gesto "grotesco", as mesmas considerações que exprimiu na terça-feira numa mensagem difundida através da rede social Twitter.
William J. Burns, president of the Carnegie Endowment for International Peace.
Ele fala do ponto de vista dos EUA mas o que diz, no que respeita ao modo como tratar a Rússia de Putin, serve a UE também.
Do que lemos nos jornais percebemos que a cimeira da UE deixou quase tudo na mesma. Foi dada prioridade à 'devolução' de pessoas que entraram em outros países e foram para a Alemanha -a Merkele a querer apaziguar os parceiros de coligação- e propostos campos para agregar refugiados que são resgatados do mar por parte de países que o quiserem fazer bem como negócios com países africanos para ficarem com eles. Isto não são soluções. São adiamentos de soluções.
Erros: desde o início dos movimentos de refugiados os países, sobretudo os do Norte, desprezaram os receios e argumentos de parte da população e chamaram-lhes populistas e anti-europeus. Estes acantonaram-se e, não tendo abertura para dialogar com as autoridades oficiais, começaram a formar grupos alternativos à posição oficial.
Acontece que esses receios não eram disparatados. Existe, de facto, um problema de choque de identidades culturais entre os europeus e os refugiados que chegam cá. Isso já há muito que é evidente no sul de França onde há escolas onde a maioria dos pais são muçulmanos e fazem exigências de descriminação das raparigas e dos hábitos seculares com base na sua religião. Na Suíça também, e já houve casos que chegaram aos tribunais por os pais exigirem que os filhos rapazes sejam escusados de deveres que implicam apertar a mão a uma mulher, por exemplo, ou que exigem que as raparigas sejam separadas dos rapazes. Há horas do dia em que as ruas são invadidas de pessoas que se ajoelham para rezar impedindo o trânsito, por exemplo. Portanto, havia, e há, um receio de que as comunidades possam perder a sua identidade com um contínuo fluxo de populações de uma matriz cultural muito diferente e oposta à europeia. Isso não foi reconhecido como um problema e por causa disso não houve um esforço para o resolver e deu-se espaço para discursos radicais de parte da população que agora são difíceis de conter.
Esse erro de percepção juntou-se a outro erro que foi os países do Norte, em especial a Alemanha, pensarem que uma das maneiras de travarem o impulso das migrações para Norte seria deixarem os países do Sul e de Leste, portas de entrada dos emigrantes, a resolver o problema sozinhos: a Grécia, a Hungria, a Espanha, a Itália viram-se sozinhas, sem meios, sem apoios, a tratar de um problema que era suposto ser, e é, de âmbito europeu e não apenas deles. Isto, quer dizer, esta maneira de não contribuir para a solução dos problemas, juntamente com os discursos de sobranceria que são o pão nosso de cada dia dos países do Norte acerca dos do Sul foi uma espécie de adubo para os discursos anti-europeus florescerem.
Ao mesmo tempo há aqui uma grande oportunidade perdida que é a de integrar na UE esses refugiados de um modo não conflituoso com a identidade europeia e conseguir, com isso, inverter o problema da falta de população.
Desde o início esse deveria ter sido, acho, o discurso das autoridades europeias: criar uma dinâmica positiva de propostas e estratégias de integração dos muçulmanos nas comunidade europeias. Há muitas maneiras de integrar as pessoas de um modo não conflituoso mas nada foi feito ou pensado. A Suécia foi o único país que tentou fazer isso.
No entanto, mais uma vez os países do Norte, sobretudo a Alemanha que é quem liderava as políticas comuns, desprezou esse caminho, em grande parte porque estava, e continua a estar, convicta de poder resolver o problema da sua falta de pessoas apostando na migração cristã à conta de manter os países do Sul com grandes massas de trabalhadores jovens, pobres. Em Inglaterra, os polacos deixaram de ser vítimas de descriminação e há agora slogans que dizem, 'antes 100 polacos que um único muçulmano'.
Há doze anos, quando a Merkele chegou ao poder, nem a Alemanha nem a Inglaterra, nem a Hungria, a Itália ou outros países tinham problemas de extremistas e populistas que agora têm porque desprezaram as vozes que apontavam para problemas, desprezaram as vontades dos países do Leste e do Sul e sobrevalorizaram a sua influência enquanto líderes europeus.
Ainda estamos a tempo de lidar com esses problemas e criar uma dinâmica positiva e um discurso que mobilize as forças para encontrarem estratégias de integração destes refugiados com benefícios mútuos mas os líderes dos países europeus não estão à altura da situação: uns já são os populistas que querem poder e protagonismo e os outros têm falta de coragem e estão pressionados por lobistas.
Esta foi a cimeira da falta de coragem e visão para lidar com os problemas. Não se discutiram ideias futuras com base em factos e dados acerca dos refugiados e da Europa. Foi a cimeira do medo. Medo da desintegração europeia, medo dos populistas, medo do furacão americano que quer desintegrar a UE, medo da cimeira da NATO que aí vem. Medo de tudo.
Também podemos responder com o humor de MEC e dizer, tudo bem, mas que a amizade da Península Ibérica teria de alargar-se a toda a Mitteleuropa.
Até agora este é o melhor artigo que li sobre a questão do acordo nuclear com o Irão.
Esta é uma oportunidade da UE se apresentar como uma referência no que concerne à fiabilidade dos acordos internacionais sem a qual nunca haverá estabilidade e paz e como modelo de ética de trabalho, que é algo que vale dinheiro em forma de investimentos, acordos comerciais, etc. Só que para isso é preciso que a UE esteja disposta a pagar e o pagamento não é só em dinheiro e apoio mas também em pressão para que as as empresas europeias, as tais que pela sua dimensão influenciam e cativam as políticas europeias, ajam olhando para além do mero lucro.
Não tem grande valor a UE bloquear sanções norte-americanas se depois as grandes empresas, os grandes grupos económicos, se retiram do Irão com medo das sanções norte-americanas [o compromisso da UE de manter o acordo nuclear não é compatível com o anúncio da retirada provável [do Irão] de grandes empresas europeias"] porque, como sabemos, essas grandes empresas e grandes grupos económicos têm lobbies poderosos que influenciam as políticas e porque são esses grupos que tornam vantajoso para ambas as partes a manutenção dos acordos.
Portanto, ou os europeus, incluindo aí as grandes empresas, assumem a sua parte na construção do projecto europeu e contribuem para a credibilidade das políticas da UE ou não assumem e a UE continua neste caminho de se americanizar: pôr o lucro e o dinheiro acima de tudo, cada país, cada empresa, fechados no seu umbiguismo e o projecto já falhou.
Esta é uma oportunidade de reconstruir a imagem da Europa como uma zona do mundo onde as questões da paz e as questões éticas não foram esquecidas e atraiçoadas. Digo atraiçoadas porque a Europa, no pós-guerra foi capaz de se reconstruir como um espaço credível com valores, princípios e objectivos éticos de equidade, liberdade, democracia e paz, princípios que neste momento estão a caminho acalerado dos últimos estertores da morte.
Da reconstrução dessa imagem depende a posição europeia como modelo de referência e de influência das políticas que determinam os caminhos do planeta. Sem essa imagem está a UE condenada à progressiva perda de influência a nível global e à vulnerabilidade aos ataque dos que a querem, e estão, a desfragmentar.
Wolfgang Muchau
Aqui há tempos vi um programa na DW, acho, acerca dos estado de degradação física das escolas na Alemanha. Fiquei espantada e chocada. Como é que um país que está nos top five das economias mundiais tem as escolas naquele estado? Este artigo responde um bocado a esta questão: os alemães estão tão obcecados com ter excedentes orçamentais que não só não cumprem os acordos investindo e comprando aos países que estão em dificuldade como nem sequer investem no seu próprio país.
A pergunta que fica é: porque razão quis a Alemanha liderar o projecto europeu se está de costas voltadas para a Europa, ocupada em fazer dinheiro e guardá-lo fechadinho a sete chaves como o Salazar fazia? Se calhar a intenção era essa mesma: liderar um conjunto de países para enriquecer-se e nada mais. Só que não é essa a visão da Europa Comum e uma das consequências da real falta de liderança alemã já se vê no afastamento dos países de Leste que desistiram de esperar por alguma liderança dos alemães quanto à convergência dos países e voltam-se para outras alternativas, assim como se viu antes no Brexit inglês.
Se o projecto europeu falhar a Alemanha será a grande responsável e será a mais afectada porque é quem mais lucra com ter imensos países pobres sob o seu domínio para explorar. É certo que os outros países não estarão isentos de culpa porque deixaram isto, este desequilíbrio de forças, acontecer.
É a falta de líderes de qualidade nos países da Europa. Gente sem visão e dissociada do povo que enche as classes sociais que menos têm, a quem chamam depois populistas. A História está cheia de oportunidades perdidas por má liderança, falta de visão global, falta de educação intelectual.
Nós por aqui seguimos a estupidez alemã porque temos um ministro das finanças que se acha um messias genial e não ouve nada nem ninguém, apesar de ser um caso típico de falta de visão global e falta de educação intelectual.
... ou já estamos no plano inclinado da enorme oportunidade perdida que foi este projecto, sem darmos conta?
Na página da Internet do Observatório, os responsáveis dizem que, na sequência da controversa contratação do antigo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, pelo banco de investimento Goldman Sachs International, em 2016, “a pressão pública por uma reforma das regras de ética da CE atingiu níveis sem precedentes”. Mas, alertam, “em vez das medidas ambiciosas que foram exigidas, a Comissão Europeia teve, em 2017, um ano de inércia, arrastando os pés até que os holofotes mudassem de foco”.
“A Comissão nem parece esforçar-se por explicar qual é a sua visão sobre o que é o interesse público na área financeira".
by Arkady Babchenko.
In February 2013 Valery Gerasimov, Chief of the General Staff of the Armed Forces of Russia, published an article in a military journal “Military Industrial Courier” called “Value of science in forecasting”. In this piece he discusses so called “chaos theory” which in the nutshell concludes that military actions are only a final part of the new hybrid war. However, its core part is shattering stability, creation of chaos in the state and society of your potential enemy.
So, it is imperative to understand that erosion through corruption along with cyber attacks and attempts to impact politics through fake social media accounts are part of Gerasimov’s doctrine, that very mechanisms of chaos in action. That very hybrid war.
And this war is already here.
Germany's "ruining our entire presidency," carped an EU diplomat from Estonia, which currently holds the rotating presidency. "It's not in our interests that the process freezes up," Macron said in Paris. (CNN)
Quando a Alemanha pára, tudo pára. Isto não é um grupo de adultos cooperantes, é um grupo de crianças que tem a mamã doente.
Cinco cenários (veja aqui em detalhe, com os riscos e vantagens de cada um)
Assegurar a continuidade
A UE 27 concentra-se em realizar o programa de reformas positivas no espírito da declaração Novo Começo para a Europa (2014) e da Declaração de Bratislava (2016).
Restringir-se ao mercado único
A UE 27 recentra-se progressivamente no mercado único por os 27 serem incapazes de chegar a consenso quanto a um número cada vez maior de domínios estratégicos.
Fazer mais, mas só quem quiser mais
Funciona como hoje mas os Estados que o queiram podem ir mais longe em áreas como defesa, segurança interna e assuntos sociais. Pode haver várias coligações de interessados.
Fazer menos com maior eficiência
A UE 27 concentra-se em certos domínios de intervenção, para ter resultados mais rápidos e reduz ação em áreas de menor valor. Recursos limitados concentram-se num número reduzido de domínios.
Fazer muito mais todos juntos
Estados decidem partilhar, de forma generalizada, mais poderes, recursos e a tomada de decisões. As decisões serão mais rápidas a nível europeu e rapidamente aplicadas.
..
Os passos que se seguem ao Livro Branco - contributo da CE para a Cimeira de Roma de dia 25, quando a UE irá debater as realizações dos últimos 60 anos mas também o futuro a 27 -, incluem uma série de debates em várias cidades e regiões de toda a Europa.
No final do debate que agora arranca, e que se prolongará por nove meses, "os países podem até dizer que não querem nenhum destes caminhos, que querem um caminho novo ou diferente, ou um que seja uma mistura de todas estas opções", mas haverá uma decisão clara sobre o que se quer fazer da União Europeia
by World Economic Forum
Bruxelas, 9 de Fevereiro de 2017 - O documento estratégico que define a posição do Grupo PPE sobre o Futuro da Europa da responsabilidade do Vice-Presidente do Grupo PPE, Paulo Rangel foi aprovado pelo “bureau” do maior grupo político do Parlamento Europeu, seguindo-se agora a ratificação do mesmo pelo Grupo. (Rangel redige “estratégia” do Grupo PPE para o Futuro da Europa)
...
O parágrafo significativo:
Acrescem a estas novidades, a exclusão da Turquia como membro da União europeia, embora “deva manter-se a parceria”, a finalização da união económica e monetária, a prioridade a dar à dimensão social, a aposta nos acordos de comércio livre e justo como reguladores da globalização, na transversalidade da coesão territorial e a autonomização de políticas de juventude, de família e de demografia ao nível europeu.
"Deixa-os resolver os problemas (que nós criámos com invesões e guerras) que pode ser que se estampem (eheh) e piorem um bocadinho mais a UE." É isto, mais coisa menos coisa.
Até que enfim que os países do sul da UE perceberam que só se se juntarem têm capacidade de não se afundarem no euro.
Sete líderes do Sul pedem prioridade à convergência do euro
Na Cimeira dos Países do Sul, que se inicia às 11h, e que será seguida de um almoço de trabalho, estarão, além de Joseph Muscat, os Presidentes François Hollande (França) e Nicos Anastasiades (Chipre) e ainda os primeiros-ministros Mariano Rajoy (Espanha), Paolo Gentiloni (Itália) e Alexis Tsipras (Grécia).
Países mediterrânicos vão encontrar-se este sábado em Lisboa
REUTERS/MICHALIS KARAGIANNIS
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