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Não posso esquecer de lembrar...

por beatriz j a, em 21.10.13

 

 

 

 

Não posso esquecer de lembrar que a minha profissão é linda. Apesar de todos os que a tentam denegrir, todos os que a tentam destruir, todos os que a pervertem, todos os que dela se usam como instrumento das suas ambições de pequena vassalagem.

Não posso esquecer de lembrar que os alunos são pessoas vivas, plásticas e em crescimento que precisam de professores vivos, assertivos, positivos e estimulantes. Professores que ensinem, que aprendam, que discutam, que orientem, que eduquem.

Não posso esquecer de lembrar que uma mente escrava só forma escravos.

Não posso esquecer de lembrar que em geral gosto bastante dos meus alunos e que sinto ser-lhes útil a eles e à sociedade que conta connosco para passarmos o testemunho da civilização. Fazer filhos também as bestas os fazem, o difícil é ajudá-los a crescer bem para uma vida digna e útil.

Toda a História é uma odisseia e este planeta é o nosso barco.

Não posso esquecer de lembrar que os que ensinam são os que garantem a continuação da viagem. São eles que ensinam os ofícios: das leis, da medicina, disto e daquilo e de tudo o que nos mantém na viagem. Sem educação estaríamos despidos das roupas da civilização como se vê em certas zonas do mundo onde metade das pessoas vivem a destruir e a matar a outra metade, numa miséria sem nome.

Não posso esquecer de lembrar, nunca confundir a hipocrisia com cortesia.

Não posso esquecer de lembrar que a mentira e a falsidade dos outros diminuem-nos a eles, não a mim.

Não posso esquecer de lembrar que o prazer da minha profissão não vem do dinheiro ou de elogios e que não devo esperar nada a não ser a alegria interior do dever cumprido, da satisfação de ver os adolescentes crescer como pessoas humanas e dos muitos amigos que me ficam para a vida.

Não me posso esquecer de lembrar que tenho a profissão escolhida pela maioria daqueles que mais admiro -os filósofos- que viam nela a esperança da pessoa humana.

Não posso esquecer de lembrar que não devo perder tempo nem azedar por causa do que é pequeno e mesquinho, que um professor é uma pessoa, entre alunos que também são pessoas e que, no plano global de Cronos, o destino de uns é o destino de outros, não há tempo a perder e, é com esse horizonte em mente que devo traballhar.

 

publicado às 17:05


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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