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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Como garantir que os docentes se sintam bem com o trabalho é uma das questões em debate numa cimeira que reúne em Lisboa representantes governamentais e sindicais de mais de 30 países.
O bem-estar dos professores deve ser entendido pelos Governos como “um tema político de primordial importância”, já que está demonstrado que quando os docentes “se sentem bem com eles próprios podem fazer uma diferença positiva no ensino dos seus alunos”.
Neste documento, Edwards lembra que a OCDE só começou “a relacionar o stress dos professores, o seu bem-estar e os resultados dos alunos” nos últimos três anos, mas que o tema tem vindo a ganhar importância no seio daquela organização, estando agora a ser estudada a realização de um inquérito específico ao bem-estar dos professores.
É como se um pessimismo endémico tivesse tomado conta da educação escolar”, descreveu então o investigador Joaquim Azevedo, que coordenou o inquérito. Também o secretário-geral da IE considera que “as causas do stress dos professores são frequentemente endémicas dos próprios sistemas educativos”. E incluem, entre outras, “reformas constantes impostas à profissão de professor, sistemas de responsabilização e de avaliação que são sancionatórios e confusos, e turmas com excesso de alunos”.
Entrevista a Gonçalo Ribeiro Telles no semanário «O Diabo», de 17 de Agosto de 2005. Completamente actual. Infelizmente pois isso significa que nada foi alterado desde então.
«Vamos muito brevemente ser um Estado sem território».
O alarme é dado por Gonçalo Ribeiro Telles, que considera trágico não existir uma política agrícola nacional baseada em matas, sebes e compartimentação do espaço.
«É urgente fazer o reordenamento do território "a sério," não para a floresta mas para as árvores em todas as suas funções», afirma. Tudo porque o nosso País «não é um País florestal».
«É um abuso inqualificável dizer que está a arder uma floresta em Portugal. Cientificamente, esta afirmação não tem qualquer validade».
Para o fundador do Movimento Partido da Terra, o que está a funcionar como um barril de pólvora são povoamentos mono específicos (de uma só espécie) desprovidos de qualquer variedade biológica. Não se trata de mata ou de floresta, mas sim de mato, que exige a permanente limpeza para a produção de madeira destinada à indústria.
Considerado o primeiro ecologista português, Ribeiro Telles acusa os Governos, os autarcas e as universidades de «ignorância atroz», por terem uma noção completamente errada do território e por defenderem «a floresta inexistente». «É uma anedota absurda», lamenta.
O que deve ser feito, então, urgentemente? O ordenamento do território implica o investimento na mata, que deve funcionar por «zonagem», ao preencher as zonas frágeis em termos de erosão, ou seja, nos grandes declives e nas barreiras. Ao mesmo tempo, é importante construir as sebes para a agricultura, com o objectivo de defender as culturas. «A sebe é o estádio final da mata para permitir a agricultura do homem», explica, e «nada disto está a ser feito».
A terceira aposta, deve ser a recuperação dos montados de sobro ou de azinho (cortiça) ou dos soutos (castanheiros). O montado é uma interface entre a agricultura e a pecuária, uma pastagem «que raramente arde e que regenera facilmente».
Outro aspecto fundamental no ordenamento do território é a ocupação do espaço e a recuperação da aldeia. Para o arquitecto paisagista é necessário valorizar o sistema aldeão, porque corremos o risco de ter o País despovoado e à mercê dos grandes empreendimentos, idêntico à exploração dos madeireiros da floresta Amazónica.
«Numa escala diferente, estamos também a expulsar os índios, como acontece quando vimos as populações a correr quando há os fogos».
Encara como «embuste», a forma recorrente de se responsabilizar os proprietários por «deixarem os terrenos ao abandono». Diz que os donos das terras vieram para a cidade e perderam a orientação dos marcos, que foram sendo retirados ao longo dos tempos. Hoje é impossível reproduzir o cadastro, porque não sabem quais são os limites da propriedade.
«DESASTRE» COM ORIGEM NOS ANOS 30
Gonçalo Ribeiro Telles enuncia três etapas que contribuíram para «a destruição do País». Os erros começaram no século XIX com plantação de pinhal bravo, que existia apenas nas areias do litoral. O País, que era um carvalhal compartimentado por culturas, passou a ter uma percentagem excessiva de pinheiro bravo. Mais tarde, por volta de 1930, assistiu-se à arborização de 400 mil hectares de baldios, no Gerês, com pseudo-tesugas, pinheiros, cedros, faias e carvalhos-americanos, que acabou por «expulsar» as comunidades de agropecuária do Norte.
Recorda que a política da época está retratada no livro «Quando os Lobos Uivam» de Aquilino Ribeiro.
A seguir, apareceram os eucaliptos, e novamente os pinheiros, para satisfazerem as indústrias de celulose e de madeiras para a construção civil. «Assim desapareceu a agricultura no fundo dos vales, a cabra que dava leite e cabrito, o leite que dava queijo, ou os matos que davam o mel e a aguardente de medronho. Um cenário muito diferente daquele que existe, onde se vê crescer o pau com destino para a celulose».
«Estas produções podiam não ter grande peso para o Produto Interno Bruto (PIB) mas contribuíam para a fixação de população no local», sublinha.
«Hoje somos um País sem população no interior - entregue às grandes extensões de povoamentos para a indústria - com taxas de emprego altíssimas no litoral. Portugal está transformado num deserto».
O ex-ministro de Estado e da Qualidade de Vida culpa ainda as autarquias por «não entregarem» as aldeias aos emigrantes que regressam à terra de origem e responsabiliza-as por disponibilizarem loteamentos, ao longo das estradas, sem um sistema de planeamento, equipamento e de concentração.
«Depois vê-se as pobres populações aflitas, metidas em casas no meio da chamada "floresta", quando os culpados são as autarquias que deviam ter incrementado o desenvolvimentos das aldeias».
«A política florestal tem sido desastrosa», e nenhum Governo, desde a década 30, conseguiu ter consciência das necessidades do País.
«É preciso iniciar imediatamente um verdadeiro ordenamento do território, o que demoraria menos de uma geração».
«A árvore está a ser perdida todos os dias. Se a árvore deixa de estar na mata, na sebe, nos pomares, no montado, na cidade, o que temos é uma cultura artificial que pode dar muito dinheiro durante um curto intervalo de tempo a alguns mas que pode acabar com o País», conclui, ao lamentar ainda a inexistência do Programa Nacional de Ordenamento do Território.
do blog Outra Margem
O que se retira desta conversa é que erros construídos sobre erros são o caminho para o desastre. Trump só é possível por causa dos erros anteriores acumulados e o que interessava agora era denunciar os erros actuais e combatê-los. E isto é válido para qualquer país ou política e estes dois dizem-no muito bem.
... escolha de cabeças amigas para tachos? Pobre, pobre, democracia.
do blog http://www.arlindovsky.net
Nuno Almeida Alves é sociólogo, investigador do ISCTE e um dos autores do livro Jovens em Transições Precárias.
Portugal tem demasiados licenciados?
Não. Podemos pensar que sim, se tivermos como referência o emprego que está a ser gerado. Se a capacidade da economia portuguesa é gerar postos de trabalho em call centers ou a virar hambúrgueres, provavelmente sim. Temos de fazer o esforço de desligar a formação escolar do mercado de trabalho. Por exemplo, um licenciado em Línguas e Literaturas Modernas tem um conjunto de competências que lhe permite trabalhar em determinadas áreas que não só dar aulas. Muitas vezes, as empresas dizem que o mercado de trabalho não lhes oferece o que eles precisam. Naturalmente que não. Uma empresa pode recrutar um engenheiro e dar-lhe as competências necessárias para o adequar ao posto de trabalho. Não é solução diminuir o output das universidades portuguesas.
Portugal precisa de investir em formação intermédia?
Deve investir em ensino profissional de qualidade, mas não concordo que o crivo seja feito aos nove ou dez anos. Durante o ensino secundário, pode ser oferecida uma componente mais profissionalizante. Esse acompanhamento dos alunos e das famílias é feito, as escolas detectam, mas a aposta tem de ser feita na qualidade.
Porque em Portugal não há notícias de políticas. Só há notícias de políticos. Notícias de políticos e de seus esquemas de enganar para estar ou ganhar o poder juntamente com seus amiguinhos de subir na escada da vidinha. Notícias de políticos sem escrúpulos, ou demasiado cobardes para fazer políticas que beneficiem os portugueses.
Quem quer ler tais notícias?
imagem da net
A Maria de Lurdes Rodrigues apoia activamente o António Costa... vá de retro...
Empresas obrigam mulheres a garantir que não vão engravidar durante cinco anos - PÚBLICO
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Lê-se na notícia que o indivíduo que faz a denúncia não revela os nomes das ditas empresas. Está mal. Uma coisa é educarmos os ignorantes dos empresários portugueses outra é acharmos que isso só chega e não vale a pena revelar estas ilegalidades criando hábitos de prevaricação impunes.
Penso que devia resolver-se isto do seguinte modo: os pais homens seriam obrigados a gozar, pelo menos, dois meses de licença de maternidade de cada vez que tivessem um filho.
Por um lado, deixava de fazer sentido discriminar as mulheres por ficarem grávidas. Acontece os homens serem pais até muito mais tarde que as mulheres: há homens a serem pais aos 40 e tal, 50 e tal e mais anos o que, nas mulheres, é muito raro. Deste modo, ou as empresas passavam a perguntar a todos se iam ser pais (o que os pais, homens, não podem garantir...) ou acabavam com a prática.
Por outro lado criava-se o hábito e a normalidade de os pais homens ajudarem as mulheres nos dois primeiros meses a seguir ao nascimento das crianças que é um período violento para as mulheres e a maioria dos homens não faz a sua parte por não ter nenhuma noção disso.
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Ainda de acordo com os dados do Ministério da Educação, fica claro que a esmagadora maioria dos jovens que concorre ao ensino superior e que, por isso, tem de realizar exames nacionais, vem do ensino secundário regular. Apenas 1% (cerca de mil alunos) é proveniente de cursos profissionais.
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Desvario incompetente das decisões educativas? Vontade de agradar a todo o custo aos 'providers' do trem de cozinha...?
Há menos bebés a nascer de tal modo que já se tornou um problema nacional grave. Fazem-se feiras e encontros, como o deste fim de semana no Norte para promover a maternidade mas depois... adopta-se uma política de despedir grávidas e lactantes, como se ter filhos fosse uma incompetência profissional.
É de admirar que as raparigas com alguma educação e ambições na vida adoptem uma política de não ter filhos ou ter um filho lá para os quarenta anos?
Está o Moedas na TV a dizer que o relatório do FMI é muito bem feito. Como é que um relatório que a única ideia que tem para resolver os problemas é despedir mais, cortar salários, cortar pensõe e empobrecer mais pode ser bom? Então isso é que são soluções boas? Deixar tudo na miséria...?
O deputado do PSD, Mota Amaral, alertou hoje para o “alastramento de uma verdadeira catástrofe” em Portugal, face à “crescente indignação” dos cidadãos, que “não vêm nem finalidade, nem fim para os cortes de benefícios”.
“A situação geral do país em vez de melhorar, como o Governo promete e todos desejaríamos, tem vindo a degradar-se e basta ter os olhos abertos para comprovar o alastramento de uma verdadeira catástrofe”, afirmou Mota Amaral, num artigo de opinião intitulado “Orçamento de Estado (OE) 2013 – a prova de fogo”, publicado hoje no jornal Correio dos Açores.
O antigo presidente da Assembleia da República considerou que o “enorme aumento de impostos” determinado para 2013 vai “reduzir contribuintes à insolvência, fazer falir muitas empresas e aumentar o desemprego”, acrescentando que a entrada em aplicação das leis que facilitam o despedimento e despejos “só pode piorar a fratura social”.
“Parece-me ter sido um erro a voluntariosa opção por ir além da ´Troika´, quando a mais elementar prudência – que, como ensinam os clássicos, é a principal virtude requerida aos governantes – aconselhava a ater-se ao conteúdo programático do memorando de entendimento, alegrando assim a base parlamentar e social de apoio ao cumprimento do mesmo”, escreveu Mota Amaral.
O deputado social democrata açoriano referiu que alertou “em tempo e no lugar devido” para o “custo reputacional” que o Executivo sofreria ao adotar uma medida expressamente negada durante a campanha eleitoral, nomeadamente redução a metade do subsídio de Natal dos funcionários públicos e pensionistas em 2011, agravada com a retirada total dos mesmo e do subsídio de férias em 2012
“Julgo que foi mal avaliado o risco de descredibilização do Governo com situações dessas e outras e o impacto da mesma na necessária mobilização da sociedade portuguesa para as reformas necessárias, ditadas pela nossa participação no euro e pela nossa inserção na economia global”, referiu Mota Amaral, acrescentando que “a persistente apresentação de previsões erradas e constantes anúncios de recuos de novos gravames arrastam no mesmo sentido”.
O açoriano Mota Amaral considerou que o Governo PSD/PP tem vindo, por tudo isso, a ficar “isolado”, sem prejuízo do apoio parlamentar assegurado pelos partidos da coligação, admitindo que “não tinha porque ser assim!”.
Recordando que o memorando de entendimento com a ´Troika´ foi negociado pelo anterior Governo socialista, sendo o défice das contas públicas superior ao então admitido, o ajustamento orçamental exigido era já de todo impossível no curto prazo estabelecido.
Mota Amaral termina o seu artigo de opinião com um alerta: “repetir para 2014, certamente em tom maior, o que já não deu resultado em 2012 e agora é objeto de insistência, afigura-se politicamente impossível”.
O Ministro da Educação, Aloizio Mercandante, que juntamente com outros três ministros apresentou o novo projeto de lei presidencial em conferência de imprensa, acentuou o valor histórico da decisão do governo de Dilma Rousseff. "Não esxite futuro melhor para o país que investir na educação", disse.
Para o ministro, "só a educação fará do Brasil uma nação efetivamente desenvolvida, já que a educação é o fundamento de todo o desenvolvimento económico futuro".
Quando a carne está à vista é difícil aos cães refrearem-se...
... e eu sou a favor de exames! Mas não do rumo que os exames têm tomado: um rumo que desvirtua as aulas, tornando-as em treinos doutrinários e que domestica os professores, despojando-os daquilo que é a sua profissão - ensinar, educar, avaliar.
Estive a ver posts que escrevi há dois ano e meio, quando comecei este blog. Já então era tão evidente o que se estava a fazer, à educação e ao país que tenho dezenas de posts a dizer o que hoje todos dizem nos jornais e TV. Como eu, também outros por aí já o diziam com todas as letras e se revoltavam ao ver a corrupção a crescer ao ponto da institucionalização no governo de Sócrates, ao ver políticos da oposição como Marcelo Rebelo de Sousa, Pacheco Pereira e outros fazerem rasgados elogios à Lurdes Rodrigues, ao ver a subserviência e promiscuidade da imprensa com o poder e ao ver os sindicatos capitularem uma e outra vez perante a tutela. Como não acredito que a maior parte dos outros que hoje fazem críticas não vissem o que eu e outros víamos tão claramente, não consigo acreditar que esses mesmos, sendo poder amanhã, tenham uma atitude e postura muito diferentes dos que lá estão. Tenho a esperança que roubem menos, é só.
No que respeita à educação não lhes conheço uma única ideia. Não sei o que pensam fazer. Se querem a escola como está, se querem outra diferente; se querem as Direcções como estão ou se vão democratizar as escolas; se querem manter as Drels e as míriades de institutos e observatórios e outras inutilidades; se querem continuar a fazer da educação uma máquina de propaganda de políticas, etc., etc., etc.
É difícil ter esperança sobre o vazio. Uma pessoa continua a trabalhar, todos os dias, o melhor que pode, mas cada vez mais céptica. O que me parece é que com o governo do Sócrates e do Teixeira dos Santos, que para além de incompetentes não se coíbem de mentir com os dentes todos que têm, batemos mesmo no fundo, mas como não sou ingénua ao ponto de pensar que os da outra facção são santos (de vez em quando o véu levanta-se a temos um vislumbre do que se passa, como agora com os milhões do Duarte Lima) o que eu queria mesmo era saber o que pensam fazer e como porque não dou cheques em branco a ninguém.
Ao contrário do que se diz por aí, que a demissão do governo nos deixava assim e assado, eu acho que cada dia a mais que estes indivíduos se mantêm no poder são mais uns milhões que se perdem. O da sucata que está preso dizia o que se passa: temos de aproveitar para sacar o máximo no tempo que resta.
No que respeita à educação penso que estamos em banho maria até às próximas eleições. Daqui até lá nada mudará e a única coisa que se pode fazer é ir denunciando as situações mais graves, porque de resto, o que havia a dizer sobre os erros cometidos já foi dito mil vezes. Quem manda não está interessado. Quem está nos sindicatos está a boiar para não se afundar e aquilo a que se assiste é a divisões: uns a favor dos sindicatos, outros contra, uns a favor da ministra(!) mesmo em face das evidências.
Nada mudará porque as pessoas são as mesmas e têm as suas ideias e prioridades definidas há muito tempo e de modo visível.
Acho que as pessoas vêem as coisas mas escolhem não ver. Aqui há uns anos, naquele Maio da manifestação dos 200.000 professores tive uma discussão na escola, porque não fui à manifestação. Estava-se em vésperas da manifestação, toda a gente em grande excitação, porque 'desta é que ia ser' e tal e eu disse que não ia, porque quem liderava a manifestação eram os mesmos sindicalistas que no passado, de todas as vezes que se viram com força de negociação, aproveitaram para cortar um acordo que lhes fosse benéfico. Bem! Iam-me matando! Chamaram-se divionista, falta de solidariedade e por aí fora. Mas eu não queria ser um instrumento dos negócios dos sindicalistas. Uns meses antes assisti a uma cena na escola numa pseudo-sessão de esclarecimento por parte dos sindicatos a respeitos dos titulares que me pôs completamente esclarecida sobre quem é quem e quem quer o quê... de modo que não fui. A ideia de criar uma falsa esperança sabendo de antemão que ia sair daquilo traída e lixada...'no way josey'
No dia da manifestação recebi mensagens dos colegas em êxtase, que desta vez não havia volta atrás, que era impossível não ganhar...ouvi o secretário geral da CGTP dizer 'meus queridos professores que derão uma lição de coragem e democracia' e tal... depois, foi o que se viu...acordozinho na mão, ordem para desmobilizar os professores, sindicalistas a titulares...
Por acaso, vejo mais que os outros? Por acaso sou mais esperta que os outros? Acho que não. Acho que o que eu sabia os outros também o sabiam mas escolheram não ver, talvez para se animarem, não sei.
Agora estamos na mesma. As pessoas são as mesmas e já mostraram o que são e o que querem e não vão mudar. Só quem quer ser cego ou tem interesses, agendas pessoais, como se diz agora, é que não vê.
Sendo assim, estou à espera que a oposição elegível se pronuncie sobre a sua política de educação, se é que a tem. Se não a tem e se não há nanhum compromisso de mudança não voto neles. Deus me livre de contribuir para uma maioria absoluta de outros que sejam a continuidade disto, e destes!Talvez vote num daqueles partidos cuja sigla tem imensas letras. Logo vejo. Mas não passo cheques em branco a ninguém.
No que respeita aos trabalhadores, penso que podemos dividi-los em duas grandes categorias: os que trabalham tendo como prioridade a melhoria da sua posição dentro do sistema/ empresa/local de trabalho, e os que trabalham tendo como prioridade encontrar soluções para melhorar o próprio sistema/empresa/local de trabalho.
Os primeiros trabalham com vista a promoções ou a uma melhoria das suas condições pessoais de trabalho. Não significa que não se interessem pelo resultado final do trabalho, mas estão menos conscientes dele porque a primazia vai toda para o seu perímetro de vida pessoal e aí encontram a sua motivação. Estas pessoas continuam a trabalhar com razoável satisfação num sistema que deixou de fazer sentido ou que se tornou ineficaz e injusto, desde que o seu esquema de carreiras e promoções e aumentos continue a funcionar razoavelmente, porque de qualquer modo a sua ideia de trabalho é fazer o suficiente para se safarem. Rápida e imediatamente se ajustam às novas ordens ou a um novo esquema de chefias ou a novas exigências - só querem saber o que há a fazer, quantas vezes e, sobretudo, a quem se deve mostrar.
Os segundos -que são uma minoria, penso- estão sempre a aferir da eficácia do trabalho relativamente ao todo em que se insere. Não significa que não se interessem pelas suas carreiras ou que não sintam a injustiça da promoção dos piores; significa que têm uma visão mais alargada do sistema e que vão buscar a sua motivação a um sentimento interior de satisfação ligado à certeza de estarem a contribuir para a melhoria real do sistema e, só nessa medida, encontrarem sentido e utilidade no que fazem.
Estes segundos dificilmente se adaptam a uma mudança do sistema que não traga benefícios ou que vá ao ponto de anular as virtudes do sistema pondo em causa o seu resultado final. Isto é, é-lhes díficil continuar obedecer à ordem de alimentar de carvão a máquina de um barco que se está a afundar, pois não vêem sentido ou utilidade nessa tarefa. Mais, não compreendem a azáfama dos demais que, em vez de procurarem solução para salvar o que for possível, a começar pelas pessoas, andam de um lado para o outro a olear as máquinas como se não vissem que o barco está já a pique.
O que fazer numa situação destas? Saltar do barco só, arriscando uma morte quase certa? Continuar o trabalho sabendo que se está a alimentar um sistema pernicioso, preverso, destrutivo e inútil, destinado de antemão ao fracasso?
Como é possível agora o trabalho?
Como é possível o trabalho quando se vê, em cada ordem, em cada documento, em cada directiva o fortalecimento da estupidez medíocre do sistema?
E, no meio de tudo isto, os que criaram este sistema dão uns aos outros dinheiro e honrarias e auto-elogiam-se tristemente sem terem noção do que são.
Fico perplexa!
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