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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Putin lembra-me os alunos que ao discutir temas com os colegas, por vezes, quando estão muito bem preparados, surpreendem e intimidam a equipa adversária que se acanha. Nessas ocasiões, acontece que se entusiasmam tanto consigo mesmos por verem que não têm oposição à altura que começam a inventar falsidades e estragam tudo o que tinham planeado e feito bem.
Putin, desde a anexação da Crimeia, planeada com esmero, grande sucesso e sem oposição internacional à altura, tem vindo num crescendo de entusiasmo consigo próprio: há dois anos os seus militares sobrevoaram países da NATO sem aviso, mandaram um avião comercial abaixo, ele vai para as cimeiras como se fosse o rei do mundo, manipula os países com o fornecimento de energia, manipula eleições, dentro da Rússia manda prender a oposição, tira-lhes os bens, interfere na vida privada das pessoas... ele até pensa que manda no reino animal. Está tão entusiasmado consigo mesmo e o seu sucesso que começou a dar passos maiores que a perna e exportou os métodos internos para fora do país como se já tivesse anulado a capacidade de reacção dos outros países.
Saiu-lhe o tiro pela culatra porque a Inglaterra não é um país subserviente e de diminuta influência como Portugal e está numa situação de precisar de afirmação. E afirmou-se, arregimentou aliados para a sua causa e com isso marcou pontos. Ainda bem, porque Putin está destravado e o Presidente do país com mais poderio militar no mundo é irresponsável e parece um puppet nas suas mãos.
este vídeo manipulado, como se vê no fim, anda por aí a correr as redes sociais. Putin esperava mesmo que o pombo o saudasse... ... estas coisas dizem muito de uma pessoa...
via AZspot
Ter ido longe demais na Ucrânia. Se tivesse ficado pela anexação da Crimeia o resto do mundo protestava mas acabava por olhar para o lado pois quem quer começar uma guerra -esse caos que uma vez iniciado não se sabe como acabará- num tempo em que o poder de nos destruirmos todos uns aos outros já passou da mera hipótese académica? Só um louco! O Putin acabou por cometer o mesmo erro que o Ocidente cometeu quando teve mais olhos que barriga e quis a Ucrânia na Nato sem pensar na situação particular deste país. Agora quem se sobreavaliou foi o Putin e está enfiado numa alhada porque nem mesmo os seus aliados tradicionais o apoiarão em mais que palavras e gestos, nunca em actos militares.
Acho que a lição que se tira desta crise que ainda agora vai no início é que os EUA a Rússia deviam reajustar-se a um mundo onde cada vez há menos lugar para as suas estratégias de ganância. Por outro lado, à UE ficava-lhe bem repensar os motivos que estiveram na sua origem e ser mais prudente nas suas estratégias expansionistas.
O mundo já não é o playground e a mercearia do Ocidente.
Tough case to crack: the mystery of Britain's falling crime rate
The experts are just as baffled as the public: like the economists who failed to foresee the global financial crisis, criminologists were taken by surprise by what happened during the years of recession that followed the crash. Public spending was cut, unemployment rose, incomes were squeezed, families resorted to food banks. And yet, against all expectations, the number of recorded offences fell.
This phenomenon is not unique to Britain: crime has been falling steadily across much of the western world.
But while most senior police officers, social scientists and Home Office officials accept that crime is falling across Britain, they rarely agree on the cause. Some highly respected criminologists believe so-called acquisitive crime must have risen during the recession, and argue that the surveys are asking the wrong questions: that new forms of crime – often perpetrated online – are not being acknowledged.
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A anexação da Crimeia já um facto. Só falta «legitimá-la» com um referendo alfaiate. O que é que a UE e os EUA vão fazer? Nada... congelar bens e outras coisas do género...? A Rússia tem muito dinheiro para dar aos amigos. Fazer guerra à Rússia? I don't think so... o mais certo é os ucranianos entrarem em guerra civil localizada ali na Crimeia: o novo primeiro ministro já veio falar do espírito e valor dos ucranianos: está a falar do espírito dos cossacos que eles ainda mantêm vivo na sua mitologia para se definirem e unirem, tal como nós mantivémos o espírito dos descobridores.
É verdade que o Putin fez o primeiro erro: alienar os ucranianos pró-russos que estão espalhados por todo o país e forçar o novo primeiro ministro a encostar-se à UE para não ficar sozinho a lutar contra a Rússia. Mas, se calhar, tinha informações de que essa 'guerra' já estaria perdida para o Ocidente. No entanto, também é verdade que o Ocidente, na sua cegueira e arrogância lidou muito mal com isto tudo e vai-se ver aflito para sair disto sem perder a face e sem uma outra 'Bosnia-Herzegovina'. Parece que no Ocidente ninguém pensa, ninguém sabe nada de História...
Não sei porque se admiram com o que o Putin fez. O que seria de estranhar era ele deixar a Europa e o Ocidente engolir a Ucrânia e tirar-lhe o porto de acesso ao Ocidente. Mas a Inglaterra não fez guerra à Argentina por causa dumas ilhas nos confins do Oceano com o pretexto que está cheia de ingleses? Não usou o referendo alfaiate como argumento? Alguém achou estranho ou condenou? Em que é que isso é diferente disto? Por o Khrushchov ter resolvido, sem perguntar nada a ninguém, dar a Crimeia aos ucranianos? Bem, os ingleses tomaram posse das malvinas com um acto de invasão... os ingleses não ameaçaram recentemente a Espanha por causa de Gibraltar? E com que argumento...? Tem lá ingleses... pois é, todos os grandes deste mundo têm dois pesos e duas medidas e os bárbaros são sempre os outros.
Primeiro o John Kerry, agora o Durão Barroso, todos oferecem biliões à Ucrânia. A Rússia também oferece dinheiro, energia e saldos ao parceiro priviligiado. Ventos do Ocidente, ventos do Oriente, no jogo do poder global.
... disse aquilo que já esperávamos ouvir: que as intenções do Ocidente ao apoiar o que ele chama golpe de estado são duvidosas, que os russos lá estão em perigo, que o ex-presidente lhe pediu ajuda e ele está a ajudar e, que queria que houvesse um referendo em que as pessoas pudessem decidir do seu próprio destino. Justificações prévias para o que virá a seguir, porque ele não abandonará a Crimeia se isso significar a sua derradeira derrota.
Uma coisa ele disse que era bom que aqui na Europa se pensasse: que o ex-presidente ucraniano não queria a Ucrânia a aderir à UE porque sabia que isso implicaria austeridade, subida de desemprego e desmantelamento da indústria... quem poderá negar a verdade desta palavras...? Não é isso o que acontece a todos os países que entram para a UE? A submissão à ditadura da Alemanha até que fiquem reduzidos a 'pesants' que vão à corte de Berlim pedir instruções e mesada? A que propósito um país enorme e rico como a Ucrânia quereria isso? Mas alguém pode negar que esta UE não tem nada que ver com o que, no papel, foi projectado para ser uma união de países em colaboração e amizade para mudar um passado de rivalidades e guerras?
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