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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Terça-feira vinha à conversa com o meu filho que me foi buscar ao tratamento, acerca da carga de impostos que pagamos. Ele queixava-se, com alguma revolta, que paga uma brutalidade de impostos e depois o dinheiro em vez de ser usado para melhorar os serviços públicos, ser usado para enfiar em ladrões que roubam milhões e centenas de milhões, para desresponsabilizar os seus cúmplices e para desperdícios em benefício de interesses particulares, como por ex., sendo a maioria dos deputados advogados, porque precisam de recorrer a firmas exteriores? Se fossem engenheiros ou outra coisa qualquer e não soubessem de leis...
Estamos de acordo em pagar impostos e ter uma sociedade o mais equitativa possível mas não estamos de acordo em pagar impostos para servir interesses particulares, queimar dinheiro em serviços por gestão incompetente e ruinosa e/ou ideologia ou desinvestir continuamente nos serviços básicos de saúde, educação e justiça.
Estávamos nesta conversa e pusémo-nos a comparar salários. OMG! Ele ganha quase o dobro do que eu ganho... quer dizer, fico muito contente que valorizem o trabalho dele e lhe paguem como deve ser; no entanto, não pude deixar de sentir que ganho mesmo mal e não valorizam o meu trabalho, tendo em conta que ele trabalha há meia dúzia de anos e que eu já levo mais de trinta anos de trabalho.
Depois, ter que ouvir o Centeno e o Costa dizerem que pagar o que devem aos professores é contrário aos interesses do país, sendo que pagar a tudo o que é ladrão e incompetente é a favor dos interesses do país, revolta...
Estas palavras de Mário Cruz a propósito da reportagem fotográfica que lhe deu o prémio são reveladoras. O jornalismo está nas mãos de comerciantes que só pensam no lucro, de modo que quem quer fazer um trabalho sério tem que fazê-lo por sua conta, às suas custas e, à margem das direcções dos jornais. Daí a decadência em que se encontra o jornalismo. E quem diz o jornalismo, diz as escolas e os hospitais que têm nas direcções pseudo-gestores ao serviço do lucro dos lobbies que por sua vez servem o lucro de grandes empresas. Quem quer trabalhar como deve ser, com um trabalho consequente e profundo, tem que fazê-lo às suas custas e à margem das direcções.
Dantes, quando os serviços eram dirididos por pares, fossem jornalistas, médicos ou professores o objectivos eram, respectivamente, o acto pedagógico, o acto médico e o serviço informativo público. Agora que os serviços estão nas mãos de comerciantes que só pensam no lucro a decadência é inevitável e é visível.
... e depois em cinco dias põem a funcionar um serviço... quer dizer que podia ter funcionado sempre... e não há responsáveis, para variar...
Mais duas pessoas morrem nas urgência Demora na assistência faz novas vítimas. Mulher espera nove horas e homem quatro.
São cinco da manhã a acabo de receber um mail da WOOk referente a uma compra que fiz no dia 4 de Junho. Blá, blá, dificuldades, a culpa é do editor...mais blá, blá, blá... estou tão arrependida de ter feito a compra...
Há muito tempo -anos- que não fazia uma encomenda a este site porque das duas primeiras e, únicas vezes, que fiz, recebi as coisas quase um mês depois. Mas, outro dia estava em casa, queria um par de livros e, francamente, pensei, 'okay, já passaram uns anos desde aquelas encomendas, na altura não era ainda vulgar vender online e tal, de modo que o serviço deve ter melhorado'. Pois, sim...
Se encomendo alguma coisa da Amazon, mesmo da americana, ou do Bookdepository, passados três ou quatro dias está em minha casa mas, se encomendo da Wook ou da Fnac portuguesa (desta também já não encomendo nada há anos, pela mesma razão) é esta marmelada... não há pachorra. Dezassete dias!
Isto resume um bocadinho o que são os serviços em Portugal. Funcionam muito mal e não melhoram com o tempo. Não sei, mas se o serviço fosse meu, metia-me num carro e ia buscar o livro à editora, pessoalmente, para não passar pela vergonha de entregar uma encomenda três semanas ou um mês depois de ter sido paga. Já o podia ter eu comprado. Isto chateia. É por estas e por outras semelhantes que faço compras online de sites não portugueses.
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