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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Obras de arte que estavam em gabinetes de ministros, embaixadores e quejandos? Estão perdidas para o público...
.... e depois dele a ministra não se demitiu porque não havia razão para demitir-se, dizia, tinha era que pôr tudo em andamento para nunca mais haver outra tragédia igual. Pois, aqui estamos nós outra vez com tudo a arder descontroladamente. Agora é que não se demite, pois se já não há mais nada para arder... a noção de haver outras pessoas que façam melhor o trabalho é-lhes inconcebível, o que diz muito das pessoas que nos governam.
Uma pessoa gostava de ter respeito pelos políticos do país mas é difícil... o ministro da Agricultura diz nos jornais que fez uma reforma das florestas impecável. O primeiro ministro diz que todos fizeram o melhor. Não percebo isto. Porque continua tudo a arder? O que fizeram nestes meses, desde Pedrogão?
Passámos a ter pessoas coladas aos cargos, independentemento do trabalho que fazem ser bom ou catastrófico e ninguém assume a responsabilidade do mau trabalho. Isto é o país que temos porque o que os poderes centrais fazem, os outros imitam pelo país fora...
... há um ministro ou um serviçal de ministro que vem aos jornais ou à Tv denegrir, degradar e ofender os professores... to-dos-os-di-as! Quem é que, no seu juízo, ainda quererá ser professor nos dias de hoje?! Todas estas 'iniciativas' servem para afastar, cada vez mais, os melhores, da profissão, pois quem é que se quer sujeitar a uma profissão onde todos os dias é ofendido, onde tem que estudar anos e anos para depois ter que esperar anos e anos a andar de bolandas com a casa às costas até entrar [ou não...] numa carreira onde ganha mal, é sujeito a arbitrariedades, trabalha em excesso, num ambiente de constantes ofensas e ataques por parte da sua própria tutela?
Depois temos os casos dos que deixam de ser ainda antes de conseguirem sequer aquecer o posto. Caso de Tiago Sá Carneiro, que esteve no gabinete do ministro da Educação, Nuno Crato. O seu currículo incluía a presidência da Associação Académica de Trás-os-Montes e o posto de secretário-geral adjunto da JSD. Acabou por sair quando se percebeu que a sua verdadeira qualificação não era a apresentada: a de engenheiro. Ainda assim, o partido resgatou o sobrinho-neto do fundador e presidente Sá Carneiro para assessor do actual secretário-geral, Matos Rosa.
O PÚBLICO falou com o presidente da JSD. Duarte Marques alerta para a aparente injustiça que representaria avaliar a escolha de um assessor ou adjunto apenas pela idade. Lembra que há quem chegue aos 29 anos com mais de cinco de experiência de trabalho. "Eu com 27 anos já tinha trabalhado seis anos em Bruxelas", assevera. Assegura que a JSD ajuda a ganhar experiência e tarimba, que aliás depois se capitaliza "na apresentação de trabalhos, nas entrevistas de emprego, na aprendizagem da partilha de responsabilidades e capacidade de liderança".
Marques defende, mesmo, que deveria fazer parte da formação política dos "jotas" passar por um "estágio de três ou seis meses" num gabinete executivo: "A política decide-se aí, seja no Governo ou numa autarquia", afirma. Depois usa um exemplo actual para demonstrar a vantagem da passagem dos "jotas" pelos gabinetes: "Ele é muito bom, mas se o António Borges tivesse passado uns anos na "Jota" há muito erro que não cometeria ..."
Putos de 25 anos em cargos de chefia, políticos a defender que os futuros políticos e decisores devem vir, não da competência e de provas dadas mas dos 'jotas' (como se a vida de um país se resumisse aos partidos) de modo que o melhor é assumir e treiná-los para futuros ministros e, netos de pessoas conhecidas, aldrabarem os currículos (pois se uns fazem e é do agrado do primeiro ministro, porque não hão-de outros fazê-lo também. não é...?) e, mesmo assim, serem contratados e estarmos a pagar-lhe salário, subsídios e prémios como assessores.
Começa a ser impossível ter respeito, por um único governante que seja. Parecem todos iguais: antes de irem para o poder combinam dizer umas cenas e dar uma de sérios e assim que lá chegam cai-lhes a máscara e esbodegam-se todos.
Um milagre de amor: que a ministra fofinha se apaixonasse pela verdade e arrastasse na sua asa o 'nuts'.
Estive a ler o relatório do Vasco Graça no blog do Umbigo. Uma pessoa fica parva com a capacidade de mentir de algumas pessoas. Porque uma coisa é sabermos que a ex-ministra e o primeiro ministro tinham uma 'agenda' para a educação que consistia basicamente em expurgá-la de financiamento e deixá-la ao Deus dará, mas outra coisa bem diferente é ver isso em números, preto no branco, como se costuma dizer. E perceber que os governantes vieram a público, na Assembleia, nas televisões, nas conferências de imprensa e por aí fora desfiar um rol de argumentos que sabiam serem mentiras - que, quando diziam uma coisa, faziam exactamente o contrário.
É que vemos no relatório, por exemplo, que o número de professores aumentou neste últimos anos em cerca de 4.000 mas as despesas com os salários dos professores decresceram mais de 1 bilião de euros! Ou seja, baixou-se os ordenados para ir lá buscar dinheiro. Mais, ficamos a saber que o pouco que se investiu na educação (o inglês no básico e as novas oportunidades) foi com esse dinheiro tirado directamente dos salários dos professores, o que significa que somos nós que estamos a financiar as reformas na educação. E foi para isto que a outra ministra e o primeiro ministra puseram os jornais e toda a gente a atacar os professores - para lhes tirar o dinheiro.Mais nada! A conversa da avaliação, da excelência, de promover os melhores, etc, tudo falsidades planeadas! Não houve ali uma única medida de incentivo à educação. Não! Nada! Foi tudo só para saquear.
O governo vem falar em congelar os salários da função pública. Aos anos que temos as carreiras congeladas, o poder de compra a descer (cerca de 12% nestes últimos anos) as condições a piorar. Aos anos que a conversa do apertar o cinto tem sido sempre para os mesmos. Aqueles a quem é fácil ir sacar dinheiro. Que sãotambém o grosso dos que pagam impostos. Enquanto isso ministros e autarcas enchem-se de dinheiro, porque a crise é só para os outros.
Ultimamente tenho-me lembrado deste livro que li há mais de 20 anos. O livro analisa casos famosos de batalhas que correram mal ao longo da História. Analisa o comportamento das chefias e os estorvos inerentes à própria organização.
Na origem dos problemas estão: hierarquia fechada, tendência para premiar os servidores ambiciosos e desprezar as vozes contrárias, excesso de uniformização e de regras fora das quais não sabem funcionar e outras.
Na análise de batalhas as conclusões apontam quase sempre as mesmas causas, os mesmos vícios: ideias preconcebidas bebidas nos analistas da moda e desprezo absoluto pela informação disponível. Em inúmeros casos os documentos mostram claramente que as chefias estavam na posse de todas as informações necessárias para mudar o rumo dos acontecimentos e evitar a derrota. Porque não o fizeram? Porque foram para o terreno com ideias pre-concebidas, dos seus 'especialistas da moda' e escolheram desvalorizar as informações em contrário, por mais óbvias que fossem, por mais óbvios que fossem os factos a contrariar os preconceitos.
Tenho-me lembrado do livro porque há um paralelismo evidente com o estado actual da educação: a hierarquia é surda, com tendência ao nepotismo, premeia os servidores ambiciosos, despreza as vozes dissonantes, aposta no excesso de uniformização e, acima de tudo, desvaloriza e volta as costas às informações, mais que óbvias, do fracasso dessas ideias/políticas ao ponto dessa teimosia/estúpidez ficar à vista de todos. O caso da outra ministra é um exemplo de como as ideias preconcebidas de 'especialistas da moda' e a obsessão com a hierarquia de comando causam o colapso do sistema de modo tão ruínoso que pouco resta para salvar.
Este é um livro que as chefias de qualquer sistema, mas muito prementemente as da educação deste país (primeiro ministro -que nada percebe de educação, ministro das finanças - que nada percebe de educação e figurantes do ministério da educação - que nada percebem de educação) deviam ler.
A ler este livro aprende-se muito sobre a estrutura interna dos sistemas na sua relação com a psicologia das pessoas.
08 Dezembro 2009 - 00h30 CM
A agência de rating Standard & Poor’s (S&P) baixou ontem de "estável" para "negativa" as perspectivas sobre o risco de incumprimento das obrigações decorrentes da dívida pública portuguesa, que, segundo todas as previsões internacionais, poderá rondar os 90% do Produto Interno Bruto (PIB) dentro de dois anos.
A S&P não acredita que Teixeira dos Santos consiga reduzir o défice.
Eu também não acredito. Então o tipo não foi classificado como o pior ministro da UE na pasta que ocupa?
O que acho graça é que se um professor não tiver pelo menos muito bom não progredirá na carreira, mas os políticos podem até ser os piores funcionários que não tem importância: até são convidados para permanecer no posto - para se ter a certezinha absoluta que são mesmo maus?
É verdade que para mim não é o pior sózinho. Há, pelo menos, 4 piores exequo, um dos quais era uma e está agora de férias, no que foi substituída por outra que parece querer imitá-la no mau serviço.
Começa a ser extremamente difícil falar da educação, pelo menos neste País, porque os considerandos estão todos feitos e já todos os compreenderam. Quero dizer, já ninguém, das pessoas que estão minimamente por dentro dos problemas, tem dúvidas que as reformas dos últimos dez anos, ou mais, foram erradas, assentaram em pressupostos errados, e deram péssimos resultados. Em relação aos resultados, até quem é estranho a estes problemas percebe que as coisas foram muito mal pensadas.
Já toda a gente percebeu, também, que a pasta da Educação tem estado entregue a pessoas completamente que é mais o que ignoram que o que sabem do assunto, desde os tempos da Ana Benavente (quem iniciou a moda de chamar 'as crianças' a tudo quanto é aluno, mesmo que tenham 18 ou 20 anos), passando pelo SS com a ajudante Margarida Moreira e outros até chegar às pérolas de sabedoria que são esta equipa que lá está.
Que resta agora fazer? A quem podemos falar, se os do poder são surdos e cegos? Não falo apenas dos professores, mas do País! O que podemos fazer quando sabemos, todos sabemos, que as coisas estão a ser muito mal feitas por gente muito incompetente e ninguém quer saber?
O que se pode fazer quando as autoridades, desde o Presidente aos responsáveis da tutela não estão incomodados pelo aumento da violência nas escolas? Não estão incomodados com o facto de os assuntos da Educação estarem nas mãos de gente do...?
Ou o poder volta atrás com o ECD, o mais depressa possível, ou isto já tem remédio, nem emenda, pelo menos nos próximos vinte e cinco ou trinta anos.
É mais ou menos como o efeito de radiação das bombas nucleares: depois que a contaminação se infiltra no solo impregna-se a tudo o que nasce durante décadas. As coisas continuam a nascer a cescer, mas tudo contaminado e infértil. É o que está a acontecer na educação - estamos na fase de contaminar o solo, e a mim o que me confunde, é que ninguém queira saber. Que se estejam nas tintas para a falta de horizontes no futuro do País.
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