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Digam-me lá se isto faz algum sentido

por beatriz j a, em 22.07.18

 

 

A legislação do trabalho, deve ter sido 'pensada' por uma Lurdes Rodrigues ou uma Leitão qualquer... a única vez que me lembro de ter estado de baixa foi uma vez que pus quatro dias para curar uma tremenda gripe, de modo que fui informar-me como é que faço com as férias no regresso ao serviço. Pensava eu que assim que acabasse os tratamentos podia gozar parte das férias, antes das aulas começarem (é o que faz sentido, um tempo para recuperar física e mentalmente de meses de hospitais, exames e tratamentos violentos) e guardar o resto para o ano na altura do Verão, quando já não há aulas, para não prejudicar os alunos. Pois, não. Quando voltar tenho que estar 31 dias sem faltar (se um dia tiver um daqueles episódios de náuseas vou vomitar para as aulas para não faltar...??) e depois gozo os dias de férias... quer dizer, se regressar em Setembro sou obrigada a faltar todo o Outubro para poder gozar as férias? Isto faz algum sentido? Voltar ao trabalho e passado pouco tempo faltar um mês inteiro interrompendo o trabalho e deixando os alunos sem aulas? Quem é que me substitui só por um mês no primeiro período? Ninguém. Este ano não se conseguiu arranjar ninguém para o meu horário durante o terceiro período... É que também não abdico das férias que muito me custam a ganhar. Preciso de recuperar físicamente antes de entrar no stress do trabalho. Preciso de férias, de fazer qualquer coisa que me tire o corpo e a cabeça da doença e dos hospitais e tratamentos mas também não quero faltar um mês a meio do primeiro período que isso prejudica bastante os alunos... isto não faz sentido nenhum... não percebo a legislação do trabalho. É mesmo estúpida.

 

publicado às 06:22

 

O negócio de fazer leis

 

 

...foi uma boa ideia a do Ministério da Presidência, de vasculhar as toneladas de papéis lá da PCM, procurando aquelas que já caíram há muito em desuso. Há escassas semanas, a São José Almeida deu-nos conta da primeira estimativa. Se não se lembra, sente-se primeiro: são mais de 1500, apenas entre as que foram aprovadas entre 1974 e 1978. Imagine quando a contagem chegar a este século.

 

Mas convém anotar que, para este trabalho louvável ser levado a sério, falta dar um passo de gigante: devolver ao Estado capacidade de fazer a legislação em casa - sem recorrer a agentes externos, que fazem da produção legislativa um negócio legítimo, mas pouco recomendável. 

Veja o que aconteceu, por exemplo, na polémica da Caixa. O Governo contratou um gestor para o banco público, ele colocou uma série de condições prévias. E passando por cima do gabinete jurídico das Finanças e do da Caixa, chamou um escritório de advogados para fazer a lei à medida do que pretendia. Se quiser sair da Caixa, veja o que aconteceu na resolução do BES: acha mesmo que foi o Governo de Passos que fez uma lei da noite para o dia para aprovar a resolução naqueles moldes? Para ir mais longe, deixo uma dúvida: quando o Estado legisla sobre as offshore ou sobre perdões fiscais, será que não foram feitos projectos de legislação fora do Estado? E quando alguém quer contornar as leis, quem é que está mais habilitado a ajudar? Isso mesmo, estes escritórios amigos.

 

 

publicado às 09:39

 

 

... entra e sai à velocidade duma bala... que atinge muita gente...

 

 

Há professores que são mestres mas têm de ir a tribunal para dar aulas...

 

 

Escola Superior de Educação diz que é a tutela que tem de resolver o problema de 150 diplomados de várias escolas. Ministério está a “estudar” caso. Alunos e ex-alunos podem vir a exigir indemnizações por terem feito um mestrado sem saída.

 

Em causa está um imbróglio jurídico, que resultou da publicação de sucessiva legislação que fez com que estes alunos ficassem sem grupo de recrutamento. A combinação de disciplinas e graus de ensino existentes nos actuais grupos faz com que não encaixem em nenhum. Por exemplo, para encaixarem no 220, que lhes permitiria candidatarem-se a dar aulas de Português/Inglês ao 2.º ciclo, falta-lhes o Português; no 350, que serve para dar Espanhol ao 3.º ciclo e secundário, falta-lhes habilitações para dar aulas ao secundário. E assim noutros grupos. Perante isto, a aluna questiona: “Onde ficamos? Então para que serve o mestrado? Por que mereceu este ano uma avaliação positiva da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) por mais cinco anos? Para enganar futuros alunos?”

 

Isto, quer dizer, estes cursos de 'ensino de não sei quê...', é que são engodos. São caminhos que levam a lado nenhum.

 

 

publicado às 13:13

 

 

 

Hoje estive num Conselho Disciplinar. Não me lembro da última vez que tinha estado num C. D.... talvez há 15 anos ou mais. Como já não estava uma situação dessas há muito tempo fui ler a legislação aplicável, nomeadamente aquela que se refere aos deveres dos alunos e às sanções disciplinares.

Qual não é o meu espanto quando leio que na decisão da sanção de actos, que podem ser muito graves cometidos dentro das salas de aula contra professores, ou contra alunos mas na presença dos professores, o Director, se quiser, pode escolher não ouvir o Conselho de Turma e decidir o que lhe apetecer, dentro dos limites da lei, que é quase tudo... então, quer dizer, os professores do C. T. é que conhecem os alunos e lidam com eles numa base diária mas a sua melhor opinião pode ser completamente ignorada...? Fiquei siderada, chocada, mesmo, ao ler isto!

De facto, os professores, no entender da tutela,  são nada... os Directores são a recriação dos antigos comissários políticos soviéticos (agora até se acha óptimo que concorram a lugares paralelos de vereadores para se matar dois coelhos de uma cajadada), os alunos valem nada, são pontos nas estísticas do auto-elogio dos medíocres que nos governam e, os professores, são menos ainda que nada, absolutamente nada. São aquels tipos e tipas que têm um mealheiro sem cadeado para se ir lá sacar quando apetece. Estamos num país em degradação sistemática e consistente da vida democrática.

 

 

publicado às 21:22

 

 

 

Hoje estive num Conselho Disciplinar. Não me lembro da última vez que tinha estado num C. D.... talvez há 15 anos ou mais. Como já não estava uma situação dessas há muito tempo fui ler a legislação aplicável, nomeadamente aquela que se refere aos deveres dos alunos e às sanções disciplinares.

Qual não é o meu espanto quando leio que na decisão da sanção de actos, que podem ser muito graves cometidos dentro das salas de aula contra professores, ou contra alunos mas na presença dos professores, o Director, se quiser, pode escolher não ouvir o Conselho de Turma e decidir o que lhe apetecer, dentro dos limites da lei, que é quase tudo... então, quer dizer, os professores do C. T. é que conhecem os alunos e lidam com eles numa base diária mas a sua melhor opinião pode ser completamente ignorada...? Fiquei siderada, chocada, mesmo, ao ler isto!

De facto, os professores, no entender da tutela,  são nada... os Directores são a recriação dos antigos comissários políticos soviéticos (agora até se acha óptimo que concorram a lugares paralelos de vereadores para se matar dois coelhos de uma cajadada), os alunos valem nada, são pontos nas estísticas do auto-elogio dos medíocres que nos governam e, os professores, são menos ainda que nada, absolutamente nada. São aquels tipos e tipas que têm um mealheiro sem cadeado para se ir lá sacar quando apetece. Estamos num país em degradação consistente da vida democrática.

 

 

publicado às 21:20


desabafos

por beatriz j a, em 23.11.10

 

 

 

Confesso que de há uns anos para cá deixei de perceber os critérios e requisitos e tempos de serviço para a progressão na carreira. Mandam-me tanta porcaria de legislação em catadupas para o mail que eu atiro tudo para uma pasta chamada, 'Carreira' que está a abarrotar, desorganizada e sem visitas. Não é que não ligue à carreira, mas é tanta porcaria chata de ler, contraditória, que remete para milhares de outras cenas...não há pachorra, mesmo. Não tenho mesmo onda para ter de estar sempre a chatear-me com isso. É que isso, na hierarquia das prioridades da vida está tão lá para baixo...De cada vez que preciso de saber alguma coisa tenho que andar a chatear colegas para que alguém me informe disto e daquilo...Isto só lá ia com uma borracha que apagasse uma data de pessoal que está de pedra e cal nos organismos da educação e que vomita leis e parcerias e fundações de NO e avaliações estúpidas e outras incompetências sem fim.

 

publicado às 21:44


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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