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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
A quantidade de homens que andam por aí a insurgir-se, em twits, blogs, no FB e em comentários dos artigos de jornais, contra a lei que criminaliza os piropos... uns dizem que há coisas mais importantes em que pensar e nisso imitam os iranianos e árabes que dizem que a questão das mulheres terem que andar todas tapadas não é uma prioridade (os direitos humanos dos outros nunca são uma prioridade...); outros argumentam que onde é que já se viu uma rapariga ou uma mulher incomodar-se por ser abordada constantemente por homens desconhecidos, mais ou menos repulsivos, que lhe fazem o favor de dizer-lhe, várias vezes ao dia, os seus anseios, hábitos e preferências sexuais pormenorizadamente.
No seu imenso narcisismo, acreditam que tratar as mulheres como coisas sexuais é um grande prazer para elas e não estão dispostos a abdicar dum hábito que alegra as suas tristes vidinhas. Portanto não entendem essa proibição dos machos perseguirem raparigas/mulheres dos 12 aos 72 anos com as suas bocas ordinárias e vão continuar a abordar as mulheres, sempre que lhes apetecer, com esses piropos pois só as feias, as gordas e as feministas é que não gostam de piropos...
Outro dia a passar à porta duma escola aqui do burgo, assisti à seguinte cena: uma professora vinha a sair e um tipo que ia a passar diz-lhe em voz bem alta, 'se fosse teu aluno andava sempre teso e lambia-te toda'. Os alunos que iam a sair atrás dela começaram a rir-se... a professora deve ter-se sentido muito lisonjeada...
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