Poema de Álvaro de Campos censurado em manual de Português da Porto Editora

Três versos de Ode Triunfal — que contêm linguagem explícita — foram substituídos por linhas a tracejado.

Porto Editora volta a colocar à venda livros de actividades para rapazes e raparigas

Nunca mais uso materiais da PE, nunca mais lhes compro um livro enquanto isto andar à venda. Nada. Nem um tostão para essa gente. Nunca mais vou optar por manuais ou cadernos de exercícios da PE para o trabalho com os alunos. Já faço isso com outros produtos que vivem de publicidade sexista, ofensiva, exploradora, discriminadora das mulheres que tentam condicioná-las, desde pequenas a terem certos papéis que agrada a certos segmentos sociais. Deixei de comprar muitas marcas de produtos porque os anúncios tipificam as mulheres de modo ordinário e ofensivo. Nunca mais dei um tostão para essa gente. Também não dou para estes e sempre que puder vou influenciar outros para não os suportarem economicamente. O lugar deles é a caminho do Afeganistão já que se viraram para esse lado.

"Pergunte a um político, a uma federação de pais, a um opinion maker e dizem que somos uns malandros, que mudamos uma página para vender mais... mas se falar com os professores, eles até ficam incomodados, porque sentem que nós trabalhamos para eles. (...) Há ainda a Escola Virtual (onde os alunos podem estudar todas as matérias e recorrer a explicadores online)...    (Almoço com Vasco Teixeira, diretor da Porto Editora - DN)

'Ganda' publicidade! 

A Porto Editora acaba de enviar-me um email para inscrição numa formação para professores de Filosofia. Li o email, consultei o programa dos 2 dias de formação, interessei-me, enviei um email a uma colega a perguntar se também queria ir, cliquei no link para a inscrição... ooops, já não há vagas, as inscrições estão fechadas... então para que me enviaram o email? Para dizer que enviam...?

A formação creditada nas áreas que não são o Português e a Matemática -aquelas que o ministro referiu como as que interessam, para se reduzir o ensino ao mínimo, calculo- é um deserto. Apesar de ser obrigatória. Temos que fazer todos os anos um x de horas de formação creditada mas a verdade é que não há nada de modo que qualquer coisa que apareça, mesmo dando poucos créditos ou até não sendo muito interessante, esgota em três minutos.

 (18:38 - afinal ainda tive lugar, acabo de saber)

Este ano vou ficar com uma turma dum Curso Profissional por embróglios de outros...enfim, liguei para a Porto Editora a perguntar se tinham Manual para os módulos da disciplina naquele curso e se podiam mandar-me um.

Resposta: ter, têm, mas já mandaram 1 livro, em 2009, e não mandam mais nenhum a não ser que eu o adopte e mande os alunos comprar??!!

Como é que eu vou aconselhar alunos a comprar um livro que não vi nem conheço? Pois, isso não querem saber.

Um Manual não é usado no dia em que o professor tem aula com a turma. Não, usamo-lo para pensar as aulas, escrevemos notas nas margens, sublinhamos, anotamos nomes de alunos, datas, colamos pedaços de texto...Como é que alguém espera que um livro, usado diariamente durante dois anos e meio por um professor, não por um aluno, esteja em condições de continuar a ser usado por outros? Se é que o livro ainda está na escola. O mais certo é o colega que o usou tê-lo levado. Os manuais dos professores estão personalizados. Os meus estão. Um livro? Uma unidade!!! Tchh...

Seja como for, eu é que não gasto um tostão a compar um Manual que não é para mim, mas para os alunos. Mais depressa fazia eu um manual do que alimentar estes 'modus operandis' destas Editoras. A mim, cortaram-me o salário, congelaram-no, a ele e à carreira, e já basta o dinheiro que gasto em papel e canetas e tinteiros, etc.

Contactei outra Editora - a Areal. Vamos ver o que dizem...