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A cultura da banalização da violação

por beatriz j a, em 07.06.16

 

 

 

The Stanford Rape Case

 

Este caso de violação foi a julgamento recentemente na universidade de Stanford. Uma rapariga que estava de visita à universidade foi atacada, violada e deixada inconsciente no meio da rua, despida, por um dos estudantes que recebeu de sentença pelo crime seis meses de prisão.

A rapariga escreveu uma carta ao criminoso que se safou com uma pena ridícula por ser, em seu entender, rico, branco e de uma família com poder. 

O pai dele, que contratou advogados para tentarem dar a entender que se calhar ela até tinha gostado, comentou a sentença dizendo que "não fazia sentido estragar a vida dele por vinte minutos de acção". Não lhe chamou crime, chamou-lhe 'acção'...

Vinte minutos a esfaquear alguém é uma monstruosidade de tempo; vinte minutos a pontapear alguém é uma monstruosidade de tempo; vinte minutos a queimar alguém é uma monstruosidade de tempo; vinte minutos a torturar alguém é uma monstruosidade de tempo. Porque é que vinte minutos a violar alguém lhe parece pouca coisa? Porque violar, na cultura machista em que vivemos, é fazer sexo... não é entendido como aquilo que é: um ataque criminoso e violento. Por isso o pai acha que não há necessidade de estragar a vida dele, embora ele tenha estragado a vida dela.

Vivemos numa cultura de violência, de indução de violência contra as mulheres.

Parece que ele é um campeão de natação: talvez ele vá aos jogos olímpicos representar os EUA. Quem sabe, pode até ganhar uma medalha e depois havemos de vê-lo no podium, um criminoso violento sendo a face dos EUA, da sua bandeira e do seu hino. Que orgulho para os americanos...

 

Isto foi o que o pai do criminoso escreveu no Twitter:

 

 

 Como se lê, ele contribui positivamente para a sociedade e é um coitadinho que já não consegue comer bifinhos.

Need we say more...?

 

 O testemunho dela em tribunal é impressionante: statement

 

 

publicado às 07:00

 

 

 

 

 

publicado às 23:31


O poder transforma as pessoas...

por beatriz j a, em 19.04.15

 

 

 

... transforma os que o têm em abusadores, déspotas, vaidosos, fátuos e cruéis e transforma os que o sofrem em joguetes submissos, hipócritas, medrosos, traidores e cruéis.

Na última aula de Psicologia estivémos a falar das experiências de Milgram e de Zimbardo a propósito dos processos de influência social. A de Milgram sobre a obediência, que mostra que cerca de 70% das pessoas são capazes de fazer mal e até matar uma pessoa por obediência a uma figura de autoridade que vêem como legítima e a segunda que Zimbardo fez com estudantes universitários, onde era suposto, durante duas semanas, uns fazerem papel de guardas de uma prisão e os outros de prisioneiros e em teve que acabar com a experiência ao fim de seis dias porque os 'guardas' se tornaram uns déspotas abusadores e cruéis com requintes de malvadez e humilhação aos colegas. O próprio psicólogo, Zimbardo, alterou o seu comportamento durante essa experiência, sem dar por isso.

Estas experiências andam no youtube. A de Zimbardo comentada por ele mesmo, por aqueles que fizeram de guardas e de prisioneiros e pela namorada que foi quem lhe deu uma espécie de bofetada que o fez acordar para o que se estava a passar. Esta experiência mostra o quanto as pessoas são transformadas negativamente, por vezes num espaço de dias, pelo poder e, se as pessoas não fossem estúpidas e gananciosas e tivessem juízo, nunca se permitiria a uma pessoa qualquer estar muito tempo em cargos de poder.

Os alunos da turma, porque são o contrário de estúpidos, acharam as experiências assustadoras porque viram muito claramente que o que uns fazem outros também fazem e, portanto, olharam uns para os outros com aquele ar inquisitivo de quem não está certo de poder confiar nos seus companheiros de humanidade...

 

 

experiência de Stanford

 

 

experiência de 'obediência' de Milgram

 

 

publicado às 21:11


Enciclopédia de Filosofia Online

por beatriz j a, em 18.01.12

 

 

 

 

 

Em 1995, seis anos antes do início da Wikipédia, já a Universidade de Stanford tinha posto online uma Enciclopédia de Filosofia. Embora seja escrita e revista por académicos, especialistas credenciados de renome -ao contrário da Wikipédia-, está aberta a críticas e sugestões de leitores não credenciados. Todos os artigos, antes de serem publicados, são revistos por membros duma comissão editorial composta por 120 professores universitários de Filosofia, cada um com a sua especialidade. Fora isso, a Enciclopédia é de acesso livre e universal.

 

publicado às 20:37


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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