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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Os responsáveis pelos pelouros são sempre os mesmos e repetem os mesmos erros até à exaustão. O ex-ministro refere os EUA como modelo... os EUA estão com problemas gravíssimos na educação, não só por terem destruído a profissão de professor, mas também por serem obcecados com os exames de um modo que as escolas, para não ficarem na miséria, fazem tudo quanto é batota nas notas dos alunos.
Por cá estamos a muitos quilómetros de distância destas práticas. Mas não por muito tempo, pois os nossos responsáveis almejam tornar-nos autómatos dos exames. O que aliás já fizeram. Repare-se que nesta entrevista, Justino, ao mesmo tempo que se mostra obcecado por exames, bancos de questões de exames, levar tudo a exames, etc., pretende que os professores diversifiquem as avaliações e promovam outros tipos de trabalhos que não concorrem para que os alunos se tornem hábeis em passar exames. Ele quer tudo e, o seu contrário também, o sol na eira e a chuva no nabal:
- exames com testes com máxima fiabilidade, o que obriga a uma uniformização empobrecedora do ensino, da aprendizagem e da avaliação e, ao mesmo tempo, alunos criativos, capazes de trabalhos de pesquisa e de aprofundamento de matérias. Isto tudo, claro, com os professores com vinte e cinco, ou mais horas lectivas, cheios de turmas com trinta alunos, oitocentos mil papéis para produzir e alunos que podem dar mil faltas sem chumbar.
Depois diz que as escolas fazem batota... precisávamos de gente com uma outra inteligência que visse os problemas por uma óptica que não fosse a da gestão de supermercado.
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