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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Para ouvir apenas. É tudo absolutamente lindo excepto a produção. As vozes individuais e os coros lindíssimos. Ali entre o minuto 50 e a 1h15m até arrepia... a Waltraud Meier... o baixo que faz de Gurnemanz... e o coro nos últimos dez minutos do acto? ... djesus!
(Agora a produção... não gosto desta interpretações tipo ficção científica das óperas do Wagner. Não têm nada a ver com a música nem com a mentalidade dele. Uma ópera é como uma cidade, tem uma certa atmosfera envolvente, uma espécie de tecido vital que se respira e realça as suas propriedades e nuances. Esta ópera tem que ter uma atmosfera entre o místico e o mágico porque praticamente não tem acção, é só conversa num contexto de mistério, de uma certa ameaça, drama e misticismo que se perdem completamente neste cenário metálico, técnico e duro. Parece um cofre-forte dum banco. Só se é uma referência crítica ao DB e ao dinheiro que tratamos hoje como se fosse o Santo Graal... é feíssimo o que irrita porque uma pessoa vai á ópera para se encher de magia e não de realidade que essa já a temos todos os dias. E depois é incoerente. O Parsifal aparece meio andrajoso mas com botas novinhas de camurça cinzenta com ar de terem acabado de sair da loja do Manolo Blahnik ou assim... e o tipo que rasteja para cima duma cena tipo falo gigantesco a estrebuchar com o cálice na mão... nem vou comentar isso... enfim, deve ser para pessoas bué inteligentes... olha, põe-se o vídeo assim muito pequenino para ouvir só sem ver que é da maneira que não me distraio do que tenho que fazer)
(ouça-se bem alto, claro, em modo 'repeat'
Estas é uma das preferidas, nesta mesma versão. Comprei-a quando morava em Bruxelas (o CD tinha saído há pouco tempo) de modo que sempre que a ouço lembro-me da casa de Bruxelas e de um jogo de PC em que estava viciada e que jogava a ouvir isto em modo repeat. De tanto ouvir a ópera decorei-a e cantava-a (enfim, fazia algo....) sem dar por isso enquanto jogava. Ajudava-me, como ainda faz, a concentrar. Só desconcentro e 'acordo' quando ouço aquele grito, Amfortas! Amfortas! Adoro esta ópera. Música do outro mundo, deveras.
O coro dos homens ali entre o minuto 2.00 e o 2.30 arrepia-me sempre. Já a encenação arrepia-me ao contrário...
No Parsifal de Wagner. Agora neste trecho, 'Amfortas' - embora não nesta versão mas numa das versões em CD que tenho. Isto tem que ouvir-se com o volume no máximo.
Parsifal - A única maneira de lidar com as notícias dos novos apartheids na aldeia global.
Tem que ouvir-se alto.
A música afeta o cérebro duma maneira profunda que só agora se começa a perceber, desde que existem maneiras de se 'espreitar' para a atividade elétrica e química do cérebro. Já Platão e Aristóteles lhe atribuíam grande poder. Platão pensava que a música proporcionava uma entrada direta na alma da pessoa ativando e influenciando a disposição emocional e moral. É exatamente o que se pensa hoje: a música tem um enorme poder de modulação mental e emocional de modo que pode ser terapêutica. Fala-se muito do 'Efeito Mozart'.
Houve uma altura em que sabia esta ópera de cor. Agora ouço-a menos. Infelizmente, não sei porquê, a partir de certa altura esta ópera começou a ter um efeito emocional negativo, sobretudo em certas partes...mas gosto tanto dela que não resisto lol
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