of the heart
that no sun can defrost
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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Sem fé o destino falha.
Coração cego
demente
segues múrmurios
na noite sem sono
armado com ferros
remexes
pétalas vincadas
fechado em rimas
me cravas
... te escravas.
bja
Sentimos o que desejamos
ou desejamos o que sentimos?
Que pergunta indiferente...
se o sentimos já é nosso
se o desejamos vive dentro.
Só é nosso o que sentimos
a pertença é um sentimento
é vida que partilhamos
com quem nos habita por dentro.
bja
Coisa não há que não possa ser
o tempo é um presente constante
e toda a água apaga a sede ao beber.
bja
I dream in you
Its a dream of freedom
its a dream of blue.
(...)
Masahisa Fukase
Se eu fosse vindimeira
deitava-me à noite
no meio das vinhas
a cheirar o perfume
das uvas nos cachos maduros
e a olhar o céu
negro azulado
de estrelas salpicado.
Assim ficava
nas noites de estio
deitada e inebriada
os olhos no infinito
o corpo moldado
a sentir a terra
intensamente.
bja
O meu país
(cá dentro)
é o país das letras
das almas valentes
e dos guerreiros poetas.
bja
Coisa não há que não possa ser
o tempo é um presente constante
e toda a água apaga a sede ao beber.
bja
Quando não podemos dizer a saudade
e o mar calamos em golfadas abafadas
o presente esgota-se inteiro na vontade.
bja
busquei as palavras
por entre os murmúrios do mar
mas vívido era o silêncio nos intervalos do seu restolhar.
bja
Nada fica
Tudo se esvai
Como areia na ampulheta.
Verdes anos, lentos se escoam.
Vida de infância, vida de ignorância.
Não percebemos o vórtice que nos puxa
[no afã de vivermos a vida na crista da onda]
pelo funil do tempo que eterno aguarda. Dúvidas
nos arrastam em anos sem consciência do fim.
Avançamos a passo de galope,
descontrolado, desapiedado.
E inexoravelmente
se esgota a vida
como novela
sem enredo
nem fim
...
..
.
Nada fica
Tudo se esvai
Como areia na ampulheta.
Verdes anos, lentamente se escoa.
Vida de infância, vida de ignorância.
Não percebemos que o vórtice nos puxa
[no afã de vivermos a vida na crista da onda]
através do funil do tempo que eterno nos aguarda.
Que dúvidas nos arrastam nesses anos sem consciência do fim?
Avançamos a passo de galope, descontrolado e, no mais, desapiedado.
Inexoravelmente se esgota a vida como uma novela sem enredo nem fim.
bja
Não existe medicina do tempo.
O tempo é espaço
campo semeado
nos trilhos dos nossos passos.
Onde as raízes cresceram
enterradas em profundura
nenhum tempo é medicamento de cura
- nem as raízes se arrancam
sem risco de certa loucura
dos torrões que se desgarram
e deixam ferida profunda.
Acaso as ondas deixam de se levantar?
O seu recuo momentâneo não aplaina os abismos do mar.
Sim, podemos voltar as costas
recusar olhar
podemos até para longe viajar
não ouvir o marulhar
mas
toda a vez que olharmos concha ou búzio
volta a crescer em nós o mar.
bja
[não editado]
bja
Uma chama acende-se
na noite escura
um sopro, um repente
que brilha
e já tudo se conjuga
vapores, humores
talentos, temperamentos
um cosmos sistematizado
em sonhos de vida futura.
Quanto tempo dura?
Gira a roda da fortuna
engrenagem implacável
que a uns faz, outros desfaz
antes que a vida se cumpra.
Ontem ainda era o tempo de estar
hoje já é a hora do nunca
e eis que tudo se dissolve
e regressa à noite escura.
Moçambique 1993, Alfredo Cunha
Nos palácios que povoam a infância
somos reis
o mundo é nosso.
bja
A Natália Correia era uma mulher que desencadeava ódiozinhos e ataques porque era pessoa muito inteligente e não tinha paciência nenhuma para aturar gente que não via nada e pouco pensava e os outros, nem a compreendiam, nem a perdoavam.
(enviado pelo Rogério)
A nossa entrada (na CEE) vai provocar gravíssimos retrocessos no país, a Europa não é solidária com ninguém, explorar-nos-á miseravelmente como grande agiota que nunca deixou de ser. A sua vocação é ser colonialista"."A sua influência (dos retornados) na sociedade portuguesa não vai sentir-se apenas agora, embora seja imensa. Vai dar-se sobretudo quando os seus filhos, hoje crianças, crescerem e tomarem o poder. Essa será uma geraçãobem preparada e determinada, sobretudo muito realista devido ao trauma da descolonização, que não compreendeu nem aceitou, nem esqueceu.
Os genes de África estão nela para sempre, dando-lhe visões do país diferentes das nossas. Mais largas mas menos profundas. Isso levará os que desempenharem cargos de responsabilidade a cair na tentação de querer modificar-nos, por pulsões inconscientes de, sei lá, talvez vingança!" "Portugal vai entrar num tempo de subcultura, de retrocesso cultural, como toda a Europa, todo o Ocidente".
"Mais de oitenta por cento do que fazemos não serve para nada. E ainda querem que trabalhemos mais. Para quê? Além disso, a produtividade hoje não depende já do esforço humano, mas da sofisticação tecnológica".
"Os neoliberais vão tentar destruir os sistemas sociais existentes, sobretudo os dirigidos aos idosos. Só me espanta que perante esta realidade ainda haja pessoas a pôr gente neste desgraçado mundo e votos neste reaccionário centrão".
"Há a cultura, a fé, o amor, a solidariedade. Que será, porém, de Portugal quando deixar de ter dirigentes que acreditem nestes valores?"
"As primeiras décadas do próximo milénio serão terríveis. Miséria, fome, corrupção, desemprego, violência, abater-se-ão aqui por muito tempo.
A Comunidade Europeia vai ser um logro. O Serviço Nacional de Saúde, a maior conquista do 25 de Abril, e Estado Social e a independência nacional sofrerão gravíssimas rupturas. Abandonados, os idosos vão definhar, morrer, por falta de assistência e de comida. Espoliada, a classe média declinará, só haverá muito ricos e muito pobres. A indiferença que se observa ante, por exemplo, o desmoronar das cidades e o incêndio das florestas é uma antecipação disso, de outras derrocadas a vir"."
Natália Correia (citada por Fernando Dacosta, no livro, 'O Botequim da Liberdade'
Também sou nessas palavras
onde te escondes e revelas
nesse mirto que espalhas
roxo sangue
de flores em poalha.
sem fé o destino falha.
Coração cego
demente
segues múrmurios
na noite sem sono
armado com ferros
remexes
pétalas vincadas
fechado em rimas
me cravas
... te escravas.
(...)
bja
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