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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Dr Newall’s research published in Contemporary Educational Psychology investigated what happened when the gender of a fictitious eight-year-old child was manipulated experimentally, and how this affected adults’ perceptions of the child's ability and enjoyment of science.
“We discovered that adults are already biased against girls by the time children are eight years old,” Newall says. “Even at that age, adults already have low expectations of girls’ potential in physics.”
“When they knew they were teaching a girl, they used less scientific talk.”
She says it is likely the participants were unaware of their bias, and had they known they had taught girls and boys differently, they would be surprised.
Shadow Dance
drypoint on paper
Martin Lewis (Australian, 1881-1962)
1930
... indivíduos que passam os dias a torturar, a violar, a roubar, a matar cruelmente e as noites em gabarolices a garotas adolescentes, em frente de computadores.
Bilel knew nothing about this girl and already he was asking her to join him. I was disgusted. Going after a girl like Mélodie was so easy: I’d met a thousand girls like her, with limited education and guidance. They were vulnerable.
I wanted to understand how European children were falling for this propaganda, and to grasp the mindset of soldiers who spent their days torturing, stealing, raping, killing, and their nights staring into their computers and bragging.
Lembra as turmas do 11º e 12º ano cheias de rapazes -e algumas raparigas- que crescem 12 centímetros ou mais nas férias de Verão, e ficam demasiado grandes para as cadeiras/mesas em que se sentam e da dificuldade que têm em arranjar posições que lhes permita estar e escrever ao mesmo tempo. Muitos estendem as pernas para os corredores e ficam assim com ar de quem está no cinema.
1945 cinema - legenda sem referência ao autor da fotografia
Dos dez homens condenados a pena de prisão perpétua, somente dois ficam na prisão. Os restantes foram libertados em segredo.
Não as deixar comer comida processada que vem cheia de hormonas, não as deixar engordar que induz o cérebro a pensar que já estão mais maduras do que efectivamente estão, pô-las a fazer exercício...
Confesso que não sabia quem era a Jessica Athayde quando vi a notícia que inundou os jornais sobre críticas que lhe tinham feito por desfilar num evento de moda sem corresponder ao protótipo de modelo de moda, isto é, excessiva magreza.
Incomodou-me que a notícia das críticas que lhe fizeram tivesse ocupado as primeiras páginas dos jornais pelas razões erradas. A única pessoa que vi abordar o assunto com inteligência foi a própria que no seu blog, sem se ofender com as críticas chamou a atenção das raparigas/mulheres que ao criticá-la estão a alimentar a ditadura implacável de imagem que os media e a sociedade em geral impõem às mulheres. Todas as outras abordagens do assunto foram no sentido de fazer exactamente o mesmo que criticaram, ou seja, chamaram estúpidas, invejosas e outras coisas às mulheres que fizeram as críticas e li até blogs onde se aproveitou para dizer que todas as mulheres são horríveis umas para as outras, invejosas e incapazes de competição leal...
(sobre competição leal basta olhar para o mundo da política e dos negócios, dominados esmagadoramente por homens que fazem toda a espécie de sacanices uns aos outros... sobre maledicência e inveja, qualquer notícia ao acaso de qualquer jornal em qualquer dia tem, nos seus comentários, também dominados maioritariamente por homens, um nível de maledicência, inveja e ódio que fazem corar... no entanto, não me parece que possamos inferir destas realidades que está na natureza dos homens serem todos uns trolls uns para os outros.)
Eu trabalho com adolescentes. Todos os meios de comunicação, os filmes, os jogos, a publicidade, os manuais escolares, os placards na rua, as telenovelas, os programas de Tv e toda a sociedade em geral está estruturada para gritar constantemente às raparigas que têm que ter uma determinada imagem; a maior parte delas, está tão consciente de não corresponder a essa imagem que constantemente olham à volta para se certificarem que não são as únicas e assim como são implacáveis a julgar-se a si próprias, são-no também com os outras. São prisioneiras duma ditadura de imagem que lhes impõem. Não se trata o problema chamando-lhes invejosas ou estúpidas: não é isso que está em causa.
Hoje, todos os jornais, o Facebook, o youtube, o twitter, os programas de Tv e as revistas trazem em grande letras de primeira página o caso da actriz americana, Renée Zellweger, por ter feito uma plástica que lhe descaracterizou a imagem. Estamos a falar de uma actriz com um óscar que supomos deve ter auto-confiança e boa auto-imagem... pois, ficámos a saber que também é insegura tal como as raparigas/mulheres que criticaram a Jessica Athayde. Estou com compaixão pela mulher porque calculo que uma pessoa cuja insegurança a leva a fazer uma cirurgia para se melhorar (ela que não precisava de melhorar nada...) ver-se atacada, criticada e ridicularizada em tudo quanto é meio de comunicação e rede social do mundo ocidental, seja uma tragédia de proporções catastróficas. Estou a exagerar? Pois, devo estar... no meio de tantas guerras e problemas de que é que todos os media falam com grande destaque? Da cara da Renée Zellweger...
E isto quer dizer que os jornais e as pessoas que a citicam -mulheres e homens- são maus e invejosos? Acho que não. É como diz a Jessica Athayde, as mulheres, porque estão presas nesta ditadura de terem que ser perfeitas, muitas vezes não se apercebem que colaboram, indirectamente, para a perpétuação deste problema. Não me parece é que ofendê-las e chamar-lhes estúpidas e invejosas esclareça o problema ou contribua para a mudança de mentalidades.
A maior parte das raparigas/mulheres, apesar de não ser uma estrela constantemente perscrutada pelos media, tem a sensação de estar sob os holofotes, de tal maneira se critica, vigia e pune por não ter uma figura à altura das expectativas da sociedade. E a medida que usam para si usam para os outros. Daí que critiquem outras com o mesmo rigor.
O que tem que mudar é esta ditadura, esta pressão que se faz sobre as raparigas e as mulheres em geral para corresponderem todas a um tipo de figura corporal.
A propósito deste assunto, o machista comentador habitual do Expresso, a querer criticar as críticas que fizeram à portuguesa, escrevia uma crónica dizendo que as mulheres, em seu entender, deviam corresponder a outro prótótipo e punha uma imagem duma actriz de um filme do Fellini... isto é, as mulheres são objectos que têm que corresponder sempre a um ideal masculino, seja ele de magreza ou de rabo e mamas grandes... não podem é ser como são, cada uma à sua maneira...
Aliás, esta ditadura, que há alguns anos começou a estender-se aos rapazes, está agora a dar os primeiros frutos negativos: os rapazes já andam obcecados com dietas malucas e criticam-se constamentemente a si mesmos e uns aos outros por não terem a figura ideal - ou não têm os músculos ou não têm os troncos largos ou é a pele que não é boa ou é o excesso de pêlos ou o rabo que é liso ou outra coisa qualquer... fonte de constante ansiedade. Isto é que é preciso mudar!
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