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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
A few weeks ago, in the country, far from the lights of the city, I saw the entire sky “powdered with stars” (in Milton’s words); such a sky, I imagined, could be seen only on high, dry plateaus like that of Atacama in Chile (where some of the world’s most powerful telescopes are). It was this celestial splendor that suddenly made me realize how little time, how little life, I had left. My sense of the heavens’ beauty, of eternity, was inseparably mixed for me with a sense of transience — and death.
Oliver Sacks
"I sometimes wonder why I pushed myself so relentlessly in weight lifting. My motive, I think, was not an uncommon one; I was not the ninety-eight-pound weakling of bodybuilding advertisements, but I was timid, diffident, insecure, submissive. I became strong—very strong—with all my weight lifting but found that this did nothing for my character, which remained exactly the same." —from ON THE MOVE
Learn more: http://www.oliversacks.com/books-by-oliver-sac…/on-the-move/
Escritor e neurologista, que sempre escreveu sobre as doenças dos outros, “despede-se” da vida com um artigo no The New York Times. “Foi um enorme privilégio e uma aventura”, diz.
Mas Oliver Sacks não ilude, também, os seus sentimentos mais profundos perante a doença. “Não posso fingir que não tenho medo. Mas o meu sentimento predominante é o da gratidão. Amei e fui amado; recebi muito e dei alguma coisa em troca; li e viajei, pensei e escrevi. Relacionei-me com o mundo, essa relação especial que só os escritores e leitores têm”.
“Tenho estado cada vez mais consciente, nos últimos dez anos, das mortes entre os nossos contemporâneos. A minha geração está de saída, e cada morte foi sentida como uma ruptura, como se parte de mim se estivesse a despedaçar. Não vai haver ninguém como nós quando desaparecermos, mas também nunca há ninguém como os outros. Quando as pessoas morrem não podem ser substituídas. Deixam buracos que não podem ser preenchidos, porque é o destino de todo o ser humano - o destino genético e neurológico - ser um indivíduo único, encontrar o seu próprio caminho, viver a sua própria vida, morrer a sua própria morte.”
Que pena... um indivíduo que continua a investigar, a inovar, a escrever e a ajudar doentes psiquiátricos e outros... Não pára. Um indivíduo brilhante, como investigador e como pessoa. O livro dele, Um antropólogo em Marte, foi dos livros da área da Psicologia que mais me marcou e mais gozo deu a ler.
Sigo-o há anos no Facebook. O tipo tem uma energia, uma imaginação, uma cultura vasta e profunda, uma capacidade de inovação e compreensão das pessoas e dos fenómenos que impressiona. Uma daquelas -raras- pessoas reais. Insubstituível enquanto pessoa e enquanto profissional.
Uma imensa pena...
Oliver Sacks publicou um novo livro. Fala sobre pessoas que têm dificuldades em reconhecer caras e pessoas que perderam parcialmente a visão e do modo como compensam essas dificuldades. Sendo ele um neurologista genial e um escritor muito bom, os livros dele são sempre fascinantes pelos casos que conta e pelo modo como os conta. Quando pensamos que este indivíduo pôs cegos a ver, recuperou catalépticos profundos e esclareceu o funcionamento da mente em inúmeras doenças e que continua, sem parar, a tentar perceber o funcionamento do sistema nervoso no comportamento, ficamos com a sensação de que fazemos pouco na vida...
Este pequeno filme é fascinante! Oliver Sacks, o genial médico neurologista virou recentemente a sua atenção para a música, para a sua relação com o cérebro, para o modo como influencia alguns disturbios mentais e como pode contribuir para o melhoramento de outros. Isto interessa-me no âmbito da neurociência, da paixão que tenho pela música e porque já há uns anos que sou adepta da 'imusic' - há muitos anos que sei, por experiência própria, da capacidade da música afectar o estado de espírito, a concentração, a criatividade, etc. Mas isso não interessa. Interessa a experiência a que ele aqui se sujeita.
Para saber da reacção do cérebro à música fazem-lhe dois 'scans' ao cérebro enquanto ouve duas peças de música, uma de Bach (compositor que adora desde pequeno) e outra de Beethoven (que não adora). No primeiro teste, ele diz claramente que adorou a peça de Bach enquanto a de Beethoven o deixou frio. E a verdade é que o cérebro dele o confirma, pois que ao ouvir Bach o cérebro reconhece-o e activa todas as áreas, enquanto que ao ouvir Beethoven está com quase nenhuma actividade.
O interessante é o que acontece no segundo 'scan' que lhe fazem, porque ele não conhece as peças, não distingue sequer qual é a do Bach e qual é a do Beethoven, e não gostou de nenhuma particularmente. Ora, o que é fascinante é que o cérebro dele reconheceu imediatamente a peça do Bach e activa-se todo com ela, enquanto que a peça do Beethoven pouca actividade gerou.
O que a mim me parece extraordinário é a constatação de que, se calhar, nós somos mais que um cérebro em funcionamento, somos mais que umas centenas de biliões de neurónios e sinapses, somos mais que a soma das partes e não podemos reduzir-nos ao argumento materialista da consciência. Pois senão como seria possível que o 'eu' do Oliver Sacks não coincidisse com a actividade do seu cérebro?
Et pourtant...cest ce qui se passe...A sua consciência e o seu cérebro não estão em consonância e o cérebro parece funcionar com automatismos a que a consciência não parece estar sujeita. Isto levanta claramente o problema da consciência livre, do materialismo e do mecanicismo cartesiano.
Fascinante!
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