Recurso do Ministério Público põe assaltante em liberdade
O tempo jogou mais uma vez a favor de Carlos Ramos, um dos cabecilhas do gangue do Multibanco que facturou dois milhões de euros entre 2007 e 2009. Um ano e meio depois de ter sido preso pela última vez, por causa de um assalto a ATM no Pinhal Novo, concelho de Palmela, o arguido foi libertado no passado dia 21 porque o prazo da prisão preventiva esgotou-se, sem que o tribunal de Setúbal tivesse concluído o julgamento.
«Se houve alguém que mais contribuiu para o atraso deste processo foi o Ministério Público (MP) e não a defesa» – disse ao SOL Melo Alves, advogado do arguido, explicando: «Desde logo pela ‘guerra’ entre o DCIAP, liderado na altura por Cândida Almeida, e a procuradora do DIAP Cândida Vilar, que prolongou a fase de inquérito». Mas não foi só isso.
Carlos das Lagameças, como é conhecido no meio policial, foi acusado em Maio do ano passado de furto qualificado, explosão e falsificação de documento. A defesa requereu a abertura de instrução, por considerar que o não devia ser julgado por todos os factos constantes da acusação. O juiz de instrução aceitou, excluindo alguns parágrafos do documento. Inconformada, a procuradora do MP de Setúbal recorreu para a Relação de Évora – que lhe deu razão, três meses depois, em acórdão de 6 de Novembro.
Apesar de ter sido notificado desta decisão um mês depois, no dia 17 de Dezembro o juiz titular do inquérito no Tribunal de Setúbal marcou a 1.ª audiência do julgamento só para 22 de Maio deste ano – um dia depois de terminar o prazo-limite da prisão preventiva do arguido, que teve, assim, de ser libertado.
... como é que se pode acreditar que não foi de propósito? Um dia depois!? E ninguém vai ser responsabilizado? A próxima vítima deste bandido é também vítima de aljuns juízes...?