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A chatice dos factos

por beatriz j a, em 02.05.19

 

Terça-feira vinha à conversa com o meu filho que me foi buscar ao tratamento, acerca da carga de impostos que pagamos. Ele queixava-se, com alguma revolta, que paga uma brutalidade de impostos e depois o dinheiro em vez de ser usado para melhorar os serviços públicos, ser usado para enfiar em ladrões que roubam milhões e centenas de milhões, para desresponsabilizar os seus cúmplices e para desperdícios em benefício de interesses particulares, como por ex., sendo a maioria dos deputados advogados, porque precisam de recorrer a firmas exteriores? Se fossem engenheiros ou outra coisa qualquer e não soubessem de leis... 

 

Estamos de acordo em pagar impostos e ter uma sociedade o mais equitativa possível mas não estamos de acordo em pagar impostos para servir interesses particulares, queimar dinheiro em serviços por gestão incompetente e ruinosa e/ou ideologia ou desinvestir continuamente nos serviços básicos de saúde, educação e justiça.

 

Estávamos nesta conversa e pusémo-nos a comparar salários. OMG! Ele ganha quase o dobro do que eu ganho... quer dizer, fico muito contente que valorizem o trabalho dele e lhe paguem como deve ser; no entanto, não pude deixar de sentir que ganho mesmo mal e não valorizam o meu trabalho, tendo em conta que ele trabalha há meia dúzia de anos e que eu já levo mais de trinta anos de trabalho.

 

Depois, ter que ouvir o Centeno e o Costa dizerem que pagar o que devem aos professores é contrário aos interesses do país, sendo que pagar a tudo o que é ladrão e incompetente é a favor dos interesses do país, revolta...

 

publicado às 07:59


Evitar o perigo de fogo... hã, que é isso?

por beatriz j a, em 19.03.19

 

 

publicado às 06:00

 

 

 

Mário Cruz – que tem visto os seus trabalhos circularem no estrangeiro, em jornais e revistas de prestígio e grande difusão como o New York Times e a Newsweek – é muito crítico em relação ao que se passa hoje em todo mundo com o fotojornalismo. E Portugal não escapa. “Hoje falta-nos tempo e espaço para fazer trabalhos como este dos talibés”, diz, explicando que, para realizar esta série em que esteve dois meses do ano passado no Senegal e na Guiné, teve de pedir uma licença sem vencimento na Agência Lusa, fazendo toda a pesquisa que antecedeu a viagem nos seus tempos livres. “Hoje não há praticamente oportunidades nenhumas para publicar trabalhos que fogem ao foco noticioso imediato, ao que acaba de acontecer. 

 

Estas palavras de Mário Cruz a propósito da reportagem fotográfica que lhe deu o prémio são reveladoras. O jornalismo está nas mãos de comerciantes que só pensam no lucro, de modo que quem quer fazer um trabalho sério tem que fazê-lo por sua conta, às suas custas e, à margem das direcções dos jornais. Daí a decadência em que se encontra o jornalismo. E quem diz o jornalismo, diz as escolas e os hospitais que têm nas direcções pseudo-gestores ao serviço do lucro dos lobbies que por sua vez servem o lucro de grandes empresas. Quem quer trabalhar como deve ser, com um trabalho consequente e profundo, tem que fazê-lo às suas custas e à margem das direcções.

Dantes, quando os serviços eram dirididos por pares, fossem jornalistas, médicos ou professores o objectivos eram, respectivamente, o acto pedagógico, o acto médico e o serviço informativo público. Agora que os serviços estão nas mãos de comerciantes que só pensam no lucro a decadência é inevitável e é visível.

 

 

publicado às 13:56


Anos e anos e pessoas mortas

por beatriz j a, em 30.12.15

 

 

Hospitais asseguram, de forma rotativa, urgências para doença vascular cerebral

 

... e depois em cinco dias põem a funcionar um serviço... quer dizer que podia ter funcionado sempre... e não há responsáveis, para variar...

 

 

publicado às 22:36


E vão 9

por beatriz j a, em 18.01.15

 

 

 

Mais duas pessoas morrem nas urgência Demora na assistência faz novas vítimas. Mulher espera nove horas e homem quatro.

 

 

publicado às 14:24


os serviços em Portugal

por beatriz j a, em 21.06.12

 

 

 

 

São cinco da manhã a acabo de receber um mail da WOOk referente a uma compra que fiz no dia 4 de Junho. Blá, blá, dificuldades, a culpa é do editor...mais blá, blá, blá... estou tão arrependida de ter feito a compra...

Há muito tempo -anos- que não fazia uma encomenda a este site porque das duas primeiras e, únicas vezes, que fiz, recebi as coisas quase um mês depois. Mas, outro dia estava em casa, queria um par de livros e, francamente, pensei, 'okay, já passaram uns anos desde aquelas encomendas, na altura não era ainda vulgar vender online e tal, de modo que o serviço deve ter melhorado'. Pois, sim...

Se encomendo alguma coisa da Amazon, mesmo da americana, ou do Bookdepository, passados três ou quatro dias está em minha casa mas, se encomendo da Wook ou da Fnac portuguesa (desta também já não encomendo nada há anos, pela mesma razão) é esta marmelada... não há pachorra. Dezassete dias!

Isto resume um bocadinho o que são os serviços em Portugal. Funcionam muito mal e não melhoram com o tempo. Não sei, mas se o serviço fosse meu, metia-me num carro e ia buscar o livro à editora, pessoalmente, para não passar pela vergonha de entregar uma encomenda três semanas ou um mês depois de ter sido paga. Já o podia ter eu comprado. Isto chateia. É por estas e por outras semelhantes que faço compras online de sites não portugueses.

 

publicado às 05:23


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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