Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
O Jerónimo de Sousa vai lá fazer campanha para o voto e a seguir vai para a AR aprovar as ilegalidades do OE. Ladra mas não morde e os outros que travem as suas lutas...e vamos ver se o Mário Nogueira não está nisto para assinar memorandos à má fila...
Guillermo Fariñas, a quem o Parlamento Europeu atribuiu, em 2010, o Prémio Sakharov e que já levou a cabo 23 greves de fome, nomeadamente a favor da libertação dos presos políticos, e luta em prol de uma mudança política pacífica e pela liberdade de expressão em Cuba, esteve esta semana pela primeira vez em Portugal.
Os grandes democratas que nos governam tiveram ordens do grande regime democrático cheio de presos políticos cubano para não receberem Fariñas e como andam a mando do PC e do BE, esses partidos que idolatram o assassino do Lenine, obedeceram. É esta gente que nos governa.
Faz hoje 40 anos, mais ou menos por esta hora, estava presa em casa com a minha mãe, a minha avó [de cama, doente] e os meus dois irmãos mais novos, o J. com 7 anos, a P. com 5 anos, enquanto decorria um julgamento popular -o meu pai e o tio D., em cima duma roulotte- organizado pelo PC do senhor Cunhal e pelo COPCON do senhor Otelo. No Alentejo. Havíamos de sair de lá rodeados de COPCONs com as metralhadoras apontadas por volta da uma da manhã, à pressa mas todos vivos, porque as pessoas que lá estavam a fazer número, reféns desses organizadores, não estavam com eles e não alinharam nos planos previstos.
O que foram aquelas quase sete horas dramáticas pela noite dentro e madrugada e o mês que se lhe seguiu, não pertence aqui ao blog mas está escrito, para memória futura, porque de todos os que lá estavam -do nosso lado- só eu e os meus dois irmãos mais novos estamos vivos, mas eles eram muito pequenos e fui arrancá-los da cama por volta da uma da manhã para irmos embora.
O COPCON, quem hoje sabe o que aquilo foi...? E o PC dos dias de hoje já não é aquele PC do Cunhal. Estranhamente, os outros partidos aproximaram-se do PC no que foram sempre os seus tiques de ter directórios, decisões opacas, exigência de submissão, tomar as decisões à porta fechada, etc. Aliás, toda a Europa (com algumas excepções), com o exemplo desses parasitas que enchem os corredores de Bruxelas a tomar decisões que interessam às suas actividades e ligações particulares [de 5 em 5 anos lá aprovam alguma legislação no interesse dos povos] e a ganhar como nababos só por se darem ao trabalho de aparecerem no serviço, se aproxima, cada vez mais, dos tiques do que foram os partidos soviéticos, autoritários, com as botas a esmagar os povos enquanto se atribuiam a si mesmos privilégios de grandes burgueses, como se dizia na altura em que havia o COPCON, com a única grande diferença que defendem sempre as privatizações [o que não admira pois ocupam (ou ocuparão) os seus directórios].
O que nunca pensei foi, passados 40 anos, dar por mim a pensar se não seria preferível esse tempo onde, ao menos, tudo era claro, a este de ganâncias nebulosas onde o CDS se comporta como o PC e o PSD como o PS e todos juntos, se os trocassem todas as semanas no Parlamento e no governo, como quem baralha cartas, nem dávamos por isso... onde, na Europa, um grupo de tipos, a maioria de grande mediocridade democrática, por se acharem especiais devido a terem muito poder decidem, à porta fechada, no seu Politburo, quem vive e quem morre na Europa para servir os seus interesses.
...mandou-me ler um livro para poder desfragmentar-se profundamente. Obedeci, claro e, aproveitei para ler um livro que comprei hoje, 'Serenidade' de Martin Heidegger. Não sabia que existia tradução portuguesa. Já o tinha lido há muitos anos numa tradução qualquer de língua estrangeira que não recordo. Esta tradução é muito boa, no sentido de conseguir não enredar a linguagem difícil do Heidegger. Aliás, isso faz-me pensar na política anti-Humanidades que decorre no mundo. Qualquer dia não teremos pessoa alguma capaz de traduzir Heidegger ou outro qualquer autor. É preciso formar muitos tradutores para que apareça alguém capaz de traduzir Heidegger porque não basta conhecer bem o alemão, é preciso ser conhecedor da Filosofia e, neste caso particular, ser conhecedor da linguagem de Heidegger que, como qualquer estudante de Filosofia sabe, é particularmente difícil, já que ele, para evitar as conotações da ortodoxia filosófica inventou toda uma 'neo-linguagem'. Enfim...enquanto espero pelo fim da desfragmentação -que vai em 75%- escrevo este post com o meu telemóvel :)
25 Abril. Otelo assume que se excedeu "largamente" na ocupação de terras
.
.
Nessa corrente, confessa o agora coronel, ter-se-á excedido: “Eu excedi largamente as minhas funções. Fiz coisas…”
.
Quatro décadas depois, reconhece excessos embora não se arrependa: “Era necessário tomar decisões, mesmo que elas fossem más. Tinham de ser tomadas. Depois logo se via.”
“Foi o que aconteceu inúmeras vezes, uma delas com a reforma agrária, quando mandei ocupar as terras”, contou. Nas duas semanas seguintes, “1,2 milhões de hectares de terras foram ocupadas no Alentejo”.
Para o capitão de Abril, o fundamental do Processo Revolucionário em Curso (PREC) foi “essa demonstração de capacidade, de criatividade por parte do povo, do povo anónimo”.
“O povo aí sentiu poder. Sentiu que ele, povo anónimo, tinha a possibilidade de participação. O povo entrava nas decisões. Não era ‘dá cá o voto e vai-te embora, daqui a quatro anos a gente fala’. O povo participava diariamente e a vida política ativa durante este período do PREC foi notável”, frisou.
Pois fez 'coisas' sim e eu sei de algumas delas em primeira mão. 'Era preciso tomar decisões e depois logo se via', quer ele dizer que as decisões eram tomadas para ostentar o seu poder e não para o exercer, que é o costume dos autoritários: não usam o poder para servir mas meramente para mostrar quem manda e se servirem. No caso dele havia uma grande vaidade pessoal evidente...
Em duas semanas ocupou 1,2 milhões hectares de terras... que violência não foi necessária para conseguir uma tal empresa...?
E, com que fim? 'O povo sentia poder e entrava nas decisões'? Grande mentira! Quem tinha o poder e o usava com abuso e arbitrariedade era o PC e o seu braço armado, o COPCON, cujo chefe se comportava como um Kadafi à portuguesa.
O povo andava duma banda à outra, a ver se sobrevivia aos novos senhores e foi tão enganado por eles, esses proto-soviéticos estalinistas à portuguesa como tinha sido pelos do regime anterior.
O Otelo deve querer enganar-se a si próprio porque não engana ninguém que por lá tenha andado nessa época e tenha presenciado e sofrido as 'decisões' e o 'logo se via' do Otelo. E, se o período do PREC foi notável foi por ter tentado destruir a possibilidade duma vida em democracia que o 25 de Abril tinha iniciado. Mas tudo se vem a saber mais tarde ou mais cedo...
E ninguém lhe tem ódios como ele pensa, eu pelo menos não tenho -o ódio é como nós bebermos veneno e esperarmos que isso mate o outro...-, só um certo desprezo como se tem por todos que demonstram a sua fraqueza sendo autoritários, abusando do poder e desrespeitando os outros e a sua diversidade. E acima de tudo pena... que numa época tão importante o poder tenha sido ocupado por alguém que não esteve à altura da situação e desperdiçou uma grande oportunidade daquelas que raramente acontece na História.
É irónico que aquilo que o Salazar fez de errado, isto é, não ter-se ido embora após a Segunda Guerra Mundial, pois ao permanecer estragou tudo o que tinha feito de bem anteriormente, é o mesmo erro que cometeu o Otelo, seu opositor: fez a revolução e depois, logo a seguir, em vez de desaparecer paara qualquer lado, dedicou-se a estragar o que de bem tinha ajudado a fazer.
... dos últimos inquéritos mostrarem, consistentemente, que a maioria dos portugueses é a favor da igualdade de direitos no que respeita à adopção de crianças por casais gays o parlamento votou contra por causa do PC -a questão ainda não foi discutida suficientemente..?- que não quer saber da opinião do povo e por causa do CDS -que só obedece ao Criador...?- que foi eleito para representar o povo mas que escolhe representar antes o Criador....
Assim vai a República do rectângulo...
Nos EUA o cabeleireiro da governadora do Novo México, por esta ser contra o casamento de gays e adopção de crianças por gays, proibiu-a de voltar a entrar no seu estabelecimento. 'Se não sirvo para casar também não sirvo para lhe arranjar o cabelo', disse. Acho bem.
Ah! Li agora que o PSD e o PS também chumbaram o projeto de lei. Espero que fiquem todos sem cabeleireiro...por assim dizer...
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.