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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Alega que uma mulher (e mãe) será demasiado emocional e radical, logo, não isenta, para julgar um homem - neste caso, um homem que embebedou a filha para violá-la- por se pôr logo à partida contra ele. Portanto, o homem sofre do preconceito da mulher emocional.
É certo que este advogado deixa implícito que um homem, sendo homem (e talvez pai), não se escandaliza por um outro homem ter embebedado a filha para violá-la, o que é extremamente ofensivo para os homens em geral e para os pais. Também PP parte do princípio que todos os homens, como ele, acham as mulheres agressivas por não se submeterem ao seu paternalismo mas não é assim e isso é ofensivo para os homens em geral que são seres humanos decentes e não querem subjugar nem abusar de ninguém.
Pelos vistos este advogado, que certamente gostaria que o seu cliente fosse julgado por um juíz incestuoso violador, chama-se Pedro Proença e é um comentador habitual da TVi. Muito bem... só gente de qualidade na TV...
Fui dar com este artigo do PP que diz disparates do ponto de vista do macho egoísta que tem receio de perder o seu domínio que nem tenho paciência para desmontar tudo. Fez lembrar um artigo idêntico do Oliveira que quando se falou do movimento disse logo que em Portugal não há disso e que é tudo coisa de histéricas e que ele quer continuar a seduzir como sempre fez sem medo de ser perseguido... o cúmulo do machista latino.
Só noto só duas coisas:
1ª PP primeiro lamenta-se de ir ser mal julgado por ser homem. Quanto a isto, só queria dizer-lhe que não é por ser homem. Há muitos homens, e felizmente cada vez mais, que têm consciência da vulgaridade com que o abuso acontece em todo o lado, desde o ambiente do trabalho ao ambiente doméstico e falam disso muito bem. Conheço muitos homens e rapazes jovens que percebem isso perfeitamente. Pequeno abuso e grande abuso, todos partem do mesmo princípio de que as mulheres não têm direito de propriedade sobre si próprias, antes os homens são seus educadores/proprietários.
O problema não está em o PP ser homem mas em ser um machista egoísta. Faz lembrar o Costacenteno com os professores, 'ok, ok, já percebemos que são maltratados mas agora chega que isso já incomoda a nossa vidinha e direitos instalados. Queremos poder seduzir como sempre sem ser incomodados.' Agora as mulheres, apesar de serem as vítimas, como ele próprio diz, é que são agressivas... e porquê? Porque continuam a denunciar e isso incomoda-o.
["Essa cultura agressiva está muito longe do movimento inicial e gera um terreno muito ambíguo que, no limite, pode sempre criminalizar a sedução, gerar uma gramática das relações afectivas muito rígida e burocrática, criando um extenso rol de regras, que só falta colocar no papel numa espécie de contrato de consentimento, cuja validade pode durar uns segundos, porque o “sim” de há segundos pode dar origem a um “não” a seguir. Ninguém se relaciona afectivamente assim na prática, mas pode ser perseguido assim com a maior facilidade."]
2ª é claro que parte do princípio que não é machista mas tinha que acabar a dizer que as mulheres não argumentam racionalmente e que estão a ver tudo de um ponto de vista emocional... afinal, somos todas histéricas como se sabe :)) Pena é que todo o artigo esteja assente em petição de princípio e acabe num declive ardiloso. Enfim, racionalidade duvidosa...
Um conselho a PP: se quer seduzir uma mulher e não está seguro de estar a incorrer em abuso, pergunte-lhe.
Movimentos radicais, como algumas sequelas feministas do #Me Too, na prática, o que fazem é criminalizar a sexualidade, reduzi-la a um contrato codificado de normas e regras, num movimento que resulta num puritanismo moderno, ou numa subvalorização do sexo cuja relação com o abuso habitual torna impuro. O sexo é o lugar do abuso, a sede do abuso, e só burocratas o podem fazer deitados em cima de um código de costumes. Em teoria, porque nada disto acontece na prática, e nem as mais radicais feministas fazem sexo assim.
Pacheco Pereira no congresso do PS com:
"A entidade chamada socialismo democrático não existe, neste momento, em Portugal", disse, num debate, que abriu os trabalhos do segundo dia do congresso do PS, com Pedro Silva Pereira e Ana Drago.
Tudo! O PP deve pensar que é o oráculo do que se pensa filósofo-rei do regime. Sabemos o que aconteceu a todos os que acharam que podiam ser o oráculo do poder: foram engolidos por ele. A promiscuidade não é diálogo, não é luz, não é construção, é caos sem cosmos... O PSP, vulgo, 'o clone' sabemos muito bem o que pensa e faz e de quem é amigo e onde estão os seus interesses, prioridades e lealdades. A Ana Drago metida nisto é que me deixa de queixo caído...
Favor com favor se paga 😀
caricatura de André Carrilho
(do jornal SOL)
Se isto não fosse grave era só cómico. anunciam uma coligação e no dia seguinte desatam a hostilizar-se...
As pessoas, quando são novas desperdiçam grandes amores, e amizades também, porque pensam sempre que hão de haver outros assim...
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