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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
... porque passou pelo cargo e a única coisa que mudou foram as questões dos direitos humanos: racismo, direitos de minorias, etc. O que é bom. No entanto, foi conivente com os lobbies do exército que defendem as guerras e assassinatos bem como os das finanças e ajudou a construir a escada deste capitalismo selvagem em que vivemos, pior que o da era industrial pois então não havia a consciência dos malefícios e consequências funestas que daí advêm mas, agora há. e uma delas é o atropelo dos direitos humanos. Agora cobra meio milhão de euros para aparecer num auditório durante uma hora e dizer umas cenas. Depois vai para a África do Sul dizer que tem dinheiro a mais e que as pessoas não precisam de tanto dinheiro para viver bem.
Há muito tempo que entrámos na era germânica: as ideias políticas dos séculos XIX e XX saíram da forja dos filósofos alemães; a economia dominante é anglo-saxónica mas as ideias que forjaram as convulsões dos séculos XIX e XX na Europa e em grande parte do mundo, para o melhor e para o pior, são as dos alemães: do Kant, do Hegel, do Marx, do Engles, do Nietzsche e Heidegger.
Ainda o império britânico parecia brilhar incontestado e já se desmoronava enquanto crescia a influência da Filosofia alemã que está por detrás de todos os movimentos políticos e alguns económicos que começaram a forjar-se no século XIX e ainda nos regem.
Esta ascenção alemã teve um interregno abrupto por causa da Segunda Grande Guerra. Durante muito tempo a Alemanha esteve sob ocupação e, mais tarde, sob protetorado americano, contra a outra Alemanha [comunista/soviética] de Leste. Os EUA, por força da entrada decisiva e vitoriosa na Segunda Guerra e por força do plano Marshall, tornaram-se uma espécie de potência meio protetora, meio paternalista, da Alemanha, que aceitou esta protecção, até porque durante muito tempo não soube como gerir/contextualizar a sua História recente e evitava qualquer iniciativa relacionada com exércitos e tudo o que pudesse dar ideia de agressividade.
Esta situação convinha aos EUA porque, mantendo-se como a potência que mais contribuia financeiramente para a NATO (e para a ONU), acabava por deter, por conta disso, um poder decisório e decisivo, muito grande, na Europa e no mundo.
No que respeita à NATO, os países do seu protetorado, nomeadamente a Alemanha mas, também outros que beneficiaram do plano Marshall e ainda pagavam em lealdade essa beneficência, seguiam a liderança dos EUA em praticamente tudo e, mesmo quando não concordavam com as ofensivas americanas, mantinham-se passivos, sem fazer oposição.
Pois o Trump, que só pensa em dinheiro como comerciante que é, acabou de destruir essa posição de força que tanto custou aos EUA construir, pois se todos agora passam a pagar o mesmo, mais ou menos, não há razão para que a Alemanha, já não dividida e hesitante quanto ao seu lugar no mundo, mantenha a posição de submissão que tinha relativamente aos EUA e, pela mesma ordem de ideias, não há razão para o domínio americano se manter.
Estamos em plena era alemã e a situação internacional mudou.
Neste momento o interregno da ascenção da influência da Alemanha na Europa acabou e a Alemanha deu-se conta que está em plena posição de igualdade de força moral com os EUA. (Merkel says EU cannot completely rely on US and Britain any more). Se a Europa já não pode contar com os EUA, os EUA também já não podem contar com a Europa...
Foi um grande passo em falso dos EUA e arriscam-se (se a Alemanha levar as suas próprias palavras a sério ["O Ocidente é uma ideia de valores universais (...) uma ordem internacional em que acreditamos que essa ordem internacional é mais do que a soma dos interesses nacionais", frisou, evocando "o fracasso dos Estados Unidos como uma grande nação". (Sigmar Gabriel, chefe da diplomacia alemã)] e não as disser apenas para efeitos de campanha eleitoral onde a Merkele aparece agora, todos os dias, a beber cerveja e a dizer as mentiras que os políticos dizem nessas alturas) a ficar permanentemente arredados do lugar de nº 1 mundial no que respeita a ditar políticas internacionais, pela simples razão que, se a Alemanha quiser e a Europa quiser o que a Alemanha quiser, a Europa passa a ter a sua própria força militar.
Ora, se a Alemanha fizer as coisas como deve ser, quer dizer, se trabalhar para uma Europa unida, em vez de criar dissenções como tem feito até agora, não há razão para que a Europa não queira o que a Alemanha quer e, nesse caso, a Europa torna-se uma grande força no mundo, mesmo sem a Inglaterra, com o seu próprio exército e iniciativa militar sem necessidade da ajuda americana.
No mesmo dia em que Trump andava aqui a bater com o punho na mesa à Merkele, esta esteve com o Obama em Berlim numa conversa sobre fé e democracia. Que o Obama tenha ido a Berlim falar de democracia no mesmo dia em que Trump, o seu Presidente, estava a uns metros a falar do futuro da NATO e da participação dos EUA no acordo de Paris, não pode ter sido inocente... nem do lado dele, Obama, nem do lado dela, Merkele...
Os próximos anos vão ser de reconstrução de exércitos europeus. Essa cartada já os EUA a perderam porque Trump é um ignorante, politicamente falando e, é aconselhado por Kushners e companhias que são best pals dos russos. Os EUA estão com problemas internos, graves. O Putin está a capitalizar... e os ingleses devem estar confusos.
Uma Europa militarizada acaba por ser uma inevitabilidade, indesejada, digo eu, que não acho bom prenúncio evoluirmos para Estados cada vez mais militarizados, nem vejo como isso se coaduna com a visão de sermos uma ideia de valores universais.
Mas não há dúvida que vivemos tempos interessantes.
More than 1 million of you in 110 countries raised your voices for Edward Snowden. THANK YOU! Today we handed over your signatures calling on President Obama to #PardonSnowden. Now, it's up to him to do the right thing.
.. por falta de visão, excesso de ganância, crença infundada na infinitude do crescimento das economias e na capacidade dos governos enganarem os povos para enriquecerem grupos já bilionários.
Este acordo serve para os EUA e UE e o Ocidente em geral não perderem importância face ao avanço esmagador da China e da Índia na economia e da Rússia na política global. Mas não só. Há o problema dos países que estão na fronteira com a China mas não querem ser absorvidos por ela, tal como os países que estão na fronteira com a Rússia não querem ser absorvidos por ela (para o que contam com a ajuda da UE e dos EUA) e estão agora em situação aflitiva - o Japão foi a correr à Towertrump falar com o homem. Pior porque a Rússia tem uma história comum com alguns desses países que estão cheio de russos mas a China tem uma história de beligerância com o Japão, a outra China (Taiwan) e outros pequenos países que sem a aliança dos EUA não têm nenhuma hipótese de escapar às imposições chinesas.
O acordo de comércio livre mantinha esses países independentes da sombra da China, permitia ao Ocidente ter um pé no Oriente e também pressionar a Rússia que está cada vez mais ousada e amiga desses países não democráticos que são a China, a Turquia, a Síria do Assad e outros do género.
No entanto, os que andam há anos e anos a negociar o acordo, com a sua falta de visão estratégica e egoísmo, fizeram questão de negociá-lo às escondidas dando grandes privilégios e prerrogativas aos grandes grupos económicos a expensas dos governos e dos povos de tal maneira que um Estado podia até ser processado por uma multinacional se esta não tivesse o lucro esperado, tal qual como aconteceu nas PPPs que os governos aqui do rectângulo negociaram às escondidas, à nossa custa, sem nenhum benefício (a não ser para as pessoas e grupos que o negociaram) e com os custos que todos sabemos porque andamos a pagá-los.
É evidente que este tipo de acordos têm que ser feitos a pensar no futuro global e a pensar que muita gente de muita natureza diferente pode ocupar os lugares do poder. Agora está lá o Supertrump que não quer saber de nada que não lhe traga lucro -é um comerciante, o Manelinho da Mafalda foi feito a pensar nele- mas antes esteve lá o Obama que não é um comerciante mas também não foi capaz de dar transparência e eficácia ao acordo e favoreceu estes grupos lobistas.
Até hoje, ninguém dos que negoceia o acordo teve a delicadeza de nos informar, a nós todos que o vamos -ou iríamos- pagar, os termos efectivos do acordo. Só no ano passado mandaram uma resenha para o PE depois de muita insistência e protesto. Quiseram que os governos o assinassem de cruz e à pressa, depois de o arrastarem dez anos, como se viu pela pressão que fizeram sobre a Bélgica há umas semanas.
Ora, como as coisas se têm desenvolvido nos últimos anos, não há um único país que me lembre que confie no seu governo para fazer frente a grandes grupos e defender os interesses dos que os elegeram pois anda à vista de todos, no mundo inteiro, o crescimento exponencial dos bilionários e o empobrecimento também exponencial das populações (com excepção de dois ou três países). A Merkel agora põe as mãos à cabeça com o recuo dos EUA da mesma maneira que os americanos põem as mãos à cabeça por terem eleito o Supertrump mas a verdade é que, tal como eles, também ela foi conivente com estes secretismos e subserviência a grandes cooporações porque lhe convinha. É o tal egoísmo autofágico que anda a atacar tudo quanto é país e a deixar-nos neste embróglio planetário.
US President-elect Donald Trump says the US will pull out of the deal on his first day in office
Many people do not understand what these trade agreements mean so let me spell it out. They promote trade liberalisation. This essentially means opening up public services to corporate takeover and limiting our ability to control banks.
Dia 10 de Dezembro é o dia internacional dos direitos humanos:
Obama, que tanto fala de liberdade e direitos civis não fechou Guantanamo e não emite um perdão a Snowden. Porquê? Não sei. É uma grande desilusão e mancha um mandato muito mais positivo que negativo. No entanto, ainda está a tempo...
Edward Snowden NSA Using FEAR Excuses to Spy on People -Interview 19 Nov 2016
O que pode cada um fazer para sabotar a vigilância em massa, a legislação que nos retira direitos à medida que alarga o quem, como e onde nos podem vigiar? Várias coisas:
1. Descarregue e passe a usar o browser 'Tor' que não arquiva dados sobre pesquisas e permite uma navegação anónima. Aqui
2. Se não sabe o que mais pode fazer, suporte os que sabem: pode aderir à Liga de Defesa da Internet [https://www.internetdefenseleague.org] ou apenas fazer uma doação, nem que seja de 10 euros a essa liga e/ou a outras organizações que lutem pelos nossos direitos como a Amnistia Internacional ou outra organização da sua preferência.
3. Nenhuma medida resulta se a situação não for conhecida. Divulgue, fale, argumente a favor dos Direitos Humanos e contra o abuso de poder dos organismos governamentais, das empresas e das secretas. Nenhum político/chefe/líder é o salvador da humanidade e cabe-nos a nós defendermo-nos, o que começa no círculo pessoal de cada um: a família, os amigos, o trabalho: resista às tentativas de lhe retirarem liberdade, autonomia e tudo o que a lei garante. Se não tem capacidade ou coragem para lutar contra o abuso do poder suporte os que o fazem.
Obama holds post-election Q&A
...da presidência.
27 Julho 2004
27 Julho 2016
Agora que o Obama vai sair da Casa Branca podiam contratá-lo para a Presidência da Comissão Europeia.
Quem ainda se lembra do tempo caótico do Bush, quando os EUA levaram a guerra aos cinco cantos do mundo, renegaram qualquer ideia de diplomacia, de luta contra os interesses dos homens das armas, do petróleo, puseram todos contra eles, etc.?
Alguém viu hoje o Obama em Hiroshima? Ele é aquilo que muitos líderes europeus costumavam ser ou aspirar a ser...
Putin precisa muito desta aliança global para que o mundo lhe esqueça a Ucrânia. Obama sabe disso. Isso vê-se na cara e no olhar de um e de outro. Nós precisamos que os dois se entendam urgentemente na questão da Síria e do EI.
nas NU em final de Setembro
Nobody should be president for life,” Mr. Obama declared in a speech at the African Union, the continent’s umbrella organization. “Your country is better off if you have new blood and new ideas. I’m still a pretty young man, but I know that somebody with new energy and new insights will be good for my country. It will be good for yours, too, in some cases.”
O Obama fez um grande discurso, pedagógico, no Quénia, a favor dos direitos humanos, dos direitos das mulheres e da igualdade de oportunidades, a favor do entendimento entre os povos e citou Et Pluribus Unum para dizer que todos os povos da Terra são uma só tribo que é a tribo dos seres humanos.
É a primeira vez que vejo um Presidente falar explicitamente nas 'tradições' que oprimem as mulheres e as crianças e sendo um homem a fazê-lo tem um enorme importância porque deixa de ser apenas o discurso das vítimas para ser o discurso do certo contra o errado.
A maior parte dos políticos e, sendo homens, talvez a totalidade, acha que esse assunto dos direitos humanos, da igualdade de oportunidades, do sexismo, dos direitos da mulheres, etc., são coisas menores, sendo que vêem as mulheres como seres menores em termos de cidadania -histéricas que deviam dedicar-se a ter filhos e a ser bonitas e felizes- e menorizam esses problemas que dizem não ser prioritários face aos grandes problemas políticos. A questão é que os grandes problemas políticos do mundo são os problemas dos seres humanos, das suas vidas, dos seus direitos. O resto é só poder e descarga de testosterona.
Gostava de ter um/a Presidente desta categoria.
... que este embargo acabou. Estava obsoleto e era já um anacronismo, agora que o Castro está na decadância total e o mundo mudou. Os americanos em meia dúzia de anos vão ganhar a ilha para eles como no passado.
O Obama está a fazer um segundo mandato muito diferente do primeiro. Mais de acordo com o que eram as suas ideias quando foi eleito da primeira vez. Ou mudou de conselheiros ou passou a ignorar os conselheiros do costume, os profetas da desgraça ao serviço de 'lobbies' sem horizontes que não os da ganância de poder e dinheiro que costumam rodear os presidentes. Se continua por este caminho vai ficar para a História americana como um grande presidente.
Obama addressed about 2,000 young people at an art deco arts centre in central Brussels.
"We must never forget that we are heirs to a struggle for freedom," Obama said, adding that the Ukraine crisis has neither easy answers nor a military solution. "But at this moment, we must meet the challenge to our ideals, to our very international order, with strength and conviction."
Drawing on modern struggles, like gay rights, as well as the ethnic cleansing and world wars, Obama sought to draw a connection between the US experiment in democracy and the blood spilled by Europeans seeking to solidify their own right to self-determination.
"I come here today to say we must never take for granted the progress than has been won here in Europe and advanced around the world," Obama said.
Obama fez um discurso inspirado e inspirador. O indivíduo é um grande orador e deve ter sido um excelente professor.
Falou sobre a luta pelos direitos humanos e civis, a luta pela pela liberdade, defendeu que o mundo não é dos fortes mas que todos têm igual assento na reunião de nações, que não podemos descansar e esperar sempre que seja o outro a resistir e a lutar pela liberdade, que a aceitação da diversidade e da diferença fortalece a democracia, que os EUA estão decididos a trabalhar pela diplomacia, defendendo a força da autoridade contra a autoridade da força, defendeu o isolamento da rússia, a pressão através dos instrumentos económicos.
Enfim, muito inspirador... pena é que depois as forças de segurança americanas andem a espiar as conversas telefónicas, mensagens e PCs de tudo quanto é gente, privando essas pessoas da liberdade da privacidade, que não fechem aquele centro de tortura de Guantanamo e outras cenas do género, contrariando estas palavras inspiradas...
Hoje é o da da não violência contra mulheres e raparigas.
Antigo Presidente norte-americano diz que seria um "erro terrível" não aproveitar o plano da Rússia para a destruição do arsenal de armas químicas da Síria.
Quem acreditaria, há um par de anos, que a Rússia pudesse aparecer como uma moralizadora, uma diplomata e uma mediadora a dar lições a uma America belicosa? Pois é o que está a acontecer. O Putin é agora o apaziguador do espírito extremista de Obama... e neste jogo do mundo, os EUA perdem pontos às pazadas para os russos. Será isto o princípio da queda do Império Americano?
Em directo na CNN. Sobre a crise e a distribuição da riqueza. Sobre ter políticas de crescimento e prioridades no investimento.
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