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Faziam falta...

 

Grandes hospitais de Lisboa perdem uma centena de camas só num ano

 

publicado às 08:29

 

Faziam falta...

 

Grandes hospitais de Lisboa perdem uma centena de camas só num ano

 

publicado às 08:10


Poe a lista cá fora

por beatriz j a, em 20.10.16

 

 

PS não sai em socorro de Rocha Andrade 

Rocha Andrade falou em “lista” de inibições dos governantes face a empresas sobre as quais não devem tomar decisões. Governo apanhado de surpresa.

 

 

publicado às 04:48


Numa Câmara perto de si

por beatriz j a, em 10.11.15

 

 

 

 

 

Pouco depois de, em junho deste ano, ter saído da prisão, onde esteve 427 dias, Isaltino Morais foi reintegrado na Grande Loja Legal de Portugal. E desde setembro lidera mesmo a Loja Mercúrio, uma das mais influentes da maçonaria. Todo este episódio é relatado no livro o Fim dos Segredos, da jornalista Catarina Guerreiro.

 

O antigo presidente da Câmara Municipal de Oeiras tinha saído da maçonaria a 1 de abril de 2014, pouco antes de ser preso. Neste verão de 2015, após ser libertado, voltou a entrar em segredo naquela loja maçónica.

A sua ida a um templo da GLLP, não foi pacífica dentro da obediência. Uns consideravam que devia esperar mais um tempo, outros apoiavam o regresso imediato de Isaltino Morais. Numa sessão liderada pelo engenheiro Luís Castro, o ex-autarca foi então perdoado pelos ‘irmãos’.

 

 O Isaltino, portanto, está pronto para voltar à política... Por isso é que eles se calam na casa Pública, porque é nestes ninhos de ratos que eles falam e [nos] decidem.

 

 

publicado às 05:21


O Socas belga

por beatriz j a, em 11.07.15

 

 

 

Verhofstadt faz parte da administração de um fundo belga bilionário chamado Sofina (Société Financière de Transports et d’Entreprises Industrielles). Este fundo detém participações em empresas ligadas às telecomunicações, banca e seguros, energia e distribuição.

 

 

Uma dessas empresas é a GDF Suez, onde o fundo tem assento na administração, e que participou num dos consórcios para a privatização da rede de água de Salónica, uma das imposições do memorando da troika que foi derrotada pela população num referendo local.

O consórcio tinha como parceiro local a empresa Ellaktor, propriedade de uma das famílias de oligarcas gregos, que domina os negócios da construção, autoestradas e tratamento de lixo. A família liderada por George Bobolas detém também a maior estação de tv privada grega, a Mega TV, que se distinguiu na campanha de terror para dar força ao “Sim” no referendo. O canal de Bobolas vê agora alguns jornalistas serem alvo de processos disciplinares por desinformarem e mentirem aos telespetadores, que reagiram indignados e inundaram o sindicato e o Ministério Público com denúncias.

O mesmo grupo detém também o popular jornal Ethnos e outras publicações na Grécia. O filho de Bobolas, Leonidas, é o administrador da Ellaktor e foi detido há alguns meses por fuga ao fisco, acabando por ser libertado horas depois, após pagar os impostos devidos sobre o dinheiro não declarado.

 

 Não admira que ele seja a favor de privatizações, despedimentos e mais o que for que permita estas ilegalidades. Enquanto administrador do grupo tem certos interesses e depois vai para o PE votar com isenção e a pensar no bem geral...? Lol 

publicado às 12:35

 

 

 

Portugal é uma meritocracia ou a república da “cunha”, do nepotismo e do amiguismo?

 

“O discurso meritocrático nas empresas é muitas vezes um discurso ideológico, que visa encobrir práticas de clientelismo, familiar e político”, diz João Rosas. “Os exemplos são trágicos. É impressionante verificar como os mesmos nomes de família aparecem repetidamente nas administrações e lideranças. Nos conselhos gerais das empresas, chega a ser risível. Na EDP, por exemplo. Há pessoas que não fazem nada, e são muito bem pagas por isso. É uma forma de pagamento feito aos poderes familiares, políticos.”

 

Tudo se passa como se não houvesse forma de escapar a isso. As grandes empresas são obrigadas a trocar favores com as famílias poderosas e com os representantes do poder político, económico e financeiro, sob pena de verem a sua actividade prejudicada.

 

Segundo João Rosas, essa obrigação é muitas vezes fictícia. Não é real, mas mostra o medo e as dependências que regem a relação dos poderes, ao mais alto nível. “Acho que essas práticas não compensam, mas eles acreditam que sim. Acham que ficariam em desvantagem se não procedessem assim. Em Portugal, ainda há a convicção de que ter uma linha telefónica directa para o primeiro-ministro é uma grande vantagem. Mas talvez isso não seja verdade.”

 

Pelo sim, pelo não, grande parte das grandes empresas cumpre este ritual de promiscuidade. Por vezes em total contradição com a sua filosofia e práticas habituais abaixo das altas esferas.

(...)

ao nível de director, todas as grandes empresas empregam filhos de ministros, de presidentes.” Mesmo quando, em tudo o resto, funcionam segundo os mais elevados padrões meritocráticos. É o tributo a pagar por operar num país de tradição clientelar. “É preciso agradar ao poder político. Ao nível da elite, todos se conhecem e vivem da troca de favores.”

(...)

Frederico Cardoso, ele próprio quadro intermédio de uma grande empresa portuguesa, explica à Revista 2 como o problema está na circulação da informação. “Quem toma as decisões sobre pessoal, de promoções e atribuição de altos cargos, é a administração. Mas fá-lo segundo a informação que lhe chega e que é filtrada pelos quadros intermédios. Estes deturpam os dados, por forma a que nenhum resultado brilhante dos seus inferiores chegue ao conhecimento dos superiores.”

 

As lutas intestinas entre os quadros médios são ferozes. O aliado de hoje pode ser o inimigo de amanhã e vice-versa. “Alguns desses directores vieram de baixo, conquistaram um lugar muito razoável em termos financeiros e de prestígio e não estão dispostos a perder isso. Fazem o que for preciso para manter a sua posição. Na nossa empresa, não há avaliações credíveis. A única forma de ascender é através do relacionamento pessoal com algum administrador. Todos lutam por esse acesso e contra a possibilidade que outros o obtenham.”

 

Se, nos níveis inferiores da empresa, surge alguém com capacidades extraordinárias, “encostam-no logo. O que ele tem de fazer é sair para outra empresa ou montar a sua”. A menos que beneficie de uma das experiências, que foram feitas na empresa, de promoções em ziguezague, em que a ascensão se faz sempre para outro departamento. No mesmo, é difícil ultrapassar o superior imediato sem sofrer represálias.

 

Teresa não se recorda de quando começou a almoçar sozinha. De início, dava-se com toda a gente, mas, quando os grupos se começaram a formar, ela não ficou em nenhum. Essa situação não afectou o seu rendimento na empresa, apenas o seu bem-estar. “Não houve nenhuma situação de bullying ou assédio moral, nada disso”, disse à 2. “O que aconteceu foi que eu não estudara na mesma universidade de nenhum dos meus colegas. Também não era da mesma terra, nem tinha relação familiar com nenhum deles, como acontecia com alguns. Lentamente, naturalmente, afastei-me. Ou afastaram-me.”

 

Quando surgiu o despedimento colectivo de um terço dos trabalhadores, Teresa estava entre os escolhidos. “Entre os grupos próximos da direcção, ninguém foi despedido. Acharam que todos eles são indispensáveis, mas eu tenho a certeza de que foram influenciados pelas preferências pessoais. Não iam despedir os amigos. A mim, não se importaram de dar a notícia.”

 

Maria é professora do ensino secundário há 20 anos. Na expectativa de progredir na carreira, matriculou-se num curso de mestrado, que concluiu com média final de 18 valores. Mas entretanto as carreiras docentes foram congeladas. E as funções de mais interesse e responsabilidade existentes na escola são distribuídas pelo director de forma discricionária. Não se trata de ganhar mais dinheiro, mas apenas de cargos, como o de coordenador de departamento ou de projectos do conselho pedagógico, que conferem prestígio e um quotidiano mais estimulante. Pois todos os anos o director atribui esses cargos a quem quer, sem ter em conta o facto de alguns colegas terem mestrados ou doutoramentos. “A formação que fizemos, totalmente à nossa custa, não conta para nada. Apenas conta a opinião do director, que se baseia nas suas simpatias pessoais”, diz Maria. Dantes, os directores das escolas eram eleitos, bem como os titulares de cargos de chefia. Agora, o director é nomeado, e ele próprio nomeia. “Não há legislação nenhuma que diga que deveriam ser escolhidas as pessoas de acordo com a sua formação. Por isso o director faz o que quer. Distribui os melhores cargos, os melhores horários, as melhores turmas pelos seus amigos. É claro que quem quer ter uma vida um pouco melhor tenta fazer-se amigo do director.”

 

Num contexto de compreensão das tramas sociais relevantes, as pessoas traçam as suas estratégias de ascensão ou sobrevivência, o que é normal, considera o presidente da CReSAP. Admite que essas estratégias nem sempre estão imbuídas da desejável nobreza ou rigor moral. Talvez se tenha aperfeiçoado um mecanismo que consiste na união solidária dos medíocres, para impedirem os mais competentes e originais de emergir. “Essas estratégias existem”, mas em última análise integram-se nas chamadas soft skills.

 

Catarina, professora de Psicologia, foi convidada para trabalhar num grande hospital privado pertencente a uma instituição religiosa. Como lidava com muitos casos de obesidade, dedicou-se ao estudo dessa área, incluindo a investigação para a sua tese de doutoramento. Abriu um serviço de consultas de psicologia de obesidade no hospital.

 

Como teve muito êxito, e as consultas eram pagas à hora, o hospital propôs-lhe pagar um salário fixo, ainda que sob regime de recibos verdes. Durante dois anos, Catarina cumpriu horários, desenvolveu um serviço de tão grande sucesso que, em 2008, a direcção do hospital lhe apresentou uma outra psicóloga, para a ajudar, em regime de estágio profissional.

 

Passaram a ser duas psicólogas, embora Catarina fosse considerada a responsável, assinando todos os documentos, etc. A estagiária era no entanto sobrinha do director clínico do hospital e filha de médicos ligados à instituição religiosa proprietária do hospital. “Dê cumprimentos aos seus pais”, ouvia-se frequentemente nos corredores, à passagem da estagiária.

Um dia, em 2011, Catarina foi chamada de súbito à direcção, para ser informada de que, devido aos cortes orçamentais, decidira-se reduzir a equipa de psicólogos para um elemento, e a escolhida fora a estagiária. Catarina ficou em choque. Reagiu emocionalmente (demasiado, acha hoje), pensou que fora ela a construir todo o serviço, chorou. Nem teve tempo para protestar, ouviu apenas: “Sinto muito, a decisão está tomada.”

 

 

publicado às 09:44

 

 

“Surpreendeu-me a quantidade de políticos no activo que integram as sociedades de advogados”

Carla Castro

Como se fazem os negócios mais poderosos do país nas sociedades de advogados é o tema do novo livro de Gustavo Sampaio.

 

 

publicado às 10:22


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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