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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
premindo o botão vermelho do comando, "os clientes poderão escolher a câmara pretendida e ainda aceder a um universo de conteúdos adicionais sobre o 'reality show'. Esta aplicação, diz a empresa, "tem sido um sucesso com cerca de 2,5 milhões de visitas desde o seu lançamento".
Ainda não vi um único episódio desta 'coisa'. Vi há uns anos uns episódios do Big Brother e aquilo enojou-me tanto que nunca mais vi nenhum. Confesso que não tenho vocação para voyeur. Há quem diga que a literatura, a biografia, etc., apelam um pouco ao voyerismo, mas não é verdade. A literatura e o filme são ficção, não são realidade. Aqui nesta 'coisa' chamada reality-show o que se passa não é ficção, é realidade. Mais, é uma realidade manipulada para desembocar em violência e pornografia por causa das audiências. Mas como toda as TVs hoje em dia -salvo raras excepções- são completamente imorais na abordagem das coisas, não querem dizer que o programa é de pornografia e violência para não espantar as famílias e dar-lhes um pretexto para se viciarem naquela porcaria.
Incomoda-me nestes programas que não se assumam como são, porque essa manipulação das pessoas tem efeitos negativos nas mentalidades, para já não falar na educação das crianças, adolescentes e jovens que os vêem.
Eu compreendo e aceito programas de pornografia. Se me apetece também os vejo. Agora, quando os vejo, não finjo que estou a ver um programa de interesse sociológico ou outra tanga qualquer.
Se os que regulam os programas fizessem o seu trabalho obrigavam a classificar estes programas sob a denominação de programas para adultos, que é o que são, para que os pais pudessem controlar o que os filhos vêem sem confusões. Porque adultos viciados nestes programas são pessoas de vidinha triste que sabem ter alternativas, mas crianças e adolescentes não têm consciência da negatividade que estes programas têm na sua educação, nomeadamente no que respeita aos modelos de relações interpessoais e vivência sexual que apresentam.
Os 'jornalistas' que apresentam estas 'coisas' são uma espécie de 'madames' sem código deontológico...o que é isso...?
Na semana passada eu e uma colega comentávamos que nas escolas remamos contra a maré: contra as TVs, a sociedade, o ministério, e muitos pais que educam os miúdos e os adolescentes com TV aos molhos, jogos, pornografia, presentes, indulgência e exemplos de violência e que depois ficam à espera que os professores remendem tudo. Se cada um fizesse a sua parte as coisas eram todas mais fáceis e melhores. Mas vivemos numa sociedade onde o exemplo que vem de cima é este: rouba, mente, abusa e faz tudo o que apetecer que a vida é curta e é para gozar nem que seja à custa dos outros.
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