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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
A maneira como o autor se demarca dos 'ambientalistas', termo que usa como se fora uma ofensa, donde se infere que não é nem quer ser, um 'ambientalista'. Ora, sendo um ambientalista uma pessoa que se dedica, seja ao estudo, seja à defesa das condições de vida dos seres vivos no seio da natureza e das relações entre eles e o ambiente em que vivem, lutando pela sua protecção, no sentido de se conservar e promover um perfeito equilíbrio biológico, choca que alguém, nos dias de hoje, quando já não é possível ignorar as consequências devastadoras das alterações climáticas e as suas causas, não seja um ambientalista, isto é, que seja indiferente à destruição das condições de vida dos seres vivos e do equilíbrio dos seus ecossistemas vitais ou até que seja contra a preservação de um meio ambiente saudável e sustentável.
Que o artigo esteja cheio de falsas premissas (fazer prospecção não leva à exploração, explorar uma fonte de energia poluente não faz mal desde que seja a 30km da costa, é melhor preocupar-se com o restaurante da praia do Areínho do que com a prospecção de petróleo... etc.) é menos chocante do que alguém ter orgulho em demarcar-se dos 'ambientalistas'.
Coisas boas: os jovens de hoje, quando chegarem aos lugares destes velhos, não tanto de idade mas de mentalidade, nem sequer reconhecem polémica nestes temas. Felizmente, e isso é uma das coisas positivas que se fazem nas escolas, as crianças e os jovens são alertados para os problemas ambientais desde que entram nas escolas e não me lembro, sequer, da última vez que um aluno tenha manifestado uma opinião contra a defesa e preservação do meio ambiente.
Coisas más: estes velhos, não tanto de idade mas de mentalidade, estragarem o meio ambiente antes das novas gerações chegarem ao poder.
Estão os ambientalistas agora deveras preocupados com um furo de prospeção de petróleo ao largo de Aljezur, a cerca de 30 kms da costa.
A Vela, o restaurante no meio de uma ilhota na praia do Areínho, está abandonado. Um crime
O governo alegou o interesse nacional para conceder direitos aos privados para pesquisa petrolífera e o tribunal considerou que não há interesse nacional nesta actividade.
Ambientalistas prometem continuar a luta, avançando agora com o “processo principal” para barrar a intenção do Governo de apoiar a pesquisa petrolífera ao largo de Aljezur.
A prospecção de petróleo ao largo de Aljezur, cujo início do processo estava marcado para Setembro, foi suspensa. O Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé (TAF) pronunciou-se esta segunda-feira a favor dos argumentos da Plataforma do Algarve Livre de Petróleo (PAP), que alegou o incumprimento de directas comunitárias, no que diz respeito à segurança e qualidade ambiental do espaço marítimo.
A dirigente da PALP, Rosa Guedes, declarou ao PÚBLICO que se trata de “uma vitória esperada”, na medida em que o mesmo tribunal já tinha declarado que “não havia interesse nacional” nesta actividade
imagem da net
Isabel Rosa apontou, assim, que "a ideia é exatamente chamar à atenção que Portugal pode ser um pioneiro em energias alternativas por todas as condições que tem".
Para a responsável, um dos principais riscos desta exploração de petróleo é a contínua aposta em energia fóssil.
"Os riscos, o primeiro de todos, em vez de começarmos realmente numa transição, é estarmos a perpetuar a procura de energia fóssil, quando na realidade já devíamos estar a começar a transição para outro tipo de energias alternativas", frisou.
Em 2017, o Governo português cancelou 10 dos 15 contratos para a prospeção de petróleo e gás, prometendo não explorar a costa do Algarve, porém, em janeiro deste ano o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, deu permissão para a exploração de combustíveis fósseis na costa do Algarve e Alentejo.
O furo está programado para setembro, nos fundos marinhos, a 46 quilómetros do litoral de Aljezur, e tem sido objeto, nalguma imprensa, de uma maliciosa campanha de fake news, onde se citam estudos imaginários sobre lucros fabulosos. Contra ele existe um movimento plural, envolvendo milhares de cidadãos, académicos, ONG, empresários do turismo e da pesca, e todos os municípios do Algarve e do Sudoeste Alentejano
...
Sabendo que esse contrato de 2007 tem as pouco auspiciosas assinaturas de José Sócrates e Manuel Pinho, seria mais prudente invocar o primado do artigo 66.º da Constituição: direito ao ambiente e à qualidade de vida! O populismo só é uma ameaça para as democracias que entre dois escrutínios têm governos que se comportam como conselhos de administração, em que o princípio da igualdade eleitoral dos cidadãos é substituído pelo princípio do voto desigual dos acionistas. O caso do furo de Aljezur, nas suas pinceladas grotescas, revela que a geringonça parece ter entrado naquela fase entrópica em que os governantes descuram até o decoro mínimo de manter o verniz da virtude republicana. Em breve saberemos se a prospeção que o executivo autorizou nas profundidades marinhas do Sudoeste não irá fazer estremecer o Palacete de São Bento.
"Parece-me que não faz muito sentido, nem era necessário estarmos a procurar encontrar petróleo na costa portuguesa, quando este Governo, e muito bem, está a fazer um plano para que a economia de Portugal esteja descarbonizada em 2050", disse Filipe Duarte Santos.
... quando pensamos que Portugal se comprometeu a descarbonizar-se mas, faz todo o sentido quando observamos a deriva socrática (no estilo de governação, não nos crimes de larapianço) que Costa iniciou já há uns tempos, quando se viu, em alguma sondagem, talvez(?), capaz de uma maioria absoluta, logo, de um poder total.
Depois de ler que a APA dispensou estudo de impacto ambiental para a prospecção de petróleo ao largo de Aljezur, no Algarve, O PS/Algarve considerou hoje uma "vergonha" para a defesa do ambiente a decisão da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de dispensar o estudo de impacto ambiental para a prospeção de petróleo ao largo de Aljezur, no Algarve fui ver quem são as pessoas que estão à frente da APA.
- Nuno Sanchez Lacasta, nomeado pelo governo de Costa em regime de comissão de serviço.
- António João Sequeira, um indivíduo que abriu um concurso, concorreu e ganhou: Inspector-geral abre concurso para si próprio
- Inês Diogo, envolvida numa autorização, no mínimo polémica: Denúncias de favorecimento em construção de incinerador quase sempre parado
- Teresa Perez, nomeada em comissão de serviço em 2008 no governo de Sócrates.
Quando as pessoas devem os seus empregos aos que os nomearam e estes são parte interessada nas questões em que têm que decidir como é possível independência de juízo?
Oil industry practices in America’s heartland are resulting in a massive series of man-made earthquakes. Hear about what’s really happening in Cushing, OK. http://to.pbs.org/2fBcoIv
... mas não é!
"Faz-se uma consulta pública à população que legitima a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). E pasme-se, o Governo de António Costa pedirá depois ao consórcio GALP/ENI que apresente o estudo de impacto ambiental. A incompetência [ou manigância, digo eu] e a incúria do senhor Ministro do Ambiente é total. Aparentemente da informação que agora sai na imprensa, via Jornal de Negócios, o Estado concede às petrolíferas que decidam do impacto ambiental da actividade de prospecção de petróleo na Costa Vicentina." (MALP)
“A exploração de combustíveis fósseis em Portugal é, justamente, um dos grandes problemas que temos de enfrentar do ponto de vista da cidadania e das ciências que fazemos”, escrevem, argumentando que “a persistência de uma economia predadora do carbono inviabiliza os compromissos políticos nacionais assumidos nas Cimeiras do Clima e defrauda as expectativas das populações”.
Sublinhando os riscos que a exploração de hidrocarbonetos tem para “os territórios, mares e rios, a atmosfera, formas e cadeias de vida insubstituíveis”, assumem optar por “um compromisso com o planeta Terra e as vidas que humanas e não-humanas que dele dependem”.
No próximo sábado, 29 de abril, os signatários juntar-se-ão a muitos outros activistas em Lisboa, Porto e Aljezur na Marcha Mundial do Clima. O movimento que tem na base a contestação às políticas da administração Trump a favor dos combustíveis fósseis estende-se a centenas de outras cidades espalhadas pelo mundo.
Em Portugal, o combate aos combustíveis fósseis será o mote para muitas das palavras de ordem. João Camargo, do movimento Climáximo, uma das entidades organizadoras das três marchas nacionais sublinha que “é preciso reagir à autorização dos furos de prospeção de petróleo ao largo de Aljezur, de Peniche e on shore na zona de Alcobaça". O ambientalista argumenta que "Portugal não pode avançar com a exploração de combustíveis fósseis, quando é necessário cortar radicalmente as emissões de gases com efeito de estufa".
Ver a partir do minuto 27.07.
Então o Costa andou a dizer que não vamos dar cabo do Alentejo e do Algarve com exploração de gás e petróleo enquanto estava, ao mesmo tempo, nas nossas costas, a vender o petróleo e o gás aos americanos???!!! Mas a mentira já se tornou um valor positivo e eu não dei por nada? Alguém que apareça a explicar, sff.
A vontade do povo não conta para nada...
OFICIAL: GALP VAI FURAR PORTUGAL EM BUSCA DE PETRÓLEO
Em Agosto do ano passado, 42295 pessoas opuseram-se à autorização de perfuração a mais de 1000 metros de profundidade de um furo de prospecção de petróleo e gás ao largo do mar frente a Aljezur, numa consulta pública que ficou também marcada por 4 pessoas que se manifestaram a favor. O governo tinha 30 dias para emitir um parecer. Ontem, cerca de 150 dias depois, descobriu-se num site que não é aquele em que as pessoas participaram, que o Governo decidiu autorizar as concessionárias GALP e ENI a realizar 60 dias de operações, nas datas que lhes apetecer (com apenas um aviso com 10 dias de antecedência) até 2019, e fazer um furo entre os 2500 e os 3000m de profundidade, isentando aparentemente as empresas de pagar cauções e de ter seguro de responsabilidade civil.
De lembrar que a ENI está acusada de corrupção directa no Cazaquistão, no Iraque, na Nigéria, no Uganda, na Líbia, no Gana, no Líbano, assim como é alvo de repetidas denúncias de descargas ilegais, até na própria Itália.
A isto chama-se "panelinha". Os actores são os governos e as petrolíferas. Em Maio de 2016 a concessionária GALP/ENI, antes sequer da abertura da consulta pública para a autorização da realização do furo, contratou uma empresa chamada MedServ e instalou-a no Porto de Sines para dar apoio no processo de prospecção offshore. A mesma empresa viria a anunciar publicamente que havia ganho um concurso da ENI para fazer o apoio logístico à prospecção. Claro que estranhamente isto ocorreu a 26 de Maio, quando a consulta pública apenas abriu 4 dias depois, a 30. Como ocorre frequentemente, a democracia é visto como um artifício, quando se coloca à frente de negócios e negociatas. As consultas públicas em Portugal são um pró-forma quase tão pouco relevante como as avaliações de impacto ambiental, porque no fim o negócio tem é de acontecer, mesmo que seja catastrófico para o Estado, para as populações, para a economia, e sobre o ambiente nem vale a pena falar.
O que foi inesperado na consulta pública de Julho/Agosto de 2016 é que a oposição social era tão avassaladora (bem expresso nos 42295 contra vs os 4 a favor) que houve a necessidade de criar pelo menos uma aparência de respeito pelo processo formal. Assim foi. Sabe-se, desde a altura, que houve uma oposição popular de mais de 10 mil para 1. Sabe-se também que todos os municípios do Algarve se opuseram ao furo e que inclusivamente interpuseram uma providência cautelar para travar esse furo. Ficou-se a saber mais tarde que todas as juntas de freguesia pertencentes ao Parque Natural do Sudoeste Alentejano e da Costa Vicentina se opuseram ao furo. E sabe-se pouco mais.
A Direcção-Geral nunca mais falou sobre o assunto. As pessoas que participaram na consulta pública não foram informadas acerca de nada. Sobre o que disseram as entidades de consulta obrigatória, nada. Uma resposta aos vários e múltiplos argumentos invocados, nada. Um relatório sobre uma consulta pública com mais de 40 mil participações? Não existe. Até hoje no site da Direcção-Geral não há nada.
Outra questão relevante era a caducidade do contrato de concessão da ENI/GALP. No ano passado, 2016, nono ano desde a assinatura do contrato em 2007 pelo então ministro Manuel Pinho, a concessionária tinha de realizar uma sondagem de pesquisa. Não realizou. Mais um incumprimento contratual que permitiria cancelar um contrato. A ENI e a GALP terão recebido mais uma borla do governo. Não é a primeira.
Foi preciso vasculhar o site do Plano de Situação do Ordenamento do Espaço Marítimo Nacional para encontrar uma autorização, assinada a 11 de Janeiro de 2017 pelo Director-Geral Miguel Sequeira (que entretanto abandonou a Direcção-Geral), que permite à ENI e à GALP realizar furos no fundo do mar entre o Algarve e o Alentejo, até 3 mil metros de profundidade. A ENI e a GALP podem, durante 60 dias, fazer o furo Santola1X, bastando para tal avisar o governo com 10 dias de antecedência. Além disso, o governo aparentemente isentou as petrolíferas de ter sequer de apresentar caução e de ter seguro de responsabilidade civil, o que é tão escandaloso que só pode ser um erro.
Tudo isto significa que mesmo o pequeno espectáculo montado para criar a ideia de que uma consulta pública servia para alguma coisa não passou de um fogacho. A posição de dezenas de milhares de pessoas, organizações, municípios e instituições públicas, foi olimpicamente ignorada sem ter havido sequer uma resposta, aprovando-se pela porta do cavalo uma licença que é no mínimo dúbia, mas que pode inclinar-se para o criminosa. E as concessionárias sabiam disso, já que a MedServ, empresa contratada antes mesmo de ter sido aberta a consulta pública, manteve-se o resto do ano todo no Porto de Sines. O porto alentejanoteve até direito à expansão do seu heliporto para as operações de logística e à instalação de de contentores onde há mais de um mês já está todo o material para o furo de prospecção.
Os riscos de um furo a 3000m de profundidade são elevadíssimos. Tal pode ser atestado pelo auto-explicativo acidente do Deepwater Horizon em 2010, que ao realizar um furo exploratório no Golfo do México a 1500m de profundidade teve um acidente fatal para 11 trabalhadores e que se manteve a perder petróleo de forma violenta durante os 88 dias seguintes, inviabilizando em grande escala a vida no litoral ligado ao mar de toda a parte norte do golfo. O governo português não só autorizou o furo como deixa aparentemente sem quaisquer condições que esse furo seja feito na altura do ano que mais convier às petrolíferas, sem restrições de segurança para épocas de baixa agitação marítima. A licença é válida até Janeiro de 2019. A isto chama-se irresponsabilidade organizada. E se o primeiro nome nessa organização é o que está no papel – Miguel Sequeira – a seguir não podem deixar de lá estar os nomes de Ana Paula Vitorino, ministra do Mar, José Matos Fernandes, ministro do Ambiente, Jorge Seguro Sanches, secretário de Estado da Energia, e António Costa, primeiro-ministro.
As centenas de pessoas envolvidas nesta luta há já algum tempo e as centenas mais que se vêm juntando nos últimos meses sabem que as espera um combate desigual, do qual fazem parte todos estes jogos de bastidores e simulações de boas vontades. Sabem também que este furo será para combater por todos os meios.
Relacionados: Alentejo mais unido contra o petróleo ou Petição contra o furo aqui
Texto da autoria do Investigador João Camargo Foto: Praia da Arrifana por Município de Aljezur
Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, pode usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.
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A vida dos portugueses é real, existe e em muitos milhares de casos depende da vida marinha. A exploração de petróleo acaba com essa vida e com a desses portugueses. ENI e a GALP têm que perceber que as nossas vidas e o território onde vivemos não são produtos para consumo dos magnatas do petróleo. As nossas vidas não são propriedade da família A, B ou C.
via João Eduardo
Não faz sentido... agora que os países, mesmo os produtores de petróleo, estão a começar a diversificar políticas económicas por se saber que o tempo do rei-petróleo está a chegar ao fim, nós vamos dar cabo da costa do Algarve e poluir a atmosfera e o mar? Contaminar a água doce para extrair gás? Por acaso temos excesso de água no Alentejo para nos darmos ao luxo de a estragar? Provocar vibrações sísmicas? Há tanta riqueza não poluente para explorar no oceano.
Então agora que o petróleo e outros combustíveis fósseis têm os dias contados é que vamos destruir a costa marítima e as praias, nós que vivemos em grande parte do turismo atraído por paisagens não estragadas pela tecnologia, para tirar uns barris de petróleo durante meia dúzia de anos?
Assine a petição aqui
... na revolução islâmica e na escravatura em que as mulheres vivem desde então. Derrubaram um democrata, por ganância de petróleo e, puseram lá um pateta em seu lugar. O resultado foi isto.
Women protesting the forced Hijab in Iran days after the 1979 revolution.
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