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Cenas I

por beatriz j a, em 01.05.19

 

Sem fé o destino falha.

Coração cego

demente
segues múrmurios
na noite sem sono

armado com ferros
remexes
pétalas vincadas
fechado em rimas
me cravas
... te escravas.

bja

 

publicado às 00:09


Cenas

por beatriz j a, em 30.04.19

 

Saí do canteiro onde nunca estive
A realidade é este descompasso
Não sei fingir o não-cansaço
Nem sei alinhar o passo
Com os que são de Março.
 
bja
 

publicado às 23:59


a pertença é um sentimento

por beatriz j a, em 04.11.18

 

 

Sentimos o que desejamos

ou desejamos o que sentimos?

 

Que pergunta indiferente...

se o sentimos já é nosso

se o desejamos vive dentro.

 

Só é nosso o que sentimos

a pertença é um sentimento

é vida que partilhamos

com quem nos habita por dentro.

 

bja

 

publicado às 21:07


... II

por beatriz j a, em 04.11.18

 

 

Coisa não há que não possa ser
o tempo é um presente constante
e toda a água apaga a sede ao beber.

bja

 

publicado às 20:37


I dream in you

por beatriz j a, em 04.11.18

 

 

I dream in you
Its a dream of freedom
its a dream of blue.

(...)

 

Masahisa Fukase

 

publicado às 20:00


Se eu fosse vindimeira

por beatriz j a, em 20.07.18

 

 

Se eu fosse vindimeira
deitava-me à noite
no meio das vinhas
a cheirar o perfume
das uvas nos cachos maduros
e a olhar o céu
negro azulado
de estrelas salpicado.
Assim ficava
nas noites de estio
deitada e inebriada
os olhos no infinito
o corpo moldado
a sentir a terra
intensamente.

 

bja

 

publicado às 23:58


O meu país

por beatriz j a, em 20.07.18

 

 

O meu país
(cá dentro)
é o país das letras
das almas valentes
e dos guerreiros poetas.

 

bja

 

publicado às 23:45


sede

por beatriz j a, em 12.09.17

 

Coisa não há que não possa ser
o tempo é um presente constante
e toda a água apaga a sede ao beber.

bja

 

publicado às 21:51


Até quando?

por beatriz j a, em 12.09.17

 

Quando não podemos dizer a saudade
e o mar calamos em golfadas abafadas
o presente esgota-se inteiro na vontade.

 

bja

 

publicado às 21:05


Incompletos

por beatriz j a, em 14.12.16

 

 

busquei as palavras
por entre os murmúrios do mar
mas vívido era o silêncio nos intervalos do seu restolhar.

bja

 

publicado às 22:27


Nada fica (versão 2)

por beatriz j a, em 05.04.16

 

 

 

Nada fica

Tudo se esvai

Como areia na ampulheta.

Verdes anos, lentos se escoam.

Vida de infância, vida de ignorância.

Não percebemos o vórtice que nos puxa

[no afã de vivermos a vida na crista da onda]

pelo funil do tempo que eterno aguarda. Dúvidas

nos arrastam em anos sem consciência do fim.

Avançamos a passo de galope,

descontrolado, desapiedado.

E inexoravelmente

se esgota a vida

como novela

sem enredo

nem fim

 ...

..

.

 

publicado às 21:15


Nada fica

por beatriz j a, em 05.04.16

 

 

 

Nada fica

Tudo se esvai

Como areia na ampulheta.

Verdes anos, lentamente se escoa.

Vida de infância, vida de ignorância.

Não percebemos que o vórtice nos puxa

[no afã de vivermos a vida na crista da onda]

através do funil do tempo que eterno nos aguarda.

Que dúvidas nos arrastam nesses anos sem consciência do fim?

Avançamos a passo de galope, descontrolado e, no mais, desapiedado.

Inexoravelmente se esgota a vida como uma novela sem enredo nem fim.

 

bja

 

 

publicado às 21:04


Não existe medicina do tempo

por beatriz j a, em 31.08.15

 

 

Não existe medicina do tempo.
O tempo é espaço
campo semeado
nos trilhos dos nossos passos.
Onde as raízes cresceram

enterradas em profundura
nenhum tempo é medicamento de cura

- nem as raízes se arrancam
sem risco de certa loucura
dos torrões que se desgarram
e deixam ferida profunda.

Acaso as ondas deixam de se levantar?
O seu recuo momentâneo não aplaina os abismos do mar.

Sim, podemos voltar as costas
recusar olhar
podemos até para longe viajar
não ouvir o marulhar
mas
toda a vez que olharmos concha ou búzio
volta a crescer em nós o mar.

 

bja

[não editado]

 

publicado às 05:06


Life

por beatriz j a, em 26.05.15

 

 

 

 

There's a kind of winter
of the heart
that no sun can defrost
 

bja

publicado às 23:05


Uma chama

por beatriz j a, em 16.01.15

 

 

 

 

Uma chama acende-se

na noite escura

um sopro, um repente

que brilha

e já tudo se conjuga

vapores,  humores

talentos, temperamentos

um cosmos sistematizado

em sonhos de vida futura.

 

Quanto tempo dura?

 

Gira a roda da fortuna

engrenagem implacável

que a uns faz, outros desfaz

antes que a vida se cumpra.

 

Ontem ainda era o tempo de estar

hoje já é a hora do nunca

e eis que tudo se dissolve

e regressa à noite escura.

 

 

publicado às 03:49


Azul, azul

por beatriz j a, em 15.07.14

 

 

 imagem da net

 

 

Nascemos flôr

morremos pedra

azul é a côr

que precede a gangrena.

 

Quero tudo for névoa

- de cores esbatidas

como na aguarela-

o azul é o que fica

desse tempo de flor

em que céu e mar

se tocavam

e unidos se confundiam.

 

bja

 

publicado às 23:26


A vida entristece-me

por beatriz j a, em 24.06.14

 

 

 

imagem da net














 

 

 

 

 

A vida entristece-me
como o piano
esquecido
no casarão devoluto da velha rua sem nome.

O tempo tirou-lhe o brilho

partiu-lhe as pernas e o tronco

deixou-o a esboroar.


Que louco se foi e o deixou ficar...?

 

bja

 

 

publicado às 20:02


Dia da criança

por beatriz j a, em 03.06.14

 

 

 

Moçambique 1993, Alfredo Cunha

 

 

 

Nos palácios que povoam a infância

somos reis

o mundo é nosso.

 

bja

 

publicado às 04:59


🐸 Os que pensam vêem com antecedência

por beatriz j a, em 18.01.14

 

 

 

A Natália Correia era uma mulher que desencadeava ódiozinhos e ataques porque era pessoa muito inteligente e não tinha paciência nenhuma para aturar gente que não via nada e pouco pensava e os outros, nem a compreendiam, nem a perdoavam.

 

 

(enviado pelo Rogério)

 

A nossa entrada (na CEE) vai provocar gravíssimos retrocessos no país, a Europa não é solidária com ninguém, explorar-nos-á miseravelmente como grande agiota que nunca deixou de ser. A sua vocação é ser colonialista"."A sua influência (dos retornados) na sociedade portuguesa não vai sentir-se apenas agora, embora seja imensa. Vai dar-se sobretudo quando os seus filhos, hoje crianças, crescerem e tomarem o poder. Essa será uma geraçãobem preparada e determinada, sobretudo muito realista devido ao trauma da descolonização, que não compreendeu nem aceitou, nem esqueceu.

 

Os genes de África estão nela para sempre, dando-lhe visões do país diferentes das nossas. Mais largas mas menos profundas. Isso levará os que desempenharem cargos de responsabilidade a cair na tentação de querer modificar-nos, por pulsões inconscientes de, sei lá, talvez vingança!" "Portugal vai entrar num tempo de subcultura, de retrocesso cultural, como toda a Europa, todo o Ocidente".

 

"Mais de oitenta por cento do que fazemos não serve para nada. E ainda querem que trabalhemos mais. Para quê? Além disso, a produtividade hoje não depende já do esforço humano, mas da sofisticação tecnológica".

"Os neoliberais vão tentar destruir os sistemas sociais existentes, sobretudo os dirigidos aos idosos. Só me espanta que perante esta realidade ainda haja pessoas a pôr gente neste desgraçado mundo e votos neste reaccionário centrão".

"Há a cultura, a fé, o amor, a solidariedade. Que será, porém, de Portugal quando deixar de ter dirigentes que acreditem nestes valores?"

 

"As primeiras décadas do próximo milénio serão terríveis. Miséria, fome, corrupção, desemprego, violência, abater-se-ão aqui por muito tempo.

A Comunidade Europeia vai ser um logro. O Serviço Nacional de Saúde, a maior conquista do 25 de Abril, e Estado Social e a independência nacional sofrerão gravíssimas rupturas. Abandonados, os idosos vão definhar, morrer, por falta de assistência e de comida. Espoliada, a classe média declinará, só haverá muito ricos e muito pobres. A indiferença que se observa ante, por exemplo, o desmoronar das cidades e o incêndio das florestas é uma antecipação disso, de outras derrocadas a vir"."

 

Natália Correia (citada por Fernando Dacosta, no livro, 'O Botequim da Liberdade'

 

 

publicado às 11:04


instantâneos

por beatriz j a, em 27.08.13

 

 

 

 

Também sou nessas palavras

onde te escondes e revelas

nesse mirto que espalhas

roxo sangue

de flores em poalha.

 

sem fé o destino falha.

 

Coração cego

demente

segues múrmurios

na noite sem sono

 

armado com ferros

remexes

pétalas vincadas

fechado em rimas

me cravas

... te escravas.

 

(...)

 

bja

 

publicado às 18:39


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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