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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Thanks!
Abri a Tv na CNN, fiquei a ver o funeral de Mandela. Pus-me aqui a pensar, 'quantas pessoas aguentariam cerimónias fúnebres desta envergadura -dez dias de discursos, marchas, cortejos militares, espectáculos televisionados, parada de chefes de estado, etc.- sem que se transformassem numa espécie de caricatura de si próprios, um pouco como no cinema, quando as demonstrações de tristeza e drama são tão exageradas e forçadas que perdem o tom de gravidade e se tornam desconfortavelmente trágico-cómicas?' Pois... muito poucas, parece-me.
E, o que é que ele tinha para aguentar incólume este excesso de comemoração sem degradação de imagem? Bem, pertenceu aquela espécie rara de pessoas que estão à altura das suas palavras e que, para usar a expressão de Kant, viveu verdadeiramente no 'reino dos fins', seja no modo como tratou os outros, seja no modo, que é ainda mais raro, como obrigou os outros a tratarem-no a si, devido a nunca comprometer a sua dignidade enquanto indivíduo pertencente ao 'reino dos fins'.
Nas suas acções, tanto as de luta contra o apartheid como depois na luta pela reconciliação, sem a qual teriam entrado numa feroz guerra civil em vez de terem entrado na democracia, comportou-se sempre como um líder de valores universais e não meramente locais. É por isso que qualquer pessoa, seja qual for a sua proveniência, situação ou condição consegue inspirar-se nele.
Há muitos chefes no mundo, mas raros são os líderes e, entre os líderes, muitíssimo mais raros são os líderes de espírito universal. Só esses provocam este, ainda que temporário, consenso de admiração e inspiração universais. Acho que era isto que ele tinha de diferente e especial.
A sua tribo enterrou-o com uma pele de leão! Uau!
A semana passada vi este filme. Tinham-me dito que o filme não era nada de especial e por isso levei tanto tempo para vê-lo. Francamente achei o filme muito acima das expectativas. O Clint Eastwood é um realizador cuidadoso com os temas que escolhe e com a maneira de os abordar, sempre honesta e pedagógica. Quem o via como actor nos 'Dirty Harri's' nunca o imaginaria um realizador destes.
Neste filme mostra-se claramente a influência que uma liderança inteligente, humana e inspirada pode ter numa sociedade inteira. Como leva as pessoas a transformarem-se querendo dar o melhor de si. O filme é inspirador sobretudo pelo seu optimismo na capacidade da Humanidade se regenerar.
Na cena final do filme, o jogo decisivo, o filme mostra o Mandela sempre composto, apesar do jogo estar a ser impróprio para cardíacos, porque quer tornar evidente que para ele nunca foi o desporto que esteve em causa mas o que ele podia conseguir como instrumento de união do povo. Distingue-se ali o político que age com visão do futuro a médio e longo prazo e que vê o cargo que ocupa como um instrumento para a melhoria da vida do povo que serve. E, como o caso tem fundamento real, isso enche-nos de esperança.
A conversa que se ouve neste excerto, bem como o poema que se ouve ler são exemplo do que a política e a vida podem ser. É claro que para se ser um líder destes não basta dizer palavras que inspirem, é necessário que aquele que as diz tenha por trás a substância que encorpa as palavras.
O nosso primeiro ministro de vez em quando pensa que é um líder desta estatura e lê discursos que pensa serem inspiradores mas são apenas ocos, porque não há substância que os sustenha. É como um actor a ler textos que não compreende nem sente. Tal como a questão dos diplomas das Novas Oportunidades: é verdade que uma pessoa com um diploma do secundário tem mais hipóteses e mais auto-estima que uma com o sexto ano, mas apenas se isso corresponder a uma substância de conhecimentos que o justifica porque caso contrário é só um papel que não transforma a pessoa nem os outros à volta, a não ser para pior, como temos exemplo diário no chefe máximo.
"Eu confio muito em mim e por confiar muito nas minhas capacidadees e nas minhas convicções, dizem que sou autoritário".
Serviu a explicação para aconselhar os socialistas presentes a verem o filme de Clint Eastwood "Convictus", que logo alguém emendou para "Invictus", sobre a ascensão do líder do Congresso Nacional Africano (ANC), e primeiro presidente da África do Sul, Nelson Mandela.
Aos presentes, o secretário-geral apontou Mandela como "o exemplo de uma verdadeira liderança", já que, "por vezes, liderar é ir contra a vontade daqueles que nos rodeiam". E se a Oposição quer que o PS tenha outro líder "Azar! Porque o líder sou eu".
Demais!! Demais!! ! O tipo confunde as suas ignoranrtes teimosias com convicções como se ser teimoso fosse o mesmo que ser convicto.
COMPARA-SE AO NELSON MANDELA!!!! Demais!! Este homem é ridículo e não tem noção das suas limitações. E o que é confrangedor é vermos o PS, pessoas adultas, a ouvi-lo como crianças que o papá mandou reunir e a quem passa um sermão com conselhos para a vida. E conclui dizendo 'o chefe sou eu e acabou-se a conversa' e ninguém lhe explica que em democracia o chefe é quem nós quisermos que seja.
Pois se o Ps está assim menorizado por um pobre de espírito promovido a chefe, muita coisa se percebe com clareza. Nem era possível o país estar de outro modo com uma pessoa destas a mandar.
Uma pessoa lê uma notícia destas e é tudo tão patético que até sente o estômago às voltas.
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