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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Deixo aqui o link do blog na nova plataforma, para quem quiser seguir.
Esta decisão de sair do Sapo custa-me. São mais de 10 anos da minha vida a escrever, praticamente todos os dias, aqui na plataforma.
Acontece que já há vários dias que a plataforma do Sapo bloqueia uma funcionalidade (o stacounter) que tenho aqui no blog há muitos anos e não me deixa reinstalá-la. Primeiro recebi uma mensagem a dizer que não tenho permissão para fazer essa acção (no meu próprio blog), depois que foi desactivada ter conteúdo malicioso, o que não é verdade pois tenho-a aqui no blog a funcionar há muitos anos sem problema algum.
Não gostam dessa funcionalidade. Têm uma própria que querem que usemos. Dizem que esses sites põem janelas de publicidade indesejada no blog. Em oito anos tal coisa nunca me aconteceu. Mas tudo bem, não gostam, não a usem. Agora, não entendo que não me permitam a mim usá-la. Afinal, se aparecessem janelas de publicidade no meu blog, o problema era meu...
Incomoda-me, no sentido do prejuízo emocional, a ideia de não poder ser livre a gerir aquilo que é da minha autoria. Não me parece uma exigência absurda e, mais importante ainda: hoje bloqueiam-me um código e amanhã do que é que não gostam e bloqueiam?
Enfim, depois disto, já não me sinto aqui bem-vinda e, portanto, também não me sinto à vontade.
Ora, eu não tenho o blog para me chatear que para isso já basta a vida.
Não sei o que fazem as outras pessoas quando não se sentem bem-vindas mas eu cá afasto-me. Não quero ser uma imposição mas quero manter a liberdade de ter o blog como me apetece, portanto achei que devia ir para outro lado.
Se não me custa? Claro que me custa... são mais de 10 anos aqui, no Sapo, a escrever, praticamente todos os dias. Foram 21.815 posts, 11.678 comentários. Não é pouca coisa. Foram muitos anos bons em que me diverti a escrever aqui.
Bem sei que o que escrevo e como o escrevo não agrada a muita gente mas isso não me incomoda porque acho normal as pessoas divergirem nas opiniões e discutirem as ideias e ademais estou muito habituada a ser criticada porque desde que me lembro de mim que marcho ao contrário dos pelotões. E penso que não devia incomodar ninguém. O que me incomoda é não poder ter o blog como quero. De modo que achei que estava na hora de ir e estive ontem a reconstruir o blog noutra plataforma.
Vou deixar esta blog aberto, evidentemente. Tenho aqui 10 anos de textos, imagens e vídeos. E se a maioria das imagens e vídeos que partilhei aqui não são da minha autoria, os textos são.
Hei-de vir aqui regularmente ver se tenho comentários e responder-lhes. Tenho alguns posts que têm sempre visitas, alguns escritos há muitos anos, como, ‘Tons de Azul’, ‘Sabia que pode doar o cabelo ao IPO?’ e ‘Filósofos e pensadores sobre a educação’, os 3 posts que mais visitas têm no blog. De modo que hei-de cá vir responder e também tirar textos meus que aqui escrevi ao longo destes, tantos, anos.
No meio de tanto que escrevi há textos que não têm grande interesse ou até nenhum interesse, a não ser para mim porque me destressam (o que é um dos grandes objectivos do blog), no entanto, acho que também tenho aqui muitos textos bem escritos e não mal pensados.
Um blog é uma espécie de conversa no Ágora à maneira dos gregos antigos: por um lado é uma plataforma onde podemos exercer os nossos direitos de cidadania e ser uma voz crítica dos assuntos da res publica que a todos nós interessam. Por outro, não sendo um blog especialista em um assunto particular, é um lugar de partilha: do que aconteceu no dia, de assuntos de educação porque sou professora e me tocam mais, do que li e acho que pode interessar a outros, dos filmes que vejo, de temas que acho tem interesse partilhar, como a música, a arte etc. e também do que me apraz dizer acerca deles, para quem quiser ler, discutir, criticar.
É claro que muita gente não gosta do que escrevo e como o escrevo, mas esses são livres de não me ler ou de contrariar o que digo. Isso para mim é tudo normal. O que não é normal é não poder fazer com o meu blog o que entendo.
Agradeço à equipa do Sapo os anos de apoio ao blog, agradeço a todos os que vieram aqui visitar, comentar, criticar, partilhar ideias e apoiar. O blog na outra plataforma está igual, só lhe mudei o nome. Agora chama-se IP azul.
Aos que querem continuar a ler-me, podem fazê-lo aqui neste link: https://ipbeatrizja.blogspot.com ; aos outros, espero que fiquem bem.
beatrizja
O líder líbio, Moammar Kadhafi, deixou hoje Itália no meio da polémica suscitada por ter pedido à União Europeia (UE) 5 mil milhões de euros anuais para combater a imigração ilegal proveniente de África e evitar assim "uma Europa negra".
A esta polémica acresce uma outra suscitada pelas iniciativas promovidas em Roma por Kadhafi para difundir o Islão, com o recrutamento de centenas de mulheres jovens para seminários nos quais o líder líbio refere que na Líbia se respeita mais a mulher do que no Ocidente e que o islamismo deveria ser a religião da Europa.
Kadhafi, o líbio treinador e protector de terroristas, veio à Europa gozar com os europeus. O que espanta não é o que ele diz mas o facto de ele o dizer, publicamente, na própria Europa, como um gesto de desafio e provocação na casa do 'inimigo'. É sinal de que algo mudou drasticamente na imagem da Europa, no poder real da Europa, na atitude dos defensores do Islão face à Europa. Este acontecimento é quase simultâneo com o outro do site oficial do Irão chamar prostitua à mulher do primeiro ministro francês, outro gesto de desafio e provocação por parte dos defensores do Islão.
É óbvio que o equilíbrio das forças está a mudar a grande velocidade e a mudança não é favorável à Europa.
Percebo as reservas do Paulo Guinote e de outros que também têm influência como vozes credibilizantes no meio dos professores. As pessoas prezam a sua liberdade e entendem que foi assente nela que foram capazes de fazer o que fazem.
Mas eu vejo as pessoas capazes de muito mais.
Percebo menos os movimentos que se constituiram porque a certa altura os sindicatos já não cumpriam com o mínimo exigido. Pois estamos outra vez nessa situação e custa ver desperdiçar um capital de vontades, determinação e boa influência - vê-lo esfumar-se lentamente no ar.
Não estou a incitar ninguém à revolta organizada mas tenho a noção de que se esgotou um pouco esta fase e que seria preciso inventar outras formas de organização antes que a escola pública desapareça de vez.
Afinal, queixamo-nos de que os piores é que estão nos cargos de poder mas se outros não se dispuserem nunca a ocupar esses cargos nada mudará.
Pessoalmente tenho cada vez menos esperança de que algo mude justamente porque as pessoas (com os seus vícios) são sempre as mesmas.
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