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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Northern Syria’s Kurds are establishing direct democracy and a gender revolution. Why are we arming jihadist-linked Turkey?
Alexander Norton is right. This is our Spain. Extremist authoritarians who despise democracy, women and freedom are at war with what should be an international beacon, a society that offers an example far beyond the despot-afflicted Middle East. Turkey knows that Rojava’s success will inspire not just its own Kurdish population to assert its rights: it sees a system which threatens its own degenerate authoritarian order. British Kurds are occupying train stations and roads because no one will listen to them about one of the gravest injustices on Earth. To abandon them now would be a shameful crime that would never be forgotten.
Owen Jones
(link na imagem)
O mapa do planeta visto de cima fala outra língua.
Neste momento, vastos territórios da Rússia fazem uma fronteira natural de gelo com o Alasca dos EUA, separados pelo estreito de Bering mas com o aquecimento do planeta e o consequente degelo as terras agora inóspitas ficam à distância de uma viagem de barco relativamente curta. Esse facto, conjugado com o problema da Rússia ter já vastos territórios de milhares e milhares de quilómetros desocupados, é um dos grandes problemas que preocupa muito Putin, como lemos em vários sítios de especialidade.
Putin pensou, em parte, resolver o problema seguindo o exemplo da Alemanha (sobretudo) que foi pôr-se à cabeça de um império e importar cristãos dos países do sul da Europa apertados com grandes dívidas. A partir de uma ideia do presidente do Casaquistão impulsionou a EurAsEC (União económica EuroAsiática) que já leva 5 países com tratados parecidos com os da UE. Na altura convidaram a Ucrânia para pertencer ao grupo que tem agora cerca de 40 países interessados, entre eles a Turquia, que é observadora. No entanto, o povo da Ucrânia preferiu a UE, depôs o presidente pró-russo, elegeu um pró-UE, o que estragou completamente os planos de Putin e, em parte, levou à crise da Crimeia, como se sabe.
Neste impasse, aproveitou para minar as eleições americanas, a UE, aproximar-se da Turquia e destabilizar a cena internacional aproveitando-se dos erros e hesitações dos americanos na Síria. Entretanto, porque pode, vai progredindo na Ucrânia como um buldog quando ferra o dente e já não abre a mandíbula.
Uma pessoa olha para o mapa e vê que Kiev fica no centro com um rio a dividi-la à laia de fronteira natural. Enquanto o Ocidente se entretem com Trump, Putin vai avançando e, mesmo que não consiga tomar conta de metade da Ucrânia como a URSS fez na Alemanha com muro e tudo, manter metade do país sob o seu controlo militar em guerrilha constante faz o mesmo serviço. Basta que avancem mais um bocadinho.
A situação está muito complicada e acho que o Obama andou a preparar-se para ela nos últimos tempos da sua presidência com acordos com países de posição estratégica.
Como o Trump é um comerciante e politicamente ingénuo muita coisa vai mudar enquanto ele faz parvoíces. Para já acho que vamos assistir aos países das economias emergentes entrarem em decisõesda cena internacional como até agora nunca tinham entrado, sob a proteção/orientação duma potência qualquer... resta ver quem... quem os vai ganhar para a sua causa.
A situação está perigosa mas isto é interessante.
link na imagem
According to the new proposed draft constitution, the president will be able to continue with a party affiliation, which is one of the most significant changes to the presidential system, while in the current constitution the president is not allowed to continue their party affiliation and should have a non-partisan stance.
The government has long sought to replace the current parliamentary system with a presidential one...
A escritora escreveu uma carta na prisão onde está por ordem de Erdogan, à margem da justiça e dos tribunais, que quer que a condenem a pena perpétua.
Neste momento estão presos, por ordem do ditador, mais de 130 jornalistas: um record mundial.
Aslı Erdoğan apela ao suporte e solidariedade da Europa.
Há muito tempo já que Pamuk denuncia a falta de coragem da UE em tomar posição sobre as violações de direitos humanos na Turquia.
Segundo o regime, os que tentaram o golpe nem sequer podem ser enterrados em chão sagrado porque são próprios do inferno... ou seja, os opositores de Erdogan são o demónio, logo, ele é: a divindade...
A polícia despe as mulheres curdas, já mortas e depois, tira fotografias aos corpos para exibi-los como troféus de guerra.
Putin. Abate de avião foi uma “facada nas costas” que terá consequências
“A perda de hoje foi uma facada nas costas que nos foi dada por cúmplices de terroristas”, disse Putin numa conferência de imprensa conjunta com o rei da Jordânia, Abdallah II.
... hundreds of trucks destined for ISIS held territory were videotaped waiting at Oncupinar, Turkey to cross over into Syria with apparently no oversight by the Turkish government.
...ISIS’ fighting capacity depends entirely on its supply lines. Cutting these supply lines will lead to its inevitable defeat.
... little to no effort has been spent in increasing border security – specifically the searching for and interdiction of terrorist fighters, weapons, and other supplies. ... it appears Turkey’s borders are not only dangerously wide open, but intentionally so, with little or no effort at all by Turkey to stem the torrent of obvious ISIS supply convoys from passing through.
via dangerous minds
... Erdogan continua a despedir: desta vez foram vinte proculadores da República e outros tantos polícias de topo... o que lá se passa parece um daqueles momentos 'corta-cabeças antes que me roubem o lugar', à Estaline... ...
Gostava de ter feito as viagens ao Magreb e ao Médio Oriente no final do século XIX ou até nas primeiras décadas do século XX. Há uma magia muito grande nesses sítios e de cada vez que leio relatos de viagens dessas épocas - como o da Gertrude Bell, o do Lawrence da Arábia ou o do Capitão James Riley, só para dar os exemplos mais impressionantes- vejo essa magia multiplicada por mil.
Não sei bem porquê mas acho que se deve ao facto de que, até à véspera da Segunda Grande Guerra, não só se vivia ainda antes da serpente e da maçã, numa inocência que essa guerra matou, como ainda se tinha os pés na Antiguidade. Quer dizer, o Renascimento da Antiguidade ainda estava muito presente. Havia o ideal da procura do saber guida pela visão inteligente dos clássicos e essas viagens eram acima de tudo uma procura de raízes das coisas. Eram ao mesmo tempo uma viagem no espaço e no tempo. As próprias coisas, monumentos e isso, ainda estavam num estado que considero 'poético'... naquele esplendor da imponência isolada, rodeados de nada, antes da comercialização, das multidões de turistas e da tecnologia.
Cada viagem dessas era uma viagem ao passado. Agora é mais difícil. Por exemplo, fui ao mercado das especiarias na Turquia e todos os vendedores tinham uma máquina para embalar as especiarias no vácuo...
No sul do Egipto e ao longo do Nilo ainda se sente a magia do passado porque os templos estão no deserto e não há nada à volta. A imponência de Abu Simbel ou de Karnak ou até das pirâmides, se as virmos do lado do deserto estão intactas. E há aldeias núbias milenares que continuam tal qual como eram.
Também na Túnisia ainda se sente a magia do Sahara e das grandes dunas. Mas andámos lá de 4x4 com ar condicionado... o que não tem magia nenhuma. Andei de camelo. Fizémos um passeio de umas horas e deu para ter a experiência e a intuição do que é uma viagem dessas naquele cenário absoluto.
Resta imaginar...
hagia sofia
Compreende-se o ponto de vista de Obama. Não é altura de abandonar os Líbios resistentes à ferocidade do Kadhafi. Uma traição. Tal como parece uma traição a vista grossa que a Europa em geral tem feito à 'primavera árabe'. Os Europeus enchem a boca com palavras como liberdade e justiça, gabam-se do seu património de tolerância e democraticidade mas depois, quando os povos põem os olhos na Europa e se revoltam em nome da liberdade e igualdade, a o Ocidente e a Europa em particular fazem uns tímidos acenos e nada mais. Até parece que preferem lidar com ditadores que ponham o povo na ordem, recebam os subornos calados e não levantem questões éticas ou ambientais aos negógios das Corporações Multinacionais.
Como é que se explica a recusa sistemática em aprovar a entrada da Turquia na União? A Turquia, que é uma espécie de tampão entre a Europa e o Médio Oriente, em vez de se abrir à tolerância, como aconteceria se entrasse na UE, fecha-se cada vez mais no radicalismo. E com rancor à Europa a quem acusa de intolerãncia e racismo... com razão. Porque se quisessem mesmo a Turquia já tinham resolvido os problemas com ela. Impunham-se condições como se impõem a outros países. E não era um exemplo para o resto do mundo os povos da Europa entenderem-se para além da religião?
Mas esta Europa dos cegos está, por isso mesmo, a perder importância e, qualquer dia, relevância também.Que oportunidade perdida...
Se calhar o Obama vê estas coisas dum ponto de vista não egoísta mas global: pois tantos anos a temer as ditaduras árabes e agora que elas tentam ocidentalizar-se politicamente, voltamos-lhes as costas? A Europa só pensa em 'eu,eu,eu,eu'? Isso é uma traição a esses povos e, pior, a nós próprios.
... jornais com títulos a favor da liberdade de imprensa. “Justiça agora”, “Não às escutas”, “Liberdade para os jornalistas”, podia ler-se em algumas faixas, ao mesmo tempo que exortavam a União Europeia, os Estados Unidos e as organizações internacionais a intensificarem a reprovação da falta de liberdade de expressão na Turquia.
Istambul é uma cidade linda. Uma pessoa não se cansa de olhar. Posta na ponta do Corno Dourado, ali onde o Bósforo se junta ao mar de Marmara num azul que marca toda a cidade e toda a cultura e separa a Europa da Ásia.
a ponta do Corno dourado
a mesquita azul
os azulejos Iznik, duma beleza estonteante. Podem ver-se alguns frisos destes azulejos no museu do Gulbenkian que os coleccionava com paixão. Confesso que vou de vez em quando ao museu Gulbenkian só para me deslumbrar com os azulejos da colecção.
Não há dúvida de que a contemplação da beleza faz bem à alma.
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