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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Esta história dos mineiros do Chile que está a emocionar o planeta inteiro é extraordinária. Mostra que somos muito mais parecidos que diversos e mostra o verdadeiro espírito científico, sem o qual aqueles homens estariam já mortos.
Mas assim como os factos só ganham significado à luz duma teoria que os enquadre e interprete -uma narrativa, como se diz agora- também a ciência só ganha sentido enquadrada numa cultura que lhe dê um objectivo positivo. Ora, a cultura humanista e iluminista que possiblitou o florescimento e desenvolvimento da ciência não nasceu do nada, mas das pessoas com uma visão dos conhecimentos que ultrapassa a mera tecnicidade num enquadramento do tempo total do Homem. Isso, não existe sem a educação enquadrada num sistema filosófico, artístico, poético, cultural que lhe injecte vitalidade e significado - narrativa, como se diz agora.
O descurar das Humanidades é o descurar da civilização como projecto comum entre as pessoas, que como se vê nesta história dos mineiros que mobiliza conhecimentos, sentimentos e vontades de todo o mundo, é possível porque o que nos une é muito mais que o que nos separa. Somos essencialmente idênticos e não diversos. Não se constrói uma civilização ensinando apenas a matemática e as ciências naturais senão crescem no vazio, sem utilidade, e destinadas a repetir os erros do passado por ignorância e falta de reflexão filosófica.
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