Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]




🐸 Claudio Abbado 1933-2014

por beatriz j a, em 20.01.14

 

 

 

Uma grande perda para a música. Um iindivíduo que foi escolhido para suceder a Herbert von Karajan, à frente da Orquestra de Berlim -a Rolss-Royce das orquestras-, o que diiz muito acerca do seu valor. Uma maestro inovador com um estilo afável, muito raro entre maestros, fundador da várias orquestras e dinamizador da democratização do espectáculo de música clássica às classes trabalhadoras, geralmente afastadas destes eventos.

Uma pena, mesmo... não sabia que ele estava assim tão doente e nem me dei conta que ele já tinha 80 anos...

 

Esta peça é de Mahler -um dos compositores de que ele mais gostava e mais gravou-, o lindíssimo Adagietto da 5ª Sinfonia, que me parece muito apropriado.

 

 

publicado às 13:29


Zander - a arte da possibilidade

por beatriz j a, em 07.03.10

 

 

                

 

Há coincidências bestiais. Descobri, e li, este livro, há pouco tempo e hoje fui dar com uma entrevista na SIC Notícias ao autor, o maestro Benjamin Zander.

Comprei o livro com aquele instinto que hoje em dia me acontece muito com livros e pessoas, e calculo que também aconteça a outros que, como eu, já leram muito e já avaliaram muitas pessoas, de modo que ganhamos uma espécie de instinto, (ou intuição, para não chocar) para as coisas com que nos identificamos. Quer dizer, coisas e pessoas que estão no mesmo caminho que nós e que nos ajudam a avançar, seja abrindo canais novos (como diz o Luís) seja reforçando a estrada em que andamos.

Eu conhecia o Zander como maestro, não como autor. Mas como há muito que penso que um professor, para cumprir o seu papel, tem de se ver um pouco como um maestro (os alunos como instrumentos de tons e sons diferentes que é preciso harmonizar sem estragar o individualismo do estilo de cada um) fiquei com curiosidade de ver o que ele tinha para dizer sobre a vida e a liderança.

Um indivíduo que é bom no seu trabalho e é inteligente, transforma os anos de experiência em sabedoria. O meu instinto estava certo. Há muita coisa que ele diz que penso há muito tempo. O percurso que ele fez eu também o fiz.

Não é um livro de 'auto-ajuda' mas de uma certa maneira de ver o mundo e de se ver a si próprio.

Uma coisa que ele diz e que acredito é que as pessoas têm muitas facetas, umas mais positivas que outras, e que um líder deve ter essa habilidade de ligar-se aquela que é a melhor face e mantê-la sempre ao de cima pois é essa que responde melhor aos desafios e à criatividade. Não significa que deixe de ver os outros lados. Apenas os mantém, desactivados, por assim dizer. A pessoa é um animal de hábitos como dizia o Aristóteles, e se se habitua a viver com o seu melhor lado, acaba, talvez, por tornar-se nessa pessoa.

É claro que isto é uma generalização e não uma ciência, pois quando se fala de pessoas não há lugar para leis, mas sim tendências.

Por exemplo, eu arranjei uma técnica para conseguir trabalhar com aqueles alunos com quem não me identifico mesmo, logo desde o início. Tento ver em cada um qualquer coisa positiva, que me agrade, seja no comportamento, seja no modo de falar, na maneira como se senta, enfim, qualquer coisa. Pode dar-me, por exemplo, para tentar enquadrar a pessoa numa pintura de modo a achar parecido/a com uma madona do Rafael, com uma personagem do Goya, etc. Assim que consigo fazer isso, pego-me a essa característica para criar uma relação positiva com a pessoa.

Não deixo de ver o outro lado, mas escolho relevar esse e é com esse que trabalho. E, assim como escolho ver esse lado, mostro-lhes a eles próprios que têm esse lado (nós somos espelho para os outros assim como os outros o são para nós, não é?) e acontece eles porem esse lado a funcionar.

É claro que isto não funciona infalivelmente, mas funciona. Acho que a maioria dos professores já tive essa experiência.

Eu falo disso com os alunos. De como é importante os significados que dão às coisas que as pessoas dizem e fazem, de como podemos, até certo ponto, escolher a 'personagem', o tipo de pessoa que queremos ser. Podemos escolher ser uma personagem que se ofende com tudo, ou podemos escolher ser uma pessoa que tenta compreender o ponto de vista alheio. No fracasso, podemos escolher ser o tipo de pessoa que resolve as coisas com humor e não agressividade.

Isto não é ser optimista, que isso é uma emoção e, como tal, volúvel. É ver, de entre as possibilidades, a melhor, e lidar com essa.

Na verdade, eu acredito que o pior defeito da ex-ministra da educação, como do primeiro ministro que temos está exactamente em não saberem fazer vir ao de cima o que de melhor, mais criativo e forte há nas pessoas.Muito pelo contrário, parece que têm a habilidade de fazer vir ao cima a pior faceta das pessoas: o mais mesquinho, o mais falso, etc.

 

Para quem quiser ler o livro do Benjamin Zander (em inglês) pode ler uma parte online:

 

books.google.pt/books

 

 

publicado às 20:37


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.



Arquivo

  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2018
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2017
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2016
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2015
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2014
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2013
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2012
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2011
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2010
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2009
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2008
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D


subscrever feeds


Pesquisar

  Pesquisar no Blog

Edicoespqp.blogs.sapo.pt statistics