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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Sexta-feira fui até Lisboa. A intenção era ver uma exposição, almoçar com o filho e ir dar uma volta aos saldos. Vi a exposição, almocei com o filho mas, logo a seguir, entrei no alfarrabista da Sá da Costa ao Chiado e esqueci-me dos saldos. Perdi-me lá... Saí de lá com um livro do Xenofonte, o grande general grego (que na minha cabeça aparece sempre com a imagem daquele prussiano impressionante que agora não lembro o nome) também escritor, traduzido e prefaciado pelo Aquilino Ribeiro. Já li o livro numa edição inglesa há muito tempo mas a ideia de o ler traduzido pelo Aquilino -nem sabia que ele traduzia do grego- atraiu-me logo. Um prefácio fantástico (ainda se usava o trema, que delícia) onde conta a história da própria tradução (só por si é uma história à parte) que acaba com essas palavras que podem ler-se na imagem; embora escritas em 1938, podiam muito bem ter sido escritas hoje, mais coisa menos coisa. Sabendo nós o que aconteceu logo no ano a seguir, é dramático pensar que as palavras encaixam bem no tempo presente.
«Tra la notte che cessa
e l’inizio del giorno,
il mio cuore ha urgenza
della tua nostalgia.»
Bernardo Soares (Fernando Pessoa), “Il libro dell’inquietudine”.
(ler a poesia noutra língua para experimentar outro ritmo de emoções)
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