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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Sendo um criminoso nojento chama um amigo, usam-se da mulher como se fosse uma boneca sexual enquanto ela está inconsciente, violam-na com ejaculação e tudo e depois quando forem a tribunal, se apanharem um daqueles/as juízes machistas que entendem que as mulheres inconscientes de bêbedas estão a pedi-las, o que nos faz pensar, 'será que na mesma situação o indivíduo/a juíz/a fazia a mesma coisa?', dizem que têm família e são respeitados na sociedade e os juízes/as dizem que não houve violação e que a mulher até andou a seduzi-los... logo, isso justifica que a violem...? Ah... espera lá, não houve violação porque ela não disse que não... pois, mas ela estava desmaiada, como havia de dizer? Problema dela, não desmaiasse... desmaia, está a pedi-las...
Alguma coisa está muito errada na escolha e formação de juízes neste país. Felizmente, acreditamos que estas peças serão uma minoria. Espera-se...
... não é muito diferente do antigo: trabalhar até morrer... e chamam-lhe 'empreendorismo'... eu chamo-lhe escravatura interiorizada; assim como o o povo da Coreia do Norte adora genuinamente os líderes que os mantêm cativos e em estado de menoridade mental submetendo-se-lhes em tudo, também estes jovens adoram genuinamente, como ídolos, as grandes empresas e os chefes que os escravizam, cativos que são de um conto de fadas sobre o sucesso, o eldorado e o dinheiro/poder, ao ponto de negarem a vida. Qualquer coisa está muito mal nesta organização social.
Um rapaz novo que conheço, que acabou o curso e trabalhava há dois anos numa firma multinacional despediu-se no verão passado. Disse-me que trabalhava tanto que houve uma altura que teve que esteve em trabalho em Cabo Verde e que nas duas semanas que lá esteve nem uma única vez viu o mar, sendo que passou o tempo todo enfiado num escritório a trabalhar mais de doze horas por dia. Quando chegou a Lisboa caiu na cama doente de exautão física e mental. Disse-me que trabalhava sempre assim, a correr duma cidade para outra, sempre em excesso de horas de trabalho e que a certa altura começou a reparar que as festas a que ia só tinham pessoas do trabalho; foi ao casamento do chefe e os convidados eram só pessoas do trabalho; na realidade deixou de ver os amigos e já só se dava com pessoas do trabalho, viva no trabalho. Despediu-se do trabalho... é um risco, sim, mas o maior risco é o de ficar preso a um trabalho de escravo durante anos e dar por si a ter desperdiçado a vida sem viver ou, até, morrer pelo trabalho como os desta notícia. No entanto, é para essa meta que se educam os jovens: enfiá-los numa universidade com ifluência para depois arranjarem trabalho numa grande firma, para trabalharem em excesso durante anos a correr duns países para outros e a cenoura é uma ideia de sucesso pré-concebida.
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O Twitter de Mita tem várias referência a longas horas de trabalho, muitas delas com a “hashtag” #AgencyLife. “Duas da manhã, noite de sexta-feira e estou no escritório, mordendo ‘junk food’ com outros nove criativos”, partilhou a jovem em Outubro.
Em Agosto de 2013, um estagiário de 21 anos do Bank of America em Londres morreu após ter, alegadamente, trabalhado 72 horas seguidas.
A CNN está a dar um programa do género 'grande reportagem' sobre países com baixa taxa de desemprego como a Alemanha (onde as empresas têm um programa de treino-às suas custas- de empregados que depois aproveitam), a Dinamarca e a Holanda.
A Holanda tem um programa de flexibilidade e segurança no emprego em que obriga as empresas a terem uma rede de informação sobre os empregados, de modo que, quando uma delas deixa de precisar de um empregado, põe o seu perfil nessa rede para lhe encontrar outra firma onde as suas competências possam ser aproveitadas e, se não o fizer terá que pagar-lhe 18 meses de compensações. Isto faz com que os empregadores tenham algum cuidado antes de despedir empregados pois pode sair-lhes caro. Um indivíduo entrevistado dizia o seguinte, 'Nós somos um país pequeno e, se queremos ser competitivos, não nos podemos dar ao luxo de desperdiçar capital humano de pessoas treinadas e competentes no trabalho'.
Era bom que os nossos políticos, que dizem à boca cheia coisas como, 'É evidente que vamos continuar a despedir pessoas' ou, 'O melhor que têm a fazer é emigrar', desperdiçando um capital humano competente que custou muito a formar, pusessem os olhos nestas políticas de emprego. É claro que os nossos empresários teriam de mudar de mentalidade e assumir responsabilidade pelos seus empregados, em vez de quererem que o Estado os 'suborne' pelo favor que fazem em ter empregados. Também era preciso que o nosso primeiro ministro, o ministro das finanças e outros deixassem de ver os trabalhadores como lixo descartável (com excepção dos seus assessores e motoristas e outros que acumulam excepções) que só serve para pagar impostos e passasse a vê-los como capital humano que não pode ser desperdiçado e deve ser aproveitado.
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