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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Esta fotografia foi, para mim, o primeiro sinal de esperança política de há muito tempo. Um momento em que os partidos na AR põem de lado a defesa canina do partido à custa dos interesses do país, para servir uma causa justa. Se o legislador, e o Parlamento é o orgão legislador, não tem em vista a promoção da justiça equitativa, torna-se num desagregador social. E, embora entenda que a oposição deve fazer o seu papel e não ser um conjunto de forças fofinhas umas para as outras, é um excelente sinal que sejam capazes de de entender-se quando a necessidade o reclama, como é o caso de não permitirem que roubem um terço de uma vida de trabalho aos professores, que têm dado provas de bons serviços.
Pois, pelos vistos, a fotografia pôs o PSD e o CDS com medo e deram o dito por não dito. Medo de quê? Medo de serem vistos como pessoas capazes de entender-se quando é necessário? Medo de de serem vistos como pessoas decentes? Medo de não serem marionetas nas mãos do governo? É triste. Mesmo do PS esperávamos que fossem fiéis à sua palavra e não se comportassem como filhas/primos/ etc. do Costacenteno, com obediência canina, esquecendo que a AR é um orgão de soberania e não o bando de serviçais do 'downstairs' da casa de S. Bento.
Nesta história todos estão mal mas uns estão piores que outros. O Costa e o Centeno estão piores que outros. Inventaram números mentirosos e agiram tal qual a Rodrigues, que ambos admiram, quando punha os jornais a fazer campanhas contra os professores. O comportamento deles é indigno mas já não surpreendente. Talvez se enganem quanto ao resultado dessas campanhas. Esta semana tive uma reunião de pais. No fim da reunião muitos ficaram à conversa e acabaram a dizer mal do Costa e do Centeno pelo que estão a fazer à educação, à saúde e aos funcionários públicos em geral.
O Presidente da República é dos que está pior. Está calado, não para não contrariar o PS, como se diz por aí, acho, mas porque também ele tem grandes preconceitos contra os professores e é um admirador da Rodrigues e de se destruir os professores pela submissão; quando era comentador na TV, no tempo dela, muitas vezes disse que era preciso pôr 'esses' professores na ordem.
Pior estão o CDS e o PSD que se portaram como o Costa se costuma comportar quando sacrifica tudo, até a dignidade, aos seus interesses particulares.
Menos mal estão o BE e o PCP. Estão mal porque podiam muito bem ter resolvido a questão há muito tempo na aprovação do OE e não o fizeram para assegurar o Costacenteno mas, pelo menos, agora foram os únicos que mantiveram a palavra e o acordo feito com o PSD e o CDS e não andam aí como baratas tontas.
Pior estão as Teresas de Sousa e os Farinhas Fernandes dos jornais, grandes admiradores de Sócrates e agora de Costa, que são legião, de fazerem elogios ao Costa por ele ser mestre do embuste e da falsidade e pôr os votos do seu partido à frente do interesse público.
O ministro da educação fugiu outra vez... é o que dá serem nomeados sem currículo e estarem lá por favor como a filha do não-sei-quantos e o marido da não-sei-quantas, etc ... não podem falar e estão lá para pagar os favores. (o pior é isto alastrar no país porque o que um primeiro-ministro faz é uma baliza para o que pode fazer-se...na minha escola, os coordenadores que estão lá desde o tempo da Rodrigues protegidos a ferro e fogo, na semana passada deram uma medalha de honra da escola ao Director... amor com amor se paga...)
Agora fala-se em o Costa ir para um cargo europeu. Já temos um El Portugués na ONU só falta termos um El Portugués no Conselho Europeu.
Vivemos numa época em que as maiores e piores fake news são produzidas pelo governo nepotizado do Costacenteno e a única oposição que têm vem dos professores, dos médicos, dos enfermeiros e de outros trabalhadores que não aceitam feudalizar-se e, ao defenderem os direitos do seu trabalho, estão a defender todos os outros que não têm voz neste país. É por isso que aquela fotografia me encheu de esperança. Foi por ver que no Parlamento, finalmente, os partidos eram capazes de pôr a questão dos votos e da camisola de lado e fazer o que é justo. Enganei-me. Fui ingénua.
(hoje mesmo o Centeno deu a mesada de 2019 ao Novo Banco - 1.149 milhões de euros)
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