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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Pedro Queiroz Pereira na comissão de inquérito
“PQP”, como é conhecido o industrial, só enfrentou as hostilidades há cerca de dois anos. Quando Salgado tentou (coisa que nega e ainda na terça-feira o fez nesta mesma comissão) controlar o grupo Semapa, da família Queiroz Pereira. Através das irmãs de PQP, Maude e Margarida: “Ele já tinha comprado a uma, às escondidas, e preparava-se para comprar a outra”, explicou o industrial aos deputados, usando também o verbo “seduzir” para transmitir a mesma ideia.
Salgado apresentou uma ideia diferente. Disse que apenas serviu de intermediário entre PQP e as suas irmãs, procurando defender os interesses destas. Perante isto, o industrial dobrou a aposta (como no póquer, de que falaremos de seguida): “As irmãs do doutor Ricardo Salgado ficam à noite em casa a fazer bolos para vender e ele nunca se preocupou em defendê-las”.
Família à parte, os negócios também não aproximavam PQP de Salgado. “Os bancos em Portugal eram donos de tudo. Compravam 3, 4 ou 5% e depois mandavam. […] Naturalmente, não achava muita graça que uma empresa nesta situação comprasse a minha e depois a usasse como usou a PT”, afirmou.
/os-bancos-tinham-um-poder-tal-que-nao-podiamos-viver-contra-eles
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