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Destruir livros, proibir livros, parecia uma prática do passado. Pois, não é. E é um sintoma do autoritarismo crescente dos regimes, um pouco por todo o mundo.

 

By

 

Governments are spending a remarkable amount of resources attacking books — because their supposed limitations are beginning to look like ageless strengths.

Around the world, many authoritarian regimes — having largely corralled the internet — now have declared war on the written word, their oldest enemy. The received wisdom after the close of the Cold War was that physical books were outdated, soon to be swept aside in the digital age; and that the internet was instead the real threat to governments seeking to repress provocative thinking. A generation later, the opposite may be true.

The People’s Republic of China has been the most successful in curbing the internet.  

(....)Even before the current Hong Kong prottests, there was a crackdown on Hong Kong publishers. In the fall of 2015, associates of the Causeway Bay Books store disappeared, later discovered to have been detained on the mainland, accused of trafficking in “illegal” books critiquing leading members of the Communist Party. In 2017, the Communist Party formally took control of all print media, including books.

They are, of course, far from alone.(...) Brazil, to Hungary, to the Philippines, literature that expresses any kind of political opposition is under a unique, renewed threat. Books that challenge normative values, especially those with L.G.B.T. themes, have been hit especially hard. History textbooks crafted by independent scholars are being replaced with those produced by the state at a disturbing rate. In Russia, a new even stricter set of censorship laws was announced in March to punish those expressing “clear disrespect” for the state (i.e. effectively Putin himself).

 

Regimes are expending so much energy attacking books because their supposed limitations have begun to look like strengths: With online surveillance, digital reading carries with it great risks and semi-permanent footprints; a physical book, however, cannot monitor what you are reading and when, cannot track which words you mark or highlight, does not secretly scan your face, and cannot know when you are sharing it with others.

 

publicado às 05:04


Liberdade

por beatriz j a, em 17.09.19

 

 

publicado às 07:14

 

Quanto ao princípio da Declaração Universal, decorre de outra ideia mais ampla, aplicável em diversos casos: o exercício de um direito ou de uma liberdade tem como limite os direitos e a liberdade dos outros. Também está certo.  José Ribeiro e Castro

 

Não estou de acordo com esta ideia segundo a qual a liberdade de um acaba onde começa a do outro porque o que cada um considera o seu espaço de liberdade versus o do outro varia muito. Por exemplo, as religiões têm um perímetro de liberdade muito grande e atribuem aos outros um pequeno espaço e é por isso que umas caricaturas ou um livro a criticar ou fazer humor com os dogmas religiosos é logo declarado como ofensivo do direito a ser religioso.

Há pessoas cujo espaço de liberdade implica restringir ao máximo o dos outros chegando ao ponto de os ostracizar como no bullying.

 

É justamente por esta linha não ser consensual que não se pode, com o pretexto de ofender um, limitar a liberdade do outro. Portanto, os limites à liberdade de cada um têm que ser objectivos: por exemplo, o incitamento à violência contra os outros, o incitamento ao comportamento de abuso, de discriminação, de calúnia (inventar mentiras sobre os outros) ou de privação de direitos.

 

Por muito repulsivo que seja ouvirmos um político em lugar de destaque, com peso no destino dos outros, chamar bestas a uma classe profissional, dizer que não merecem ter carreira, que não valem nada ou gozar com o corte de anos de trabalho das pessoas, isso não deve poder ser criminalizado mas apenas castigado nos votos e nas palavras de censura, porque as pessoas são livres de opiniar e até de serem repulsivas nos seus comportamentos. Podemos lamentar, criticar, tentar mudar mas não criminalizar.

 

publicado às 14:08


Da liberdade e da opressão

por beatriz j a, em 24.06.19

 

Antígona
 
“não conheces o decreto de Creonte sobre os nossos irmãos?  
A um glorifica, a outro cobre de infâmia.  
A Etéocles – dizem –  determinou dar,  
Baseado no direito e na lei, sepultura  
Digna de quem desce ao mundo dos mortos.  
Mas quanto ao corpo de Polinice, infaustamente morto,
Ordenou aos cidadãos, comenta-se,
Que ninguém o guardasse em cova nem o pranteasse,  
Abandoando sem lágrimas, sem exéquias, doce tesouro  
De aves, que o espreitam famintas.  
As ordens – propalam – do nobre Creonte, que ferem a ti  
E a mim, a mim, repito, são estas, que vem para cá
Com o propósito de anunciar as ordens aos que ainda não as conhecem  
Explicitamente. O assunto lhe é tão sério
Que, se alguém transgredir o decreto,  
Receberá sentença de apedrejamento dentro da cidade.  
É o que eu tinha a te dizer; mostrarás agora
Se é nobre ou, se embora filha de nobres, és vilã.
 
(SÓFOCLES, 2014, p. 8-9
 
 

Os gregos entendiam a sua liberdade como independência. Uma vez que só se pode ser totalmente independente nos juízos e acções se se tiver outro que cuide das necessidades da vida, sentiam-se compelidos a viver num mundo construído sobre a escravatura e a opressão das mulheres.

E embora alguns gregos vissem estas iniquidades como perturbadoras, a maioria tomava-as como inevitáveis, como 'o modo como as coisas são'. No entanto, Hegel via o desconforto implícito dos gregos consigo próprios surgir de modo dramático na arte.

 

O seu exemplo favorito era a tragédia de Sófocles, Antígona. Na peça, dois dos filhos de Édipo lutam pela herança do poder. Ambos morrem e o tio, Creonte, intervém para proibir que um deles tenha direito a ritual fúnebre; mas Antígona, sua sobrinha e irmã dos mortos, desobedece enterrando-o secretamente. Ela fá-lo porque é o seu dever de irmã fazê-lo, quer dizer, enterrar o irmão, mas sabendo que é também o seu dever obedecer a Creonte (sobretudo como jovem mulher).

Antígona é apanhada numa situação contraditória quanto aos seus deveres. Ela também tem o dever de não decidir por si própria acerca do que deve fazer - o seu estatuto na vida obriga-a a obedecer aos requerimentos que lhe fazem- e o coro, mais tarde, condena-a por esta tentativa injustificada de autonomia.

 

Antígona é apanhada no desejo de conseguir algo normalmente proibido às mulheres: ela quer liberdade, o que requer que seja reconhecida como igual. Mas, quem teria autoridade para a reconhecer como tal? Não um marido (não na Grécia Antiga). Não os seus filhos, se os tivesse. Nem os seus parentes. Nem a sua irmã. Só os seus irmãos o poderiam fazer e estão ambos mortos. No seu desejo de liberdade, Antígona tenta convocar esse reconhecimento dos seus irmãos mortos. Acaba mal, como se sabe, porque o tio descobre e manda enterrá-la viva numa gruta; e embora depois se arrependa e resolva libertá-la, ela já se tinha suicidado.

 

Através do seu desafio, Antígona representa o que correu mal com o ideal grego: o modo como instituiu um regime de igualdade para alguns homens mas o negou a outros. Ao desafiá-lo, Antígona também se tornou a voz dos excluídos exigindo inclusão e reconhecimento como iguais e, por conseguinte, igualmente livres. Se 'alguns são livres', diz ela, porque não eu também? Para uma audiência grega isto criava um desconfortável sentimento de que talvez todo o esquema social/político não fizesse sentido.

(baseado num excerto de The Spirit of History de Terry Pinkard)

 

O que causa espanto é que passados 2500 anos ainda esta questão não esteja resolvida, no que respeita à liberdade e igualdade de direitos, de facto e não apenas formal, das mulheres e que a sociedade continue construída em toda a espécie de esquemas para condicionar a sua [nossa] liberdade.

 

publicado às 17:37

 

De repente, percebemos que as maternidades do país estão presas por fios.

Inês Cardoso

Num país de baixa natalidade, é essencial não apenas assegurar capacidade de resposta, mas transmitir total confiança às populações.

Em contagem decrescente para as legislativas, o PCP e o Bloco de Esquerda reagiram de imediato e chamaram responsáveis técnicos e políticos ao Parlamento. É bom lembrar, contudo, que os orçamentos do Estado dos últimos anos tiveram a sua aprovação.

 

Aqui há meia dúzia de anos aquele Raposo que escreve para o Expresso publicou uma crónica, que na altura comentei, em que defendia, de um modo indirecto, que as mulheres de 30 anos (as outras já são lixo...) deviam ser assediadas pela sociedade no sentido de serem mal vistas se fossem procurar emprego antes de terem filhos e ficarem dois anos em casa a tomar conta deles. Acrescentava ainda que percebia que as mulheres portuguesas quisessem trabalhar para não serem vistas como "dondocas" mas que isso havia de passar se os homens ajudassem, ou até, partilhassem, as tarefas de casa.

[No ano passado, numa grande reportagem do Diário de Notícias("Porque é que os Suecos têm mais filhos?"), a jornalista Céu Neves ouviu um casal sueco típico: "não é um risco ter filhos. E isso é bem visto por todos incluindo os patrões. O que é mal visto é uma mulher de 30 anos procurar emprego, porque se espera que tenha filhos e esteja com eles nos primeiros anos de vida". Ora, se um homem português dissesse publicamente que as mulheres devem ficar em casa dois anos a tratar dos filhos, o Carmo e a Trindade cairiam no dia seguinte. O sujeito seria acusado de machismo, de salazarismo. Se uma mulher portuguesa dissesse a mesma coisa, o Carmo e a Trindade cairiam duas vezes. A senhora seria acusada de subserviência, seria queimada nos autos-de-fé das brigadas da linguagem. ]

 

O problema é este: os decisores portugueses, quase todos homens, mas também mulheres educadas neste sistema clerical/patriarcal entendem que os filhos são um problema das mulheres.

No artigo deste indivíduo nem uma única vez se diz que a sociedade devia pressionar os homens a não procurar emprego antes de terem filhos e ficarem em casa dois anos a tratar deles porque o problema dos filhos, no entender dele, não é dos homens, é das mulheres - embora os homens reservem para si as decisões acerca do que as mulheres podem e não podem fazer, relativamente ao seu corpo.

 

O homem é um ser humano substantivo, com ideias, projectos, presença e investimento no mundo, a mulher é uma categoria funcional, serve para ter filhos e cuidar deles. Talvez depois se deixe que tenha um trabalho para não parecer "dondoca". A ideia de que as mulheres tenham ideias, projectos de vida, ambições, preocupações científicas, sociais, filosóficas, etc. que as motivam mais que ter filhos e que se realizem no trabalho, nem lhe passa pela cabeça. 

 

Portanto, estes homens que são os decisores políticos e seus influenciadores, demitem-se do problema dos filhos mas assumem-se como proprietários e decisores do corpo das mulheres.

As mulheres têm que ter os seus filhos e tratar deles, de preferência aos 30 anos.

 

Porque é que o dever de ter filhos e tomar conta deles não é estendido aos homens? Afinal, se os homens são capazes de fazer filhos e se há mulheres que querem ter filhos, e se os homens são perfeitamente capazes de cuidar e educar filhos como as mulheres, porque não obrigá-los a eles também a ter filhos aos 30 anos e a cuidar deles dois anos...?

 

Porque a revolução francesa, de que somos politicamente e socialmente herdeiros, teve como grande mérito, como sabemos, a ideia de que a liberdade é igual, em direitos, em todos os seres humanos, ao contrário do que acontecia até então, onde os reis e nobres em geral eram livres (como os ditadores, imperadores, etc.), entenda-se tinham a liberdade de escolher e ditavam as condições de vida aos outros, que eram obridados a submeter-se-lhes.

Ora, o que acontece é que a sociedade em que vivemos, clerical e patriarcal por tradição, não quer estender às mulheres esse código de liberdade. Por essa razão parece aceitável que um homem decida ter uma vida sem filhos ou decida tê-los mas se escuse a cuidar deles mas já não parece aceitável que uma mulher seja livre de tomar exactamente a mesma decisão.

 

Enquanto a sociedade não perceber que o problema dos filhos é também um problema de perpetuação da pátria que a todos diz respeito, o problema da natalidade não se resolve; enquanto a sociedade não perceber que as pessoas todas e não apenas os homens, têm direito a escolher o seu projecto de vida em liberdade, inclua ou não filhos, o problema não se resolve; enquanto a sociedade for patriarcal e não criar condições para que os filhos não sejam vistos como um obstáculo ao desenvolvimento pessoal, em liberdade, das mulheres, o problema da natalidade não se resolve.

 

Da mesma maneira que não se resolve o problema da falta de médicos no interior dizendo-lhes que é preciso médicos no interior ou obrigando-os a ir para lá como recrutas à força mas criando desenvolvimento e condições de atracção no interior, também o problema da natalidade não se resolve enquanto não se criar condições de vida que tornem a parentalidade uma tarefa apreciada e bem vinda socialmente com apoios e estruturas que a facilitem.

 

Não haver obstetras nem maternidades a funcionar não é um bom princípio.

 

publicado às 13:39


Acerca da liberdade

por beatriz j a, em 17.02.19

 

 

publicado às 06:47


Liberdade na internet versus 1984

por beatriz j a, em 29.11.18

 

 

 

O Artigo 13 proposto no Parlamento Europeu, cuja consequência será uma monitorização permanente dos conteúdos que cada europeu colocar online, é o caso flagrante daquilo que resulta ter burocratas a legislar assuntos dos quais nada percebem.

Mas isso só é possível porque lhes foi concedido tal poder. E portanto, um punhado de oligarcas, não-eleitos por vocês, votam a favor de medidas forçadas no vosso país; neste caso, medidas de censura.

O Artigo 13 consiste num conjunto de leis generalizadas que responsabiliza empresas privadas por possíveis violações de direitos de autor dos seus utilizadores. Isto significa que os criadores de conteúdo baseado em conteúdo já feito: como a samplagem, os memes, os reviews, os remixes, os vídeos com música por cima, os pequenos canais que usem imagens de notícias publicadas nos sites, screenshots de programas de TV, posts vossos com imagens do Google Images terão os seus conteúdos banidos e serão impedidos sequer de fazer novos uploads.

Em semelhança ao que se faz na China e na Coreia do Norte, o conteúdo online que colocarem (as fotos das vossas férias, dos vossos filhos, alguma imagem que foram buscar ao google images) serão avaliadas, primeiro, por robôs de inteligência artificial que vão comparar a imagem a resultados que encontre numa base de dados central, comunicar com API’s de outras aplicações a quem vocês não deram qualquer acesso, e depois, em caso de dúvida, por uma equipa de centenas de pessoas que farão o aval final do filtro.

Mas os conteúdos referidos no artigo não se baseiam apenas a musicas ou imagens. Estendem-se à possível cópia de Tweets de outros, código partilhado (GitHub), da Wikipédia, blogs (Wordpress, Wix), imagens do Pinterest ou do Flickr ou do Google Images, documentos PDF e Google Docs. O artigo diz explicitamente “todos os tipos de conteúdo”.

A caça ao internauta é então acompanhada da imobilização das redes sociais perante algo que lhes é virtualmente impossível controlar: limitando, assim, os conteúdos, por defeito (pelo que à mínima semelhança com algo já existente, o conteúdo será banido automaticamente).

Quem beneficia disto são, obviamente, os grandes criadores: grandes estúdios, equipas de grandes recursos, indústria de entretenimento, indústria mediática, enquanto se limita o poder dos pequenos criadores (os miúdos vloggers que fazem vídeos no quarto, os pequenos músicos que fazem Covers para chamar a atenção de visualizações, reviewers que conseguem exposição dando a sua opinião sobre conteúdos, DJs que ficaram limitado a na samplagem de musicas. Etc.

Perante a relativa liberdade de internet que hoje ainda temos, os burocratas do parlamento europeu, muitos dos quais nunca tiveram um emprego na vida, nunca lidaram com a criação de uma empresa, e, por si só, de uma empresa tecnológica, perceberam que qualquer pessoa poderia transformar-se numa influência grande demais para as narrativas da comunicação social, o que se verifica essencialmente com Youtubers. Assim, corta-se-lhes as asas. Como acontece com o PewdiePie, o YouTuber mais subscrito de sempre no YouTube, que, admirem-se, é um sueco de direita que faz conteúdos para miúdos.

Isto põe em causa as grandes redes sociais como o Facebook e YouTube e Twitter mas também file-hosters e web servers, que armazenam ficheiros e serão responsabilizados por vocês fazerem upload de conteúdos de outros nos seus servidores. Isto é especialmente perigoso porque impede que pequenas empresas, sem recursos para programar máquinas de inteligencia artificial ou machine learning/contratar pessoal que faça eficazmente essa filtragem, se expandam ou sequer nasçam, deixando assim para aquelas com tal capacidade um monopólio que poderá ser conveniente na centralização de informação.

Estas medidas que a União Soviét... desculpem, Europeia (a certa altura confundi-me sobre quem estávamos a falar), propõe viola obviamente a Directiva de E-Comerce e a Charter of Fundamental Rights. Começa a ser altura de pensarmos seriamente se cá devemos ficar.

O Gato Politico

 

publicado às 07:09


Um poema da Sophia

por beatriz j a, em 05.06.18

 

 

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo


                         Sophia de Mello Breyner Andresen

publicado às 21:01


A liberdade em declínio no planeta

por beatriz j a, em 19.02.18

 

 

According to the Freedom in the World 2017 report, a minority of the world’s countries can be considered free – just 45%.

Of the remaining nations, 30% are considered to be partly free, with some level of democracy and press that may be corrupt or heavily under the control of the ruling party.

Perhaps most alarmingly, data gathered by the report’s authors reveals that there were setbacks in political rights, civil liberties, or both, in a number of countries rated “free” by the report, including: Brazil, the Czech Republic, Denmark, France, Hungary, Poland, Serbia, South Africa, South Korea, Spain, Tunisia and the US.

 

 

publicado às 04:46

 

Six journalists jailed for life over Turkish coup allegations

 

publicado às 04:38

 

Mother Mushroom: how Vietnam locked up its most famous blogger

 

... mas, o mesmo dogmatismo, a mesma cegueira e o mesmo ódio à liberdade - dos outros, não à sua.

Nguyen Ngoc Nhu Quynh, uma blogger influente no Vietname comunista, muito conhecida por criticar o governo autoritário, foi condenada a 10 anos de cadeia por isso mesmo. 

 

publicado às 09:38


Bom dia :))

por beatriz j a, em 18.06.17

 

 

Voando com os grous sobre o vale do Loire, França.

L'arte di guardare l'Arte

 

publicado às 06:20


É isto

por beatriz j a, em 10.03.17

 

 

 

publicado às 16:59


Liberdade é isto...

por beatriz j a, em 23.02.17

 

 

... de chegar a casa e não ter, pela primeira vez desde o dia 15 de Janeiro, testes e trabalhos para corrigir e classificar :))) É certo que hoje andei a vê-los às 4 da manhã para os entregar antes do Carnaval mas esta sensação de não ter coisas para classificar é parecida com voar :)))

Hoje é só preparar aulas, o que até é giro :)))

 

 By Paula is QuiteCurious

 

 

publicado às 15:42


25 de Novembro sempre!

por beatriz j a, em 25.11.16

 

 

Não fosse o Jaime Neves em Lisboa e o Ramalho Eanes em Évora e tínhamos tido aqui um muro de Berlim ou um Paralelo 38, à portuguesa, a separar o Sul do Norte. No Sul houve sangue, não foi a brincar. Houve perseguições, vinganças e outras coisas dessas comuns nas revoluções que são tempos em que o melhor e o pior vem ao de cima.

 

Por essa altura o Otelo achava-se o Kadafi do rectângulo e passeava-se por aí à patrão com os seus COPCONs a distribuir mandatos de prisão em branco para eles porem o nome que lhes apetecesse: ora toma lá um mandato em branco e vai prender alguém de quem não gostes ou de quem queiras alguma coisa. O Cunhal não queria acreditar que o povo não o amava depois de tantos anos a lutar e fazia de tudo para ser poder, independentemente da vontade do povo que foi coisa que nunca lhe interessou. Interessavam-lhe ideias e não pessoas.

 

O PREC foi o completo oposto de Democracia.

 

Eu vivi os dois: o PREC vivi-o no Alentejo até meio de Julho de 75 quando de lá saí (eu, os pais, a avó e dois irmãos mais novos, ele com oito anos, ela com cinco, depois de meses -desde 11 de Março- de prisões, ameaças, intimidações, etc) com as metralhadoras do COPCON apontadas às costas, perto da uma da manhã, depois de um dia presos e guardados à vista e de um julgamento popular que durou desde as sete e meia da tarde à meia-noite e meia do dia seguinte (anda aí um vídeo no youtube com um julgamento popular em Tomar com o título, 'Único Julgamento Popular em Portugal' mas é mentira: houve outros só que não se passaram em tribunais), organizado pelo partido comunista com os COPCONS do Otelo. Tenho isso tudo escrito há muito tempo.

 

No 25 de Novembro estava em Lisboa a estudar no Liceu D. João de Castro. Assim que tivémos notícias do Jaime Neves com os comandos na Ajuda (a escola fechou), fomos (eu e uma irmã) à corrida até à Ajuda ver o fim desse desvario que foi o PREC, que quase nos levou a uma guerra civil, por vontade do senhor Otelo e do senhor Cunhal.

 

 

dia 12 de Março, dia a seguir ao início do PREC de 75 começaram logo a matar pessoas.

 

 

12 Novembro 75, quando o Cunhal instigava o caos para chegar à ditadura comunista, isto nos intervalos de ir a correr à Rússia pedir instruções ao grande líder enquanto lá deixava os documentos da História portuguesa: registos da PIDE, etc.

 

 

25 de Novembro pelos próprios

 

 

 Os que estiveram na Ajuda

 

 

publicado às 17:11

 

 

Ironicamente, no dia da eleição do indivíduo que defende (e representa) a construção de muros de divisão e ódio.

 

 

 

publicado às 11:22


Flying over a cuckoo's nest

por beatriz j a, em 19.07.16

 

 

Satanic prayer opens Pensacola city council meeting; police forced to remove protesters

 

Uma reunião da Câmara Municipal na Florida virou um caos devido a terem permitido que começasse com uma oração satânica o que provocou a fúria dos cristãos... lol ... então, assim que um tal Suhor, vestido com manto negro até aos pés começou a invocação ao diabo, um terço dos membros saiu em protesto. Aliás, ele nem conseguiu acabar a invocação devido às constantes interrupções dos que protestavam e entoavam cânticos cristãos para o abafar.

Uma pessoa põe-se a visualizar a cena e cai a rir mas a questão é séria.

A questão começou por uma queixa da organização activista satânica devido à enorme cruz que está no parque da cidade e querem ver removida. Entendem que isso mais as orações cristãs que precedem as reuniões de Conselho são privilégios concedidos aos cristãos em detrimento de outros e, sobretudo, da liberdade de ninguém se sentir diminuído nos seus direitos de cidadão por não pertencer a um culto. Foi com medo de uma queixa e de um processo que o Presidente acedeu a deixá-los fazer uma oração ao diabo antes de começarem os trabalhos.

Os satânicos deste Templo defendem que devemos agir com compaixão e empatia para com todas as criaturas de acordo com critérios de razão, vontade livre, autonomia e ciência e que as orações são invocações nascidas de medos de tempos obscuros. 

 

A estátua da imagem é da mesma organização mas em Detroit. A organização quer pô-la no hall da Câmara Municipal ao lado da estátua dos dez mandamentos. Vai ser lindo :)))

 

O que noto é que tanto as religiões que adoram deuses como as que adoram demónios são todas machistas... esta estátua é mais um bode a mandar...

 

 

publicado às 08:13

 

 

 

As autoridades de Halifax (Virgínia, EUA) resolveram obrigar os administradores escolares a andar com uma câmara ao pescoço, ligada, durante todo o tempo que estão na escola, de modo a gravar tudo o que se passa, não vá acontecer qualquer coisa como brigas, agressões, etc. que necessitem de envolvimento jurídico. Tomaram essa ideia da polícia que já usa esse método.

 

A alternativa seria, é claro, ter muitos mais funcionários na escola habilitados a lidar com crianças e jovens adolescentes que servissem de ajuda, apoio e exercessem vigilância sobre os recreios. Mas não. Sai muito mais barato pôr algumas pessoas a gravar os alunos mesmo que isso seja uma violação da privacidade e da liberdade de cada um.

 

É preciso perguntar: qualquer método serve qualquer causa se for eficaz? Penso que não. Os métodos têm que estar adequados aos problemas e aos contextos a que se aplicam para não se correr o risco da sua eficácia gerar problemas mais graves, a longo prazo, que aqueles que quer resolver, a curto prazo. A escola tem que ser um lugar pedagógico, logo, de respeito pelos direitos das pessoas, pela sua dignidade, de fomento da capacidade de mudança e melhoramento pessoal, etc.

 

A escola não trabalha num contexto de criminalidade como a polícia, nem os alunos são criminosos. Mais, a escola é um lugar de educação, não de punição. É certo que há alunos que também são jovens criminosos e cometem faltas que devem ser punidas mas não se pode prejudicar todos, retirar direitos e dignidade a todos por causa de uns.

 

Condicionam a maioria que é respeitadora por causa de uns poucos que fazem o mal, ou seja, não sabendo como resolver o problema de uns poucos que prevaricam, prejudicam todos dando um enorme exemplo de incapacidade e incompetência, por um lado e, por outro, falta de respeito pelos direitos dos outros.

 

Infelizmente, sabendo nós da tendência para os nossos dirigentes a copiarem tudo o que de errado se faz nos outros sítios e a escolher o caminho mais fácil mesmo se atropelando os direitos dos outros, temo que esta ideia não leve muito tempo a cá chegar.

 

 

 

publicado às 07:18

  

 

UE tenta travar Polónia, que quer controlar os media

 

Bruxelas vai estrear um procedimento que pode levar à suspensão do direito de voto da Polónia, se o país insistir em violar os princípios do Estado de direito.

 

... o novo Governo ultraconservador está a seguir o mesmo trilho de Victor Orbán, na Hungria. A aprovação de uma nova lei que dará ao ministro das Finanças a competência de nomear e demitir os directores dos meios de comunicação públicos...

 

Isto foi o que o governo socialista do Sócrates tentou fazer e, em parte conseguiu, se bem que de modo encapotado mas, interferiu em jornais e TVs, acabou com alguns e destruiu a independência de outros. Aliás, continua a tentar calar os jornais que o incomodam.

 

 

publicado às 22:19

 

 

Insultos de Pedro Arroja levam Bloco a exigir desculpas ao Porto Canal

 

Ela ficava a pedir desculpa até ao fim do ano... e quer dizer, ainda não é propriamente poder e já quer censurar os meios de comunicação. A chamada 'esquerda' portuguesa tem um problema com a liberdade... se se sentiu ofendida processe o indivíduo que a ofendeu, não tente calar os meios de comunicação. 

 

 

publicado às 06:35


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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