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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
O emaranhado dos ramos faz lembrar redes neronais. A natureza replica-se nos seres? Quer dizer, há um número limitado de formas de organização possíveis? E se há, é isso uma definição?, com tudo o que isso implica? Ou é o nosso 'olhar' que produz semelhanças? Mas se o nosso olhar 'encontra' semelhanças, são as 'semelhanças' categorias mentais que espelham a ordem, são paralelas a uma ordem ou são ilusões sobre uma suposta ordem? Quer dizer, existe a ordem como coisa exterior, factual, fora da tendência mental para a ordem?
Yves Montand watching Marilyn Monroe who’s watching Arthur Miller who’s watching Simone Signoret who’s watching Yves Montand
Fui tirar esta fotografia a uma notícia do jornal Expresso sobre o caso das vítimas do Meco. A notícia não identifica o autor da foto nem o sítio. Parece-me o cabo Espichel.
O que gosto nesta fotografia? A figura humana. Experimento pôr um dedo em cima da figura humana para ver a paisagem deshumanizada. A beleza da Natureza mantém-se: a côr azulada da rebentação das ondas, os vários tons de cinza sobrepostos e o castanho suave da areia, que aparece como uma onda em movimento. No entanto, perde a força que lhe é dada pelo contraste da figura humana na sua quietude estática de contemplação -adivinhamos- e assombro face à pujança indómita da natureza. Se não existira a pessoa humana quem se assombraria com a Natureza e para quê assombraria a Natureza? O olhar do fotógrafo também apanhou essa perplexidade e passou-a para nós. E, de onde nos vem essa capacidade de adivinharmos a disposição interna dos outros (ainda que erradamente) só com o vislumbre de uma posição particular do corpo ou da atenção?
Lisa Griffin via Marco Noris
Ofélia Moise Kisling
Michal Lukasiewicz
Baigneuse Accroupie (Seated Bather): William-Adolphe Bouguereau
1896
fuckyeahhistorycrushes Mug shot of Guiseppe Fiori, alias "Permontto”, 5 August 1924. (Photo by NSW Police Forensic Photography Archive, Justice & Police Museum, Histiric Houses Trust of NSW)”
Um arrombador de cofres, ao que indicam as fontes. O que gosto nesta foto? A pose de desafio dele, completamente à vontade e consciente do efeito que tem, o olhar, directo para a câmara, um pouco sobranceiro mas sem subterfúgios. E vivo. Está totalmente vivo. Como é possível o espírito morrer...?
Paul Newman
jeff clow
Entre uma noite e a outra
que devolve ao esquecimento
a vida é calor que desponta
se uns olhos nos dão alento.
Se um olhar desses se prende
ao coração que é atento
ali um Universo se rende
absoluto em seu momento.
Seres concretos se tangem
opacos aos olhar que é escuso
mas se dois corações se veem
e o olhar penetra fundo
embora presos ao tempo
infinitos brilham no mundo.
bja
Jon Foster
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