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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Centeno com empréstimos do Banco de Portugal Dinheiro foi emprestado com melhores condições.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, e o secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, contraíram empréstimos bancários junto do Banco de Portugal, de 125 mil euros e de 127 mil euros...
O dinheiro foi emprestado em condições melhores do que o mercado oferece, uma vez que os dois são funcionários do regulador. Qualquer instituição bancária exigia mais.
Aproveitar para sacar privilégios...
Ontem vinha a ouvir na rádio uma entrevista, ao bastonário dos farmacêuticos... penso, porque não a apanhei do início e não a ouvi até ao fim. O indivíduo estava num rol de queixas alegando que os farmacêuticos são uns coitados e que o Estado devia ajudar a suportar os não ganhos das farmácias com os genéricos [que muito defendiam mas agora já não gostam porque são obrigados a vender os mais baratos e isso não lhes dá os lucros astronómicos que tinham há uns anos sem fazer nada].
O entrevistado alegava que o farmacêutico, tal como um médico devia ser pago pelo 'acto farmacêutico'. E quando o entrevistador lhe perguntou o que era isso, ele explicou que vender um medicamento é mais que vender um medicamento, inclui também um conselho a quem não tem receita e um incentivo à manutenção da terapêutica. LOL Ia-me desmanchando a rir. Primeiro quer fazer crer que a farmácia não é um negócio que existe para o lucro mas que o farmacêutico é um ser patriota e abnegado que abre o negócio com espírito fransciscano e depois que comerciar um medicamento ou outro produto qualquer, como perfumes ou cremes hidratantes, que se venda na farmácia, é um acto idêntico a um acto médico pela razão que aconselham a pessoa a levar este ou o outro produto quando não têm receita ou às vezes em substituição daquele que vem na receita.
[às vezes os farmacêuticos olham para a receita médica e perguntam-nos se não queremos antes outro medicamento em vez daquele que o médico receitou... se eu quisesse consultar um farmacêutico não tinha ido ao médico...]
Por esta ordem de ideias o droguista da Drogaria Alice aqui do burgo teria que receber pelo 'acto droguista' de aconselhar o parafuso b2 em vez do b3 ou, mais ainda, um professor teria que ser pago pelo 'acto pedagógico' cada vez que aconselha um aluno como estudar, como escolher um curso ou carreira, como evitar perigos na escola e na vida, cada vez que dá suporte emocional, psicológico e/ou pedagógico a um aluno (ou aos seus pais), cada vez que os acompanha em visitas de estudo, que organiza exposições, conferências, etc., que são actos que ultrapassam o mero acto de ensinar.
Este é um país de sacadores... este farmacêutico, à semelhança dos sacadores das estradas que ganham milhões nas concessões mas exigem ser pagos se o negócio não der o que pensaram dar, também quer ser compensado pelo facto de poder ter apostado num negócio que já não dá o que ele queria que desse.
Esta moda dos farmacêuticos se verem a si mesmos como pseudo-médicos tem coisas ridículas, para além de termos que esperar séculos até que nos aviem devido a fazerem uma espécie de consulta a cada pessoa que lá vai. Outro dia fui comprar Ben-u-ron. A rapariga da farmácia, pessoa dos seus trinta anos, i.é., ainda ela não era um projecto de existência e já uma pessoa tomava Ben-u-rons, volta-se para mim e diz, 'já tomou este medicamento? Sabe-se como se toma?' Respondi-lhe: 'sim... tira-se um comprimido da tablete, põe-se na boca e engole-se...' Ficou a olhar para mim com ar hostil. Epá... certas coisas são parvas demais e não há pachorra...
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