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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Hoje, último dia de Maio de um fim de semana comprido, para quem faz ponte, com um tempo belíssimo, as praias da Arrábida, geralmente cheias de gente nesta altura do ano estavam completamente desertas. No tempo em que lá andámos a caminhar, umas duas horas, vimos quatro pessoas. Isto deve-se, não a ter-se proibido o trânsito de carros numa parte importante do acesso às praias, pois podiam tê-lo feito desde que houvesse transportes públicos acessíves e frequentes. Mas não. Os transportes públicos custam 1.77€ por viagem, o que é incomportável para a maioria das famílias da zona que não têm posses e querem fazer praia com a família todos os dias, um dos poucos prazeres que restam aos portugueses menos favorecidos: o sol e o mar. O transporte, de qualquer modo, acaba na praia da Figueirinha, onde estão a pôr parquímetros que vão custar, ao que dizem, 3€ à hora. Quem é que pode estar um dia inteiro ou meio dia na praia, durante os meses de Verão, por esses preços? Primeiro expulsaram as pessoas da Tróia com os preços exageradamente caros dos ferry-boats, agora expulsam-nas da Arrábida com os preços dos parquementos e dos transportes.
Uma pessoa paga impostos nacionais e camarários altíssimos que o IMI é uma vergonha e em cima disso tem de pagar mais impostos para ir à praia. Portugal é um país quase todo à borda de água com milhares de praias e prainhas, sendo o sol e o mar dos poucos prazeres que as pessoas têm acessíveis mas o povo está impedido de as frequentar porque as câmaras querem ganhar dinheiro ou tornar as praias exclusivas para turistas. Entretanto, uns restaurantes de cimento horríveis em cima da praia estão todos renovados, quem sabe se com ajudas da câmara. Isto é uma câmara comunista... mas como sabemos, isso de ideologias políticas, hoje em dia, são só para inglês ver...
praias da arrábida
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