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Apoia-se a monarquia saudita governada por tiranos e assassinos e acaba-se com o acordo de não proliferação de armas nucleares.

Já não se suporta ouvir falar de Trump e de todas as asneiras que faz. Faz lembrar aqueles alunos que, apesar de serem uma pequeníssima minoria, um ou dois numa escola inteira normal, fazem tanta asneira, mas tanta, que toda a escola os conhece, ocupam grande parte das conversas dos seus professores e colegas, condicionam todo o trabalho de uma turma inteira e do seu conselho de professores.

É isto que temos: meia dúzia de líderes anormais condicionam toda a normalidade de biliões de pessoas. Mas os outros líderes todos fizeram, e fazem, a sua parte de conivência com estes poderes. E não mudam de caminho ou de velocidade, apesar de todos os sinais de perigo.

Uma pessoa fica doente a ler as notícias porque vê claramente o que as coisas podiam ser e o que são e sente-se impotente para mudar o rumo dos acontecimentos. É que enquanto as ondas são pequenas os diques de controlo repudiam-nas mas quando as massas de água ganham grande volume não há dique democrático nenhum que consiga parar a sua inércia de movimento.

 

 

 

publicado às 09:18


Às vezes...

por beatriz j a, em 01.08.16

 

 

 

imagem via Anna Rosa Turrini

 

Às vezes percebo os monges que se recolhem num convento. Ao contrário do que se costuma dizer, fácil é isso. Díficil é viver no mundo no meio dos outros.

 

 

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publicado às 17:22


O 1º de Maio dos outros sem 1º de Maio

por beatriz j a, em 01.05.15

 

 

 

directamente do FB 

 

 

publicado às 15:52

 

 

 

Hannah Arendt: thinking versus evil por Jon Nixon

 

 Arendt e o valor das universidades como lugares de pensamento em conjunto.

 

Universidades são lugares onde as pessoas se encontram para pensar em conujunto. Hannah Arendt, apesar de ter passado por várias universidades, definia-se, não como uma académica, mas como uma pensadora. Uma das coisas em que pensou foi sobre o próprio pensamento, a sua natureza e objectivo, o seu significado ético e político, o seu potencial para o bem e para o mal, a sua fundação na comunidade da consciência humana.

 

Hannah Arendt, como se sabe, nasceu na Alemanha, foi aluna e amante de Heidegger (numa relação emocionalmente profunda de ambas as partes - ela com 18 anos, ele com 36 ), fugiu ao regime nazi e depois de uma breve prisão em França e de uma passagem por Praga e Lisboa, embarcou para os EUA onde viveu o resto da vida, primeiro como apátrida, depois com a cidadania americana. 

 

Arendt distingue o pensamento conduzido em isolamento (como Heidegger cada vez mais isolado na cabana e no silêncio da Floresta Negra, esse lugar hoje de peregrinação) e o pensamento que constitui o diálogo do pensamento com os outros. Porque o pensamento é, ao mesmo tempo, uma inflexão interior e exterior, está fundado na experiência comum e não é uma prerrogativa de uns poucos, mas uma faculdade de todos.

Pensar é o que nos liga a nós próprios e aos outros. Arendt desenvolveu uma suspeição desse pensar isolado como um labirinto mitológico onde não se entra sem ficar preso e desligado do resto do mundo -como a obra de Heidegger que ela compara a um labirinto de raposa para atrair incautos. É aliás por isso, por pensar Heidegger, ele próprio, encurralado no seu labirinto e alienado do mundo exterior que ela lhe perdoa o seu envolvimento nazi.

 

A ideia de 'pensamento' joga um enorme papel na análise do Totalitarismo, ou melhor, a ausência de pensamento. Um mundo esvaziado de pensamento, de vontade e de juízo seria um mundo habitado por autómatos, como Eichmann, desprovidos da liberdade da vontade e de qualquer capacidade de juízo independente.

O caso de  Eichmann levantou uma questão crucial para Arendt: "Pode a actividade do pensamento enquanto tal, o hábito de examinar o que acontece, independentemente dos resultados, pode esta actividade estar entre as condições que levam o ser humano a abster-se de acções más ou até, condicioná-lo contra elas?"

A questão surge, em grande parte, da sua experiência do totalitarismo nazi mas também da opressão do McCarthyismo nos anos 50, nos EUA e, de um modo geral, das linhas ideológicas presentes na Guerra Fria. Ela também via com apreensão o crescimento imparável do consumismo do Sonho Americano. Nem Hitler nem Estaline tinham esgotado, ao que parecia, todo o potencial do totalitarismo. Daí a urgência da questão.

 

Ora, uma vez que o pensamento obriga a que se páre e pense, pode condicionar-nos contra o mal.

Sem o pensamento em diálogo com os outros não pode haver juízo informado, nem possibilidade de acção moral ou de acção colectiva - o que há é ausência de preocupação pelo mundo [no care for the world]. A educação é, em seu entender, uma expressão dessa preocupação: "decidimos se amamos o mundo ao ponto de nos responsabilizarmos por ele".

 

A educação dá-nos um espaço protegido dentro do qual podemos pensar contra a opinião recebida: um espaço para questionar e desafiar, para imaginar um mundo de diferentes perspectivas, para reflectir sobre nós próprios na relação com os outros e, ao fazê-lo, compreender o que significa 'assumir responsabilidade'.

Hanna Arendt tinha observado, em primeira mão, como a opinião pode cristalizar-se em ideologia: a ideologia requer assentimento, funda-se em certezas e determina o nosso comportamento em horizontes de expectativas fixados; ora pensar, pelo contrário, requer dissidência, vive da incerteza e expande os horizontes reconhecendo a nossa actividade.

 

É tarefa da educação -e, portanto, da Universidade- assegurar que um tal espaço permaneça aberto e acessível. Mas, só pode fazê-lo se não [se]enclausurar [em]o espaço que disponibiliza. Há duas barreiras a esse propósito: a primeira é assumir que o resultado do pensamento pode ser pré-especificado. Contra isto devemos manter presente que o pensamento é discursivo, que pensar é uma actividade heurística e exploratória, imprevisível nos seus resultados, incerta e indeterminada. Sai fora do enquadramento de qualquer premissa pedagógica de objectivos, medidas, metas pré-assumidas.

A segunda barreira tem a ver com a categorização académica. Ela entende a importância das fronteiras metodológicas e disciplinares mas está ciente do modo como se podem transformar em barreiras de modo que insiste que se pense fora das tradicionais categorias académicas. Como ela própria diz nas suas aulas sobre a filosofia política de Kant: "O importante é pensar com uma mentalidade alargada - o que significa que treinamos a mente para ir visitar". 

 

A educação providencia um espaço intermédio entre o público e o privado, um espaço semi-público onde podemos testar as nossas opiniões, interpretações e juízos. Nos seus seminários -recorda Jerome Kohn- cada aluno era um 'cidadão', chamado a intervir e inserir-se nessa polis em miniatura e a tentar melhorá-la. Esta iniciação de inserção na polis faz-nos realizar o nosso potencial enquanto pessoas e cidadãos.

 

Arendt realça a necessidade de pedagogias que reconheçam a diferença e a diversidade, que desafiem e questionem, que estimulem e provoquem. Enquadramentos curriculares que possibilitem a mentalidade de 'visitação' e propósitos educacionais que se foquem no florescimento e desenvolvimento do potencial individual.

 

Acima de tudo Hanna Arendt lembra-nos que a educação é um bem público: quanto mais nele participarmos maior o seu potencial de retorno para o bem-estar da sociedade como um todo e para a vitalidade do seu corpo político. Contra aqueles que vêem a educação como uma mercadoria para ser comprada e vendida com vista ao lucro, Arendt insiste que ela está fundada na nossa capacidade partilhada de pensar e que pensar é pensar em conjunto.

 

Os problemas colectivos que agora enfrentamos são globais e requerem soluções globais, que por sua vez requerem a capacidade e a vontade de pensar através das nossas diferenças. Num mundo profundamente dividido, pensar em conjunto talvez seja o nosso recurso mais válido e a universidade [as escolas em geral, digo eu, embora a outro nível] talvez seja um dos poucos lugares dentro dos quais esse recurso do pensamento pode ainda encontrar um valor incondicional.

 

(traduzido e adpatado livremente por mim)

 

 

publicado às 12:59


O erro da Rússia?

por beatriz j a, em 27.12.14

 

 

 

Rússia classifica NATO como principal ameaça à segurança nacional

 

Ter ido longe demais na Ucrânia. Se tivesse ficado pela anexação da Crimeia o resto do mundo protestava mas acabava por olhar para o lado pois quem quer começar uma guerra -esse caos que uma vez iniciado não se sabe como acabará- num tempo em que o poder de nos destruirmos todos uns aos outros já passou da mera hipótese académica? Só um louco! O Putin acabou por cometer o mesmo erro que o Ocidente cometeu quando teve mais olhos que barriga e quis a Ucrânia na Nato sem pensar na situação particular deste país. Agora quem se sobreavaliou foi o Putin e está enfiado numa alhada porque nem mesmo os seus aliados tradicionais o apoiarão em mais que palavras e gestos, nunca em actos militares.

Acho que a lição que se tira desta crise que ainda agora vai no início é que os EUA a Rússia deviam reajustar-se a um mundo onde cada vez há menos lugar para as suas estratégias de ganância. Por outro lado, à UE ficava-lhe bem repensar os motivos que estiveram na sua origem e ser mais prudente nas suas estratégias expansionistas.

O mundo já não é o playground e a mercearia do Ocidente.

 

 

publicado às 12:02

 

 

(via The World Is Not Falling Apart)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado às 09:39

 

 

 

 

publicado às 20:16

 

 

 

 

Merkel tem um plano para a Alemanha, para a Europa... e para o mundo (jornal i)




publicado às 12:45


Livros online for free

por beatriz j a, em 10.11.12

 

 

 

 

 

 

Out of Control  available for free on the web here

 

 

l

Out of Control

 

 

New Rules for the New Economy  full text of New Rules for the New Economy online

 


New Rules for the New Economy

publicado às 08:36


Não queria isto

por beatriz j a, em 06.06.11

 

 

 

 

 

publicado às 22:19


por uma filosofia da cultura

por beatriz j a, em 04.03.11

 

 

 

 

 

Ernest Cassirer defendia, neste livro, em vésperas da Segunda Grande Guerra, que era necessária uma Filosofia da Cultura. Que era necessária uma Cultura da Humanidade. Não no sentido de anular a diversidade mas no sentido de criar um terreno comum de encontro, na linha do pensamento Kantiano defendido no Tratado da paz Perpétua.

De facto, a Carta das Nações Unidas foi criada com esse espírito. Mas isso não chega. É necessária a criação de uma simbologia universal, uma 'narrativa' de simbologia universal, comum, que seja universalmente assumida e que tenha força de lei em todo o lado. Do mesmo modo que temos uma Arte e uma Ciência de linguagens universais, também a Cultura necessita de uma linguagem comum de entendimento universal.

É necessária essa filosofia da cultura porque vivemos numa situação planetária onde decisões que se tomam num país têm consequências noutros e em breve teremos o direito de nos pronunciar sobre políticas internas de outros países cujas decisões nos afectam. 

Não é mais possível deixar que os brasileiros decidam da Amazónia à margem do resto do mundo, por exemplo, ou que um país resolva especular com o preço do petróleo porque isso lança milhares de pessoas pelo mundo fora na miséria. Em breve os países perderão exclusividade soberana sobre certas decisões que afectam pessoas para além das suas fronteiras.

Ora, para que seja possível essa cooperação, é necessária uma Cultura de Humanidade que ultrapasse a relatividade de culturas.

É por isso que é necessária uma Filosofia da Cultura.

 

publicado às 20:30


o que sonhas criança?

por beatriz j a, em 25.01.11

 

 

 

 

Gabriel Sainz

 

 

O que sonhas, criança

de olhos fixos no ar

no dirigível que avança

balão colorido a planar?

 

O olhar compenetrado

imagina batalhas no ar

ou um dragão encarnado

de narinas a fumegar?

 

Mundos dentro do mundo

da infância a divagar

perdido em sonho profundo

onde é um herói sem par.

 

bja

 

publicado às 19:16


Wikileaks

por beatriz j a, em 11.12.10

 

 

 

Este assunto da Wikileaks e da Perseguição ao Assenge faz-me lembrar o caso do professor de música que se suicidou por causa do assédio de que era vítima: só houve investigação séria depois de ser público e o Director lá da escola e da Direcção Regional só se interessavam em saber quem é que tinha dado com a língua nos dentes.

Pessoalmente acho que este assunto da Wikileaks representa uma porta de esperança para o mundo, porque mostra claramente que a 'sociedade digital' pode vir a cumprir o papel que de início muitos lhe atribuiam, que é do de permitir aos cidadãos controlarem efectivamente as instituições e governos e denunciarem os seus abusos. Doravante será muito mais difícil manter certo tipo de segredos e, sobretudo, escapar impune, pois a informação corre por canais digitais e é fácil aceder-lhe. Ainda bem que assim é. É assim que sabemos agora quem são os governos metidos em narcotráfico, quem são os governos que compactuam com torturadores, quem são os países que têm presidentes ladrões de bancos, quem são os países que subornam instituições internacionais, etc.

Por exemplo, seria impensável, noutra eras, a iraniana condenada a lapidação estar ainda viva. Seria ainda mais impensável haver oposição dentro do próprio país, neste caso o Irão. A internet não só permite aos que estão de fora ver o que se passa dentro dos outros países, como também permite a quem lá está dentro, ver com os olhos de quem está de fora, e isso é o primeiro passo para a libertação da mente. Veja-se como a China se começou a abrir na era digital e  como cada vez mais os chineses são pressionados para acabar com a censura do google, etc. Por isto, o que me parece é que os EUA estão a lidar com o assunto de modo desajustado, com medidas de outras conjunturas. Um pouco como os nossos sindicatos que ao quererem opôr-se às medidas económicas 'assassinas' do governo falam em ofensiva do capital e fazem greves. Estão desajustados na linguagem e nas estratégias.

 

publicado às 09:14


a europa cada vez mais insignificante

por beatriz j a, em 29.10.10

 

 

 

Silvio Berlusconi: Escândalo sexual

O primeiro-ministro italiano está a ser investigado por, alegadamente, ter pago para ter sexo com uma jovem marroquina, de 17 anos, na sua mansão nos arredores de Milão.

 

A Europa que era um farol da civilização agora é isto: o que manda em Itália é um velho debochado -sem dúvida rodeado de outros seus iguais-; a França governada por um vaidoso inseguro (por a mulher ser mais alta que ele e ter melhor pele) que se vinga com manifestação de racismos e ostentação de dinheiro; em Inglaterra, um mentiroso que saiu do governo milionário, casado com uma mulher cuja vida é vender relógios do marido no ebay e cuja irmã acha que o que é bom é ser muçulmana e andar de burka; o que nos governa é o que se sabe: só casos de roubo e corrupção, cujos amigos, ou estão na cadeia, ou a caminho dela, ou em fuga dela; o Presidente da UE um gajo que fugiu cobardemente do país por vaidade e ganância depois de se ter comprometido e que faz nada a não ser ostentar dinheiro e poder; na Alemanha uma proto-nazi que sacrifica a própria União, esvaziando-a de propósito, por ganância de poder e poder e mais poder.

Enfim... quem é que se espanta da pobreza desta UE se as pessoas que a comandam são duma pequenez egoísta, corrupta, decadente, irresponsável e miopemente autoritária...

 

publicado às 09:53


mundo

por beatriz j a, em 29.07.10

 

 

Tudo é vão

Tudo é ilusão.

 

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publicado às 10:23


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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