Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
De facto, nada disto surpreende. Não é a primeira vez que Costa faz isto. Estava ele no governo de Sócrates como ministro da AI quando houve aqueles grandes incêndios onde tudo correu mal. No fim, ele prometeu que irira tomar medidas para que nunca mais tal desgoverno acontecesse. Promessas... passados 10 anos estava a fazer de primeiro ministro e foi o que se viu em Pedrogão. Voltou a prometer... está o campo e o mato ao abandono, fraudes nos subsídios, desaparecimento de dinheiro de ajudas... agora anda com as promessas eleitorais de melhorar serviços, melhorar salários... o termo operativo disto tudo é, 'promessas...'
... para ainda não ter chegado ao fim... dizer que não há certeza da incompetência grosseira da ministra e dos serviços que tutela é o mesmo que os amigos do Sócrates -entre os quais os que entraram para a política com tostões e saíram de lá com milhões- dizerem que estão espantados com as acusações ou o Oliver Stone vir dizer que é preciso esperar pelo tribunal para ter a certeza que Harvey Weinstein é mesmo um porco nojento porque, sabe-se lá se as acusações destas mulheres todas não são mera coscuvilhice.
Que o primeiro ministro tenha escolhido a ministra pensando que era competente e se tenha enganado, compreende-se, agora que face a tanta morte e destruição que resultou do caos dos serviços que tutela, ainda esteja à espera que chovam rãs do céu para agir é o tipo de coisa que nos faz perder o respeito por ele porque fica evidente que, das duas uma, ou não vê a gravidade da situação, o que indica falta de senso ou vê e desconsidera por razões partidárias o que indica falta de estatura política e seriedade.
Quem é que, seriamente, quer depender desta ministra e dos seus serviços? Se amanhã houvesse um sismo muito grave outra catástrofe do género, ninguém se salvava porque os serviços de protecção civil agem como baratas tontas.
O ministro da Defesa, Azeredo Lopes
Militares portugueses chegaram ao local dos incêndios e depararam-se com militares espanhóis a andar por ali à vontade com veículos e armas próprias como se estivessem no seu país, o capitão português e o espanhol sem saber quem primeiro bate pala a quem e isto sem ninguém ter sido avisado? Portanto, podemos ser invadidos que nem damos por isso?
... para quem queira perceber como funcionam, em geral, os serviços públicos, aqui no rectângulo: a prioridade é empregar o gang - partidário, familiar e amical.
... porque os números, neste caso, não são uma abstração. Não estamos a falar de subtrações em abstracto. Estamos a falar de pessoas e cada número corresponde a uma pessoa, uma identidade, uma vida que se perdeu. Como nenhuma vida é desprezável, todos os números/vidas têm que contar(-se).
O que seria preciso para sentirem-se humilhados com tanta inépcia? O país ser invadido pelos espanhóis? sermos atacados com as armas roubadas em Tancos?
Os bombeiros "não estiveram no local" e as árvores que lá estão "há muitas décadas protegeram a quinta e sobreviveram por si", disse Liedewij Schievin, uma holandesa proprietária da quinta.
Liedewij Schieving ainda recupera do susto de sábado e domingo, quando o fogo atingiu Figueiró dos Vinhos. A viver há 10 anos em Portugal, aquela empresária holandesa nunca tinha passado por semelhante situação.
Carvalhos, castanheiros e sabugueiros pararam o fogo. Ao menos que se aprenda alguma coisa de útil desta tragédia.
O director da Polícia Judiciária disse que encontrou uma árvore rachada e que isso foi a causa do fogo... O quê? Mas a Judiciária investiga incêndios florestais? E viu uma árvore? Uma? Então isto quer dizer que nem sequer temos especialistas em fogos florestais, se um indivíduo da polícia acha que ver uma árvore rachada explica tudo... isto é mais assustador do que pensava.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.