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Tranquilidade

por beatriz j a, em 17.07.19

 

Egon Schiele (Austria,1890-1918) - Trees Mirrored in a Pond, 1907

 

publicado às 18:54


Um Calendário de Sabedoria de Tolstoy

por beatriz j a, em 05.11.18

 

 

Tolstoy passou os últimos quase vinte anos de sua vida a coleccionar frases de sabedoria para um livro, uma espécie de florilegiumuma colectânea de pensamentos, um para cada dia do ano, acerca da vida e de como levar uma boa vida.

Em 1904 publicou-o com o título, Pensamentos de Homens Sábios. De seguida saiu uma edição alargada com o nome, Um Calendário de Sabedoria. Pensamentos diários para alimentar a alma. Só em 1997 foi traduzida para inglês. Ainda houve uma terceira edição organizada por temas.

O livro tem, mais ou menos, cinco pensamentos para cada dia.

 

I know that it gives one great inner force, calmness, and happiness to communicate with such great thinkers as Socrates, Epictetus, Arnold, Parker. ... They tell us about what is most important for humanity, about the meaning of life and about virtue. ... I would like to create a book ... in which I could tell a person about his life, and about the Good Way of Life.

 

I hope that the readers of this book may experience the same benevolent and elevating feeling which I have experienced when I was working on its creation, and which I experience again and again, when I reread it every day, working on the enlargement and improvement of the previous edition.

(Tolstoy)

 

imagem da net

 

Aos 18 anos Tolstoy começou um diário de actividades auto-motivadoras diárias com regras para melhorar a sua força de vontade. Por exemplo, 

  • Acordar às cinco da manhã (isto já faço :)
  • Fazer uma coisa de cada vez (humm...)
  • Visitar um bordel apenas duas vezes por mês (esta passo...)
  • Evitar doces (isto já faço :)
  • Deixar de se importar com a opinião dos outros (isto faço, excepto com a opinião das pessoas que me importam)
  • Ajudar os que têm menos (isto vou fazendo, mais ou menos)

 

A ideia dele de felicidade era esta:

A quiet secluded life in the country, with the possibility of being useful to people to whom it is easy to do good, and who are not accustomed to have it done to them; then work which one hopes may be of some use; then rest, nature, books, music, love for one’s neighbour — such is my idea of happiness.”

(a ideia de secluded não atrai mas percebe-se como uma maneira de não se deixar absorver pelo caos da vida urbana; o que agrada muito é a ideia de paz e tranquilidade deste tipo de vida :)

 

Alguns dos pensamentos do livro:

 

On avoiding regret:

Do not regret the past. What is the use of regrets? The lie says that you should not regret. The truth says you should be filled with love. Push all sad memories away from you. Do not speak of the past. Live in the light of love, and all things will be given to you.
- Persian wisdom (January 27)

 

On being mindful:

A wise person thinks more about life than about death.
- Benedictus Spinoza (June 24)

 

On gaining control of your thoughts:

Do not allow yourself to be infected by the mood or spirit of those who abuse you; do not step onto their path.
- Marcus Aurelius (August 5)

 

On remembering what’s important:

When you feel the desire for power, you should stay in solitude for some time.
- Henry David Thoreau (August 27)

 

publicado às 07:54

 

 

Às vezes andamos tão absorvidos com os problemas e o mundo da outra realidade, a aparente -as políticas do dia a dia, os agravos e isso- que esquecemos que temos acesso à poesia e que demorar-se na poesia é um acesso directo à paz que vem com a tranquilidade. Agora há pouco fui dar com o blog de RAA que já não visitava há um certo tempo e dei de caras com estes versos transcritos em baixo. Entra-se logo num estado de espírito de acesso a uma dimensão diferente.

De vez em quando esqueço que também sei escrever um verso e que a demora na poesia infunde uma sensação de profunda tranquilidade e paz.

 

Esta camisa

perfeitamente passada

pelas rugas

da minha mãe

 

Daniel Jonas, Bisonte 8(2016

 

 .......

 

O teu Produto Interno

é Bruto.

 

Filipa Leal, Vem à Quinta-Feira (2016)

 

fui ao outro blog, o da poesia, ver o que andava a escrever há 10 anos. Escrevia muito nesses anos. em 2008 escrevi 157 textos poéticos. Muitos podia tê-los escrito hoje. Outros, não, são muito atormentados, alguns revoltados.

 

 

escrito a 25 de Setembro de 2008 às 16:22

 

Sinto o meu país na carne
profundamente dilacerado,
tão depressa não creio que volte
à primavera do recente passado.

Que mágoa esta de viver
em tempos de Judas multiplicados
quem pudera algum dia conceber
tais dias tão depressa ressuscitados...

Tornámo-nos obesos na vontade
e a valentia de outrora
não é agora mais que memória
do que já fizemos
por esse mundo fora.

Deixámos e até ajudámos
que os servis de coração
( os mais vis na ambição )
se içassem ao poder,
oferecemos-lhes o punhal
e abrimos ao golpe o peito
- foi profundo e brutal.
Quem sabe se desta vez
o ataque não foi mortal...

As civilizações e os povos
desaparecem por vezes
num curto espaço de tempo
quebradas que são suas gentes
por homens brutos e tolos
que só na ambição são adultos.

Como o animal enjaulado,
cujo passo é cerceado
por chão electrificado,
também o povo é quebrado
quando o tronco é atacado
pelos golpes de perversidade
das correntes de corrupção
que forçam a decomposição
do impulso de criação
e da paixão de liberdade
( essas forças de renovação! )
de tal modo que a vontade
ou quebra e torna-se apática
ou reage com violência
- no primeiro caso se entrega
às forças da decadência
até à dissolução;
no segundo irrompe em fúria
e tudo se acaba breve
em caos e revolução.
 
bja
 

 

 
 
 escrito a 1 de Setembro de 2008 às 21:29
 
 
Gosto das risadas das crianças
a jogar à apanhada
no verão depois do jantar
- elevam-se
entram em casa
pelas portadas abertas
que refrescam do calor o ar.

Transportam-me logo à infância
e sinto essa espécie de alegria
que acompanhava as nossas correrias
por entre os canteiros de flores
- bocas-de-lobo, amores-perfeitos e miosótis
que à hora do crepúsculo intensificam os odores.
 
bja
 

publicado às 16:35


Da tranquilidade

por beatriz j a, em 04.02.17

 

 

 Sergio Roffo, “Anchored in Calmness”

 

publicado às 07:00


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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