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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Às vezes ponho-me a percorrer o planeta, na minha mente, desprovido de vida animal. Só as montanhas, os lagos, as planícies, os desertos, os penhascos e os vastos oceanos. É assustador.
Quem está ou vai agora à Suiça, pode dar um salto a Geneve à biblioteca da cidade e ver a exposição dos desenhos de Leonardo da Vinci que ilustraram o manuscrito sobre matemática e sua aplicação à geometria do seu amigo Luca Pacioli [1498], monge franciscano.
O título alude à 'proporção áurea' ou 'número de ouro', como é mais conhecido. O primeiro capítulo do livro estuda essa proporção do ponto de vista matemático e explora e a sua aplicação a várias artes e dá 5 razões para que o 'número de ouro' seja conhecido como, 'a divina proporção':
* o seu valor representa a simplicidade divina;
* a sua definição invoca três comprimentos o que simboliza a Santíssima Trindade;
* a sua irracionalidade representa a incompreensabilidade divina;
* a sua autossimilaridade representa a omnipresença e invariabilidade divinas;
* e a sua relação com o dodecaedro representa a quintessência [a quintessência é um conceito da filosofia medieval que corresponde ao éter aristotélico, a substância não palpável que enche o espaço supra-lunar, os céus, onde habitam os seres perfeitos, diferente dos elementos materiais dos corpos sub-lunares]
Enfim, vale a pena, podendo, dar um salto a Geneve para ver a exposição. Quantas vezes temos acesso a desenhos ou obras de Leonardo da Vinci?
é o título dum artigo do Spiegel online
By Michael Soukup
Posters como este têm aparecido por toda a Suiça encorajando as pessoas a votar a favor da proibição da construção de minaretes num referendo a realizar em Novembro.
Uma aldeia suiça tenta impedir que a comunidade turca muçulmana, emigrantes de terceira geração, acrescente um minarete na mesquita que estão a construir.
Alegam que é o primeiro passo para a importação e, logo a seguir imposição, da Sharia.
O cartaz mostra uma mulher com o Shadar a cobri-la e umas érie de minaretes em cima da bandeira suiça como mísseis multiplicados.
Esta representação da religião, e parte do medo e do preconceito contra ela, têm origem no medo do terrorismo associado à religião muçulmana mas também nas palavras do primeiro ministro turco Erdogan: "Os minaretes são as nossas baionetas, as cúpulas são os nossos capacetes, as mesquitas são as nossas casernas e os crentes são o nosso exército".
Não vou discutir aqui o preconceito contra a religião muçulmana, que é evidente. O que talvez já não seja tão evidente, é o facto da guerra fria não ter acabado, mas apenas ter realizado uma reorientação: transferiu-se para a religião e desenvolve-se entre cristãos e muçulmanos.
Num dos lados da guerra -o muçulmano- decorre uma luta interna pela abolição da escravatura das mulheres pelos homens.
O Shadar que cobre a cara da mulher do poster não é uma questão cultural (assim como a escravatura dos negros também não o era, embora muito se usasse esse pseudo-argumento), é uma questão de escravidão versus liberdade, e nenhum ser humano digno desse nome, seja mulher ou homem pode ser indiferente ao facto de biliões de mulheres neste planeta estarem ainda sob o jugo da escravatura.
Na Alemanha, neste últimos dois meses foram mortas 5 raparigas, pelos irmãos, às vezes a pedido dos pais, por se recusarem a ser escravas - tinham um namorado, ou vestiam-se com calças de ganga e coisas do género.
Esta é a guerra mais antiga a decorrer no planeta. Já fez mais baixas que todas as outras juntas.
Tem piada observar que numa das religiões, a cristã, o fundador, o Cristo, fizesse questão de aparecer como assexuado filho duma mãe cuja principal virtude foi ser virgem. Na outra religião, a muçulmana, o profeta tem como principal virtude ter muitas mulheres.
Parece que o assunto principal das religiões não é a salvação das almas mas a regulação da vida sexual - onde as mulheres são sempre 'coisas' e não fins em si mesmas.
O líder da Líbia, um beduíno do deserto, em tempos declarado terrorista inimigo número um do mundo ocidental, e que hoje em dia é sobretudo falado por causa das excentricidades como insistir em montar a sua tenda beduína quando visita outros países e pelas suas guardas-costas mulheres pôs a Suíça em alerta total.
as guarda-costas de Kadafi
No ano passado, um dos seus 8 filhos -Hanibal - e a esposa foram presos num hotel em Genebra por estarem a espancar dois empregados domésticos, que entretanto fizeram queixa à polícia e pediram asilo político.
O filho e a mulher foram libertados sob uma caução de meio milhão de francos suiços.
O papá Kadafi, no dia a seguir, fechou as torneiras do petróleo para a Suíça por 'problemas técnicos' (a Líbia fornece praticamente todo o petróleo que a Suíça compra); chamou os representantes líbios na Suíça de volta a casa; fechou as instalações da Nestlé e outras empresas suiças, 'por problemas técnicos' (a Líbia é um dos maiores parceiros comerciais da Suíça em África); reduziu os voos entre os dois países ao mínimo impensável, 'por problemas técnicos'; prendeu dois suíços a trabalhar na Líbia, um engenheiro e outro qualquer.
Grande alvoroço na Suíça, apressaram-se a pedir desculpas pela prisão injustificada do filho do 'grande líder'. Kadafi entendeu que não era suficiente e não libertou os suíços.
Na semana passada, segundo o Le Monde, Hans-Rudolf Merz, presidente da confederação e ministro das finanças foi à Líbia e fez um acordo por iniciativa própria, com Kadafi, em que se comprometia a aceitar um tribunal arbitral internacional, sediado em Londres, para julgar e punir os guardas suíços que prenderam o filho e a mulher. Em troca, libertaria, até 1 de Setembro, os 2 suiços.
Kadafi não libertou os 2 suíços e vai uma enorme confusão na Suiça, desde logo pelo embróglio jurídico criado com este tribunal arbitral, ao precedente que inaugura e também porque a opinião publica e os cantões estão a reagir mal ao acordo semi-secreto de Merz.
Entretanto, Kadafi recebeu como herói o líbio condenado a prisão perpétua pelo atentado Lockerbie, recentemente libertado por estar doente com cancro...
Prepara-se para ir falar às Naçoes Unidas e montar tenda em New Jersey, onde moram muitos familiares das vítimas dos atentados de 11 de Setembro.
O que salta à vista nisto tudo é a hipocrisia dos Suíços, os parasitas da Europa, que se aproveitam dos benefícios de estarem no coração da Europa Comunitária sem terem que contribuir um centavo; falam de princípios e de regras e tal e tal mas assim que se fala em dinheiro cai logo a máscara e atiram os princípios todos às urtigas o mais depressa possível.
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