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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
É um novo campo científico que está a aparecer e consiste na aplicação de 'data-crunching' a campos normalmente das ciências humanas. Por exemplo, analisaram informaticamente o conteúdo de 5 milhões de livros do Google Books e 'descobriram' que há mais palavras na Língua Inglesa do que se pensava: cerca de 1 milhão, quando o dicionário que tem mais entradas se fica pelas cerca de 350.000; descobriram também que as palavras 'morrem', hoje em dia, mais rapidamente que dantes - há um século poderiam caiam em desudo ao fim de 40 anos, agora em apenas uma década.
Como dizem os próprios indivíduos do artigo (li isto num artigo), a rapidez com que as palavras caem em desudo pode dever-se ao mero facto de apenas não estarem em uso no Google Books porque, como sabemos, os livros antigos, são mais difíceis de digitalizar.
Em segundo lugar, digo eu, os dicionários de Língua Materna não contêm a maior parte do jargão específico das ciências, das profissões, das artes, hobbies, etc., de modo que é normal que o Google Books tenha mais palavras que um dicionário de Língua Inglesa.
Finalmente, o que me irrita é esta tendência evolucionista da moda assumir que medir as coisas, ou melhor, ter dados métricos das coisas, equivale a compreendê-las. O que não é verdade. Em última análise, defendem o fim das humanidades pela via da medição de toda a realidade. O que é abusivo porque as regularidades e os padrões que se observam com os números requerem interpretação, não valem por si.
Estas tendências evolucionistas que pretendem prescindir das Humanidades com o argumento de que a ciência por si só é suficiente, em virtude da superioridade objectiva da matemática, para dar conta de todos os problemas do real, faz-me sempre lembrar o teocentrismo medieval.
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