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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
O burburinho gerado em torno da publicação de um estudo da NASA na semana passada começou com boatos sobre um possível anúncio de descoberta de vida extraterrestre. Agora, inúmeros cientistas estão destacando falhas no trabalho, que não era sobre ETs e sim sugeriu a existência de uma bactéria capaz de substituir fósforo por arsênio em seu organismo. Entrevistado pelo iG na semana passada, Jack W. Szostak, ganhador do prêmio Nobel em Fisiologia e Medicina, já havia levantado a possibilidade de contaminação nas amostras, o que invalidaria o resultado de que as bactérias incorporaram arsênio ao DNA, no lugar do fósforo.
...quando se afirma qualquer coisa com resultados disponibilizam-se os dados. Por vezes até instituições como a NASA puxam a brasa à sua sardinha...
É para evitar fraudes que os dados têm de ser públicos e universalmente verificáveis e é por isso que o segredo à volta do relatório da OCDE parece coisa de amadores, mais da ordem da crença que da ciência...
Como agora tem um relatório Sócrates pensa que é um escudo total de protecção e que lhe dá legitimidade para dizer as maiores mentiras e barbaridades. E então di-las! E com ar de gozo! O homem é repugnante. O despautério com que acusa outros de não se importarem com as desigualdades sociais! Um homem que pôs o país a abarrotar de pobres enquanto enchia de dinheiros Penedos e Soares e outros tipos inúteis. Um tipo que vai para Hollywood fazer compras de roupas com o dinheiro com que atirou as famílias para a pobreza.
Isto para ele não é um país, é um jogo do monopólio e ele só quer é ganhar. Se o PSD leva avante as políticas deste indivíduo na educação, então, são tão repugnantes como ele. Sim, porque este discurso dele sobre as Novas Oportunidades e os 'outros' que 'vivem bem com as desigualdades' é nojento e repugnante.
I. José Sócrates, o propagandista-que-por-acaso-é-o-nosso-primeiro-ministro, lançou por aí uns foguetes pedagógicos depois de ver um relatório da OCDE sobre a educação. Consta que a educação em Portugal melhorou. Pois claro, com um ministério da educação a fabricar falsas estatísticas através do facilitismo, eu aposto que Portugal ainda vai passar a Suécia. As nossas crianças não sabem escrever ou fazer uma simples conta, mas, força Sócrates, tu consegues .
II. Mas, enquanto a Ministra Alçada apanhava as canas do eng., outras pessoas fizeram outras contas. Por exemplo, Paulo Guinote viu aqui uma coisa: os professores portugueses trabalham mais 100 horas do que a média europeia. Não são 10. São 100. Eu não percebi se estas horas são apenas horas passadas nas salas de aula ou se já incluem as horas infindáveis que um professor gasta a preencher papéis e fichas para o ministério.
III. Em todo o caso, interessa fixar isto: se o excesso de trabalho fosse em prol dos alunos, o problema não seria grave. Mas, na verdade, o excesso de trabalho dos professores representa trabalho escravo, representa a subalternização do professor em relação aos pedagogos do ministério da educação. Como já escrevi 1234 vezes, o nosso maior problema é este centralismo do Ministério da Educação. E esse centralismo autoritário (e herdeiro de Salazar) é visível na forma como Lisboa controla as escolas no Fundão, Faro ou Bragança. Um absurdo intolerável. Mas este absurdo intolerável não se vê apenas nesta parte burocrática e administrativa. Também se vê na parte pedagógica. Os desgraçados dos professores têm de preencher fichas e fichinhas intermináveis. Para quê? Para que os pedagogos centralistas controlem tudo. Para que a senhora ministra tenha dados bonitinhos para apresentar à OCDE. Resultado? Sempre que se fala com um professora, a desilusão é sempre a mesma: "eu não sou uma professora, sou uma burocrata do ministério".
IV. Um partido que pretenda, de facto, resolver este assunto tem de atacar os pedagogos do ministério e não os professores que estão nas escolas. Temos de tirar poder ao ministério. Temos de dar esse poder às escolas e aos professores. É preciso retirar poder a estes pedagogos pós-moderninhos que têm mestrados e doutoramentos naquela pseudo-ciência (ciências da educação? É assim que se diz?) e que têm, acima de tudo, um cartão da cor política certa. Quantos boys and girls vivem nas catacumbas do ministério da educação? Quantas horas os professores perdem a preencher as fichinhas dos boys and girls que andam a destruir o futuro dos jovens portugueses há duas ou três décadas? Sem poder sobre o ministério, os professores nunca vão conseguir fazer aquilo que têm de fazer: ensinar sem facilitismo
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