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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
A provável trasladação de Mário Soares para o Panteão Nacional não poderá acontecer antes de janeiro de 2037 - vinte anos depois da morte.
A que propósito é que o Mário Soares iria para o Panteão Nacional? Já começam os exageros histéricos. Só falta quererem substituir a estátua em Guimarães pela dele.
Isto é um abuso... não têm nada que mandar as pessoas prestar homenagem seja a quem for. Soares não foi só o homem de 75 na fonte Luminosa. "Mário Soares, que foi fundador do Partido Socialista, primeiro-ministro em três governos e cumpriu dois mandatos como Presidente da República," e nestes cargos nem sempre foi bom, foi polémico, dividiu o país porque era acima de tudo um homem do seu partido, que não é o partido de todos os portugueses e, depois disto tudo, ainda foi outras coisas mais polémicas...
"... a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, descrevendo o antigo Presidente da República como o símbolo da liberdade no país." Ele não é o simbolo da liberdade que esse título cabe ao Salgueiro Maia e aos outros capitães de Abril. Ele tem um papel importante em 75 como também o têm o Jaime Neves e o Ramalho Eanes e penso que ficarão os três igualmente para a História por esses momentos importantes nesse ano decisivo.
Ele era uma pessoa contraditória. Quando se diz que ele foi o político mais marcante no pós-25 de abril, o termo marcante, quer dizer que marcou e, de forma profunda, porque esteve activo na política quase até morrer e sendo a pessoa que era, a sua presença marcava, mas não quer dizer que a sua acção foi positiva em todo esse tempo porque não o foi, nem de perto nem de longe.
Achar-se que é um dever as pessoas esquecerem a História recente e terem que prestar-lhe homenagem... que abuso. Percebemos que o PS queira capitalizar a figura do Dr. Mário Soares, infelizmente isso é típico do MO dos partidos mas, daí a aceitarmos endoutrinações vai um grande passo.
Calculo que os políticos e os jornais/TVs andem já numa azáfama, os primeiros a prepararem-se para tirar dividendos políticos, os segundos para terem um pico de lucro. Dá-lhes jeito este fim prolongado para terem tempo de preparar homenagens, reportagens e obituários. Compreende-se. Mário Soares é uma das figuras mais marcantes, senão a mais marcante, do pós-25 de Abril.
Não é uma má maneira de morrer esta de entrar em coma e retirar-se do mundo sem sofrimento e sem dar por isso. Mas, sendo o Soares o homem que foi, tantas vezes dado como morto e recuperado, nunca se sabe...
Palavras de Mário Soares "era um bom homem, de pouca cultura, só percebia de futebol mas, ainda assim um bom homem...Não sabia que ele estava doente. Sabia que bebia muito whisky logo de manhã..."
Podem ouvir aqui (via Visão de Mercado, visto no feed de Pedro Miguel Garcia) via blog 'Piar'
Não tem vergonha... o mau carácter e mesquinhez das pessoas vê-se -também- nestas coisas... ... não sei, mas parece-me que a inveja é uma coisa muito feia... ele sabe que nunca terá estas emoções de todo o povo... [uns começam a manhã a beber, outros a endrominar...]
O ex-presidente da República viu o seu motorista ficar com a carta de condução apreendida e sujeito a uma multa de 300 euros, como explica o CM. Mas, segundo fonte da GNR ao jornal, Mário Soares reagiu mal e chegou a afirmar que «o Estado é que vai pagar a multa».
O carro, um Mercedes-Benz S350 4 Matic, é propriedade da Direcção-Geral do Tesouro e das Finanças e seguia no sentido sul-norte quando foi mandado parar numa estação de serviço. Os guardas garantiram ao CM que o histórico socialista foi «bastante mal-educado».
SOL
Um indivíduo que devia ser exemplar devido ao lugar que ocupa no cenário político-cultural português, comete uma infracção grave (guiar a 200 km/hora numa estrada pública é completamente irresponsável a raiar o criminoso) e, sendo apanhado, em vez de pedir desculpa e imediatamente pagar do seu bolso a multa, dando, ao menos, um exemplo de reconhecimento e responsabilização dos seus actos, é mal-educado e escusa-se a pagar a multa pretendendo que sejamos nós, contribuintes, a pagar as suas prevaricações.
É assim que a pessoa se mostra: apesar de se declarar um republicano dos quatro costados, está habituado e exige, ser tratado como um rei.
A política é uma actividade nobre, mas tem de ser desinteressada e não se pode misturar com o negocismo. Política e negócios são coisas incompatíveis.
Por uma vez estou de acordo com o que diz o Mário Soares na crónica que assina no DN. Só é pena que as pessoas, enquanto estão nos cargos e têm poder, aproveitem para difundir uma mentalidade de 'quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é tolo ou não tem arte' e só depois quando estão fora dos cargos é que se lembrem da importância de ser sério na governação e de se pensar no povo e tal.
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