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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Os médicos tarefeiros são outros que sofrem de síndrome de vício de salário ao fim do mês.
A sobrelotação da Urgência do Hospital de São Bernardo levou a que este domingo os doentes transportados em ambulâncias fossem encaminhados para outros hospitais da região de Setúbal.
A medida foi comunicada aos bombeiros às 12 horas e previa-se que se prolongasse até às oito horas de segunda-feira. Entretanto, pelas 16.30 horas, o serviço voltou a funcionar normalmente e o hospital voltou a aceitar as ambulâncias com doentes urgentes. De acordo com fonte oficial do Centro Hospitalar de Setúbal ao JN, "verificou-se um constrangimento pontual", e pelas 16.30 horas "o serviço voltou a funcionar normalmente".
Ao JN, os bombeiros de Águas de Moura e de Palmela dizem-se surpreendidos por esta decisão ter sido apenas tomada este domingo, tendo em conta que os constrangimentos se têm verificado ao longo desta semana. Eduardo Martins, comandante dos Bombeiros de Palmela, refere que "tem sido hábito as ambulâncias ficarem retidas no hospital por falta de escoamento dos doentes que entram nas macas".
Rui Laranjeira, comandante dos Bombeiros de Águas de Moura, afirma que "os serviços que deviam demorar uma hora têm demorado duas a três horas porque as ambulâncias simplesmente não podem sair do hospital sem as macas que levam os doentes".
O que recomenda Catarina Martins? Que as pessoas morram no hospital público à espera de consulta? À espera de uma cirurgia? De um exame que só tem vaga para dali a seis meses? Que vão para o hospital, os mandem tirar sangue e tenham que voltar no dia a seguir ou no outro porque têm 220 pessoas à frente? Pois, assim a saúde fica barata e o Centeno pode poupar dinheiro para oferecer a mesada aos banqueiros mas as pessoas são mal tratadas ou morrem.
Uma pessoa doente quer um médico e um enfermeiro e condições para se tratar, não uma ideologia.
Uma coisa é querer proibir absolutamente que se faça PPPs na saúde, mesmo em casos em que haja óbvio benefício para os doentes, o que parece completamente absurdo, outra muito diferente é o Estado demitir-se da obrigação de financiar o SNS de modo a que "seja dotado dos recursos humanos, técnicos e financeiros necessários ao cumprimento das suas funções e objetivos." Pelos vistos, os deputados do PS retiraram esta obrigação do texto da proposta de projecto-lei.
Ou seja, desistir de ter um SNS que "proteja a saúde através de um sistema universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito". Retirar o texto não é um progresso mas um regresso.
Não percebo, Passam de um exagero ao outro. Porque não podemos ter um SNS de qualidade e ter, quando necessário mas não como regra, uma PPP? Não percebo estas ideologias radicais que sacrificam tudo a um extremo que fecha inúmeras possibilidades.
A 1ª faz-nos questionar, 'que raio de gente é que assina acordos destes na UE' e porque é que não sabemos de nada? A 2ª faz-nos questionar, 'que prioridades queremos para o nosso país? Banqueiros contentes?'
Mas o Costa e o Deborla estão muito contentes consigo próprios e acham que tudo vai bem e são bestiais. O dinheiro da saúde vai para Bruxelas... enfim... o que sobra depois dos rapaces dos bancos, das empresas dos amigos dos políticos e seus satélites o abifarem.
Uma pessoa lembra-se do tempo em que o SNS era bom. Agora temos medo de ir lá parar.
Hoje dei com o nariz na porta do meu sapateiro de mais de 20 anos. Perguntei ao lado, no talho, o que se passava e fiquei a saber que o senhor tem uma hérnia a precisar de cirurgia urgente, que estava há meses à espera e que o chamaram para fazer a cirurgia na segunda-feira. Esperou, esperou -tinha duas pessoas à frente- até que vieram dizer-lhe que tinha que ficar para terça; terça-feira esperou, esperou até que o médico veio dizer-lhe que ia dar-lhe alta e tirá-lo da lista de espera porque não tinha tempo para o operar. Agora ele anda no hospital privado a tentar fazer a operação por menos do que lhe pedem.
É o lindo estado do SNS, senhor ministro! O meu sapateiro com uma hérnia por curar e eu com sapatos por arranjar.
Se não sabe pôr o SNS a funcionar (já agora peça ao seu chefe que deixe de apelar ao mito urbano) agradeço que me arranje outro sapateiro que ponha meias solas por 5 euros, s.f.f.. é que eu sou do outro serviço nacional, o da educação, cujo seu colega de incompetência ajudou a estragar, de modo que não tenho dinheiro para comprar sapatos novos de cada vez que se estragam, o que acontece com frequência porque ando muito a pé... sim, pago-lhe o seu carro e o seu motorista mas ando a pé, está a ver?
... e à cumplicidade por silêncio não é um código de ética. A lei dá prioridade à aparência das coisas. Os médicos devem trabalhar para a aparência do sistema: mesmo que o sistema esteja realmente mal é obrigatório fingir/mentir e manter as aparências?
Os médicos [do Norte] não aceitam a "lei da rolha" prevista na proposta de código de ética, que está a ser preparado pelo Ministério da Saúde, e preparam-se para romper todas as colaborações com a tutela
É a resposta ao código de ética que está a ser redigido pela tutela e que, entre outros pontos polémicos, obriga os profissionais de saúde a guardar "sigilo absoluto" em relação ao exterior de toda a informação que possa afetar ou colocar em causa a imagem da instituição.
"Se os médicos forem proibidos de denunciar situações que estão mal nas instituições do SNS, quem sai prejudicado são os doentes, é a segurança dos doentes que fica em causa"
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